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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Igualdade de género na Alfabetização


Reflexão sobre a igualdade de género na Alfabetização

Procurando definir o termo Igualdade de Género na Alfabetização, diria que este pressupõe a a igualdade de Direitos, Oportunidades e Benefícios entre s Homens e Mulheres na Alfabetização, independentemente da cor, raça, origem étnica ou geográfica, lugar de nascimento, religião, filiação partidária entre outros ( Cfr PGEI[1] de Moçambique: 2003).

No fundo, a questão é a de saber se estamos caminhando rumo à superação da histórica desigualdade da mulher em relação ao homem no campo da alfabetização em particular e da educação em geral, ou se estamos a caminho de uma inversão de posições nessa relação.

Na década de  90, a UNESCO[2] apresentou estimativas e projeções sobre o analfabetismo no mundo, para os anos de 1990 e 2000, com efeito, o referido estudo da UNESCO dizia que as mulheres constituiriam, em 1990, e continuariam constituindo, a maior parte da população analfabeta no mundo e que, nos países em desenvolvimento tomados globalmente, a taxa de analfabetismo era e continuaria sendo muito mais elevada entre as mulheres (45%) do que entre os homens FERRARO ( S/D:3 )

Em estudo mais recente (Gender-sensitive education statistics and indicatiors – A practical guide), a UNESCO voltou a utilizar a taxa de analfabetismo para as pessoas de 15 anos ou mais para fins de comparação internacional. Com base nesse indicador e valendo-se de estimativas mundiais referentes ao ano de 1995, esse estudo concluía que, tanto nos países desenvolvidos como nas grandes regiões de países subdesenvolvidos (África Sub-Saariana, Países Árabes, América Latina e Caribe, Ásia Oriental/Oceania e Sul da Ásia), as mulheres continuavam apresentando taxas de analfabetismo mais elevadas do que os homens (Ibdem).

Nos anos 98 segundo a UNESCO, o progresso em direcção a “ Educação para Todos”[3] , tem sido constante especialmente em direcção a sua universalização e a igualdade entre os géneros nos países mais pobres, mas o rítimo é insuficiente para que metas estabelecidas para 2015 sejam alcançadas ( Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos. 2006:1)

Dados publicado pela UNESCO em 2006 indicam que o objectivo de atingir igualdade entre os gêneros em 2005 não foi alcançado por 94 dos 149 países sobre os quais existem dados disponíveis:
ü  86 países correm o risco de não chegar à igualdade entre os gêneros nem mesmo até 2015.
ü  De 180 países, 76 não chegaram à igualdade entre os gêneros no nível primário, e as disparidades quase sempre são desfavoráveis para meninas.
ü  115 países (dentre 172 sobre os quais existem dados disponíveis) ainda apresentam disparidades no ensino primário e secundário e as desigualdades quase são desfavoráveis para as Mulheres;

Stromquist apud FERRARO ( SD: 9), sustenta  que “quase universalmente, as mulheres apresentam um percentual mais alto de analfabetismo”, identifica uma tendência à paridade entre meninas e meninos no que concerne à educação. Segundo a autora, “todos os países apresentam fortes semelhanças nas condições de educação para as mulheres e para os homens.
Segundo ela, países da América latina como Brasil Argentina por exemplo, já haviam  alcançado uma relativa paridade entre meninos e meninas na educação. Na África e na Ásia ao contrário, a disparidade na instrução primária entre meninos e meninas continua elevada, atingindo respectivamente 33 e 18 pontos percentuais (ibdem).

Apesar destes dados não encorajadores no âmbito da igualdade de género na alfabetização,  há casos isolados de alguns países da Europa e da América Latina que apresentam uma tendência a um rítmo acelerado de igualdade de género na  alfabetizaçào tanto para as mulheres assim como para os Homens como são  casos de Lexumburgo e Suiça com uma taxa de alfabetização global de 100%, sendo 100% para mulheres e igual perecntagem para os homens;  Cuba com uma taxa de alfabetização global de 98,9% com a mesma percentagem de mulheres e homens ( Mapa comparativo da alfabetização: disponível em: http://www.indexmundi.com/pt/mundo/taxa_de_alfabetizacao.html).
Ainda pode-se notar como sinal de melhoria que representam conquistas consideráveis em muitos países de baixa renda mesmo que isso não seja o suficiente tomando em conta a complexidade da problemática ao nível local e global, como por exemplo:
ü  O aumento da taxa de matrícula de meninas especialmente em alguns países da África – Subsaahariana e no leste e sul da Ásia e
ü  Medidas na área de género e qualidade de educação são cada vez mais visíveis em planos nacionais de educação.
Importa referir ao terminar que a partir destes factos, a necessidade de igualdade de género na alfabetização, ainda continua sendo um desafio a ser levado a cabo tanto pelos organismos internacionais assim como pelos organismos nacionais e locais. Embora haver dados que indicam ligeira tendência dos países através dos seus governos de reduzir os altos níveis de desigualdade que registavam nos anos anteriores, ainda o desafio de estender continua a ser mais um “ longo caminho por percorrer “.












Bibliografia

ü  FERRARO, Aliceu Ravanello. Genero e Alfabetização no Brasil de 1940 a 2000 – História quantitativa da relação.
Disponivel em http//.www. unilasalle.edu.br.genero e alfabetizacao/; Acesso em 9/03/10
ü  UNESCO. Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos. Brasil 2006
ü  Alfabetizaçào no Mundo:
Disponível em: http://www.indexmundi.com/pt/mundo/taxa_de_alfabetizacao.html). Acesso: 9/03/2010.



[1] Política de Género e Estratégia de implementação
[2] United Nations for Education, Science and Culture Organization
[3] Marco da declaração de Dakar que visa dar oportunidade a Crianças, Jovens e Adultos de todo o mundo o acesso `a Educação básica.

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