Método de trabalho independente em Educação
Por:
António Pedro
1.1
Definição
Segundo LIBÂNEO ( ) “ O método de trabalho
independente dos alunos consiste de tarefa dirigidas e orientadas pelo
professor, para que os alunos as resolvam de modo relativamente independente e
criador”. Este pressupõe determinados conhecimentos, compreensão da tarefa e do
seu objectivo, a domínio do rnétodo de solução, de modo que os alunos possam aplicar conhecirnentos e habilidades sem a
orientação directa do professor.
O aspecto mais importante do trabalho independente
é a actividade mental dos alunos, qualquer que seja a modalidade de tarefa
planejada pelo professor para estudo individual.
Em alunos de várias séries de ensino
numa mesma classe, os professores são obrigados a dar tarefas de estudo
independente para uma turma enquanto dão a aula expositiva para outra. Esse trabalho
individual é silencioso e em muitas
vezes usa-se mais para manter os alunos
“ocupados” que para garantir melhor assimilação da matéria, aprimoramento de
método independentes de estudo e solução criativa de problemas ou tarefas.
Em outros casos, ocorre na mesma sala onde o professor dá a aula,
prejudicando atenção e a concentração dos que trabalham individualmente.
Para que trabalho independente seja, de facto, um método pedagógico, é
preciso que seja planificado em correspondência com os objectivos, conteúdos e
outros procedimentos metodológicos.
1.2 Tarefas do trabalho
Independente
O trabalho independente pode ser adoptado
em qualquer momento, sequência da unidade didáctica ou aula, corno tarefa: preparatória, assimilação do conteúdo ou de
elaboração pessoal. ( Cfr LIBANEO : )
1.2.1 Na tarefa preparatória
Os alunos escrevem o que pensam
sobre o assunto que será tratado, colhem dados e observações, respondem um
breve questionário ou teste, fazem uma
redacção sobre um tema. Essa tarefa serve a verificar as condições prévias dos
alunos, levantar problemas que depois serão aprofundados, despertar o interesse
pelo assunto, provocar urna atitude interrogativa do aluno etc.
1.2.2 As tarefas de assimilação do conteúdo
São conjunto de actividades constituídas por: exercícios de aprofundamento
e aplicação dos temas já tratados; estudo dirigido; solução de programas ,
pesquisa com base num problema novo; leitura do texto do livro, desenho de e tapas
depois de uma aula de Geografia etc.
Tarefas desse tipo devem ser intercaladas no decorrer da aula expositiva ou
aula de conversação: o professor interrompe a aula e intercala alguns minutos
de trabalho individual ou em duplas de alunos.
Os resultados desta tarefa podem não ser perfeitos ou correctos, mas mesmo
os erros cometidos e as soluções correctas servem para preparar os alunos para
rever conhecimentos e assimilar a
solução correcta.
1.2.3 As tarefas de elaboração pessoal
São exercícios nos quais os alunos conduzem respostas surgidas do seu
próprio pensamento. O modo prático solicitar esse tipo de tarefa é fazer uma
pergunta ao aluno que o leve pensar: “ o que aconteceria se...” , “ o que devemos
fazer quando. . .” ,” para que vive..”.
O aluno também pode relatar o que
viu ou observou (urna planta, animal, uma experiência urna visita, um estudo do
meio) ou contar o que aprendeu.
1.3 Condições para o uso do
trabalho Independente
Para que o trabalho independente cumpra a sua função didáctica são necessárias
condições prévias. O professor precisa:
ü Dar
tarefas claras, compreensíveis e adequadas, a altura dos conhecimentos e da
capacidade de raciocínio dos alunos;
ü Assegurar
condições de trabalho (local, silêncio, material disponível etc.);
ü Acompanhar
de perto (as vezes individualmente) o trabalho;
ü Aproveitar
o resultado das tarefas para toda a classe.
Os alunos, por sua vez, devem:
ü Saber
precisamente o que fazer e corno trabalhar;
ü Dominar
as técnicas do trabalho (corno fazer a leitura de um texto, como utilizar o
dicionário ou a enciclopédia, corno fazer observação ou experimento de um fenómeno,
como fazer resumo, como destacar ideias principais e ideias secundárias, desenvolver
atitudes de ajuda mútua) não apenas para
assegurar o desempenho de trabalho na classe, mas também para pedir ou receber
auxílio do colegas.
Uma das formas didácticas mais comuns para pôr em prática o trabalho
independente e auxiliar no desenvolvimento mental dos alunos é o estudo
dirigido individual ou em duplas de alunos. Ele se cumpre fisicamente por meio
de duas funções: a realização de exercícios e tarefas de reprodução de conhecimentos
e habilidades que se seguem a explicação do professor e a elaboração pessoal de
novos conhecimentos, a partir de questões sobre problemas diferentes daqueles
resolvidos em classe.
1.4 O estudo dirigido
procura:
ü Desenvolver habilidades e hábitos de
trabalho independente e criativo sistematizar e consolidar conhecimentos,
habilidades e hábitos;
ü Possibilitar a cada aluno,
individualmente, resolver problemas;
ü Vencer dificuldades e desenvolver métodos próprios
de aprendizagem;
ü Possibilitar aos alunos o desenvolvimento
da capacidade de trabalhar de forma livre e criativa, com os conhecimentos adquiridos,
aplicando-os a situações novas, referentes a problemas do dia a dia da sua vivência
e a problemas mais amplos da vida social;
ü Possibilitar ao professor a observação de
cada aluno em suas dificuldades e progressos, bem como a verificação da
eficácia do seu próprio trabalho na condução do ensino.
1.5 Funções do estudo dirigido
A primeira função do estudo dirigido é a realização de exercícios e tarefas
de reprodução de conhecimentos e habilidades, seguindo-se a exposição verbal,
demonstração, ilustração ou exemplificação, que são formas didácticas do método
expositivo. A combinação da explicação do professor com exercícios é um recurso
necessário para uma boa consolidação dos conhecimentos.
Antes, portanto, de o aluno realizar uma actividade de reprodução do
material assimilado (por exemplo, separar as partes de uma planta), são
necessários conhecirnentos já organizados sobre a planta e suas partes, bem
como sobre o modo de proceder na análise e descrição das funções de cada
planta. Evidentemente, na fase de explicação verbal o professor já possibilita
a actividade cognoscitiva dos alunos, explorando os seus conhecimentos prévios
e a sua vivência em relação as plantas, bem como os factos sociais que envolvem
esse assunto. Mas o estudo dirigido, para levar a elaboração pessoal do aluno
por meio de exercícios e tarefas de classe ou o mesmo procedimento deve ser
aplicado em relação a tarefas na forma de testes que são colocados, frequentemente,
nos livros didácticos actuais. Esse tipo de exercício pode ser útil para
combinar a exposição verbal do professor e a actividade dos alunos, mas supõe
uma sólida compreensão e assimilação do assunto, sem o que as respostas ficam
mecânicas, e levar a consolidação dos conhecimentos.
A segunda função do estudo dirigido é proposição de questões que os a1unos
possam resolver criativamente, de modo que assimilem o processo de busca de soluções
de problemas. Esse tipo de estudo dirigido consiste de uma tarefa cuja solução
e cujo resultado são desconhecidos para o aluno; mas, dispondo de conhecimentos
e habilidades já assimilados, ele pode buscar a sua solução. As questões ou
problemas devem, pois, ser compatíveis com as capacidades e possibilidades dos
alunos.
O procedimento de investigação e solução de problemas contém seguintes
elementos: colocação do problema; colecta de dados e informações para tomá-lo
bem caracterizado; identificação de possíveis soluções; e escolha de soluções
viáveis em face das condições existentes (conhecimentos tecnologia disponíveis,
possibilidades concretas de actuação sobre o problema).
O uso desta técnica visa não apenas a aplicação de conhecimentos a questões
novas no âmbito da matéria, mas também a situações da vida ática. Favorece o
desenvolvimento das capacidades criadoras e incentiva atitude de participação
dos alunos na problemática que afecta a vida colectiva estimula o comportamento crítico perante os factos
da realidade social.
A aplicação deste procedimento no decorrer das aulas, seja individualmente
ou em grupos, requer a colocação de tarefas simples que possam ser resolvidas
em curto espaço de tempo.
Tratando-se de problemas ou etapas mais complexas, devem ser realizados no
decorrer de um trimestre ou semestre, em
grupos, e desenvolvidos paralelamente a prograrnação normal das aulas.
1.6 Requisitos para o estudo
dirigido
Qualquer que seja a forma do estudo dirigido, devem ser observados alguns
requisitos: ter claros os objectivos e os resultados esperados; corresponder
aos conteúdos da matéria; observar o tempo disponível; ter os meios de trabalho
a mão (livros, mapas, ilustrações, dicionários, atlas etc.); utilizar
resultados obtidos no trabalho de cada aluno para a classe toda.
O estudo dirigido deve começar, sempre, com uma orientação da tarefa da de
leitura de um texto, questões de compreensão de texto, exercícios (Ex: classifique,
consulte, escreva etc.) e questões ou perguntas e clareza e precisão (o que é,
por quê, quando, onde, como temente, a orientação da tarefa deve ser escrita.
Os alunos realizarão a tarefa silenciosamente (as vezes em duplas). O professor
percorre a classe observando como: está resolvendo as questões.
Pode dar algum esclarecimento deixar
o aluno buscar as soluções sozinho, mesmo que sejam erradas. “Após o término da
tarefa, é necessário retomar aos erros e corrigi-los. As vezes a matéria deve
ser revisada, os conhecimentos.
Outras formas de trabalho independente são a pesquisa escolar (resposta a questões
com consultas enciclopédias) e a instrução programada. As fichas didácticas
englobam fichas de noções, de correcção. Cada tema estudado recebe uma
numeração, de sequência do programa. Os alunos vão estudando os conteúdos; os exercícios e comparando as suas respostas
com as que nas fichas de correcção.
Sem comentários:
Enviar um comentário