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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Método de trabalho independente em Educação


Método de trabalho independente em Educação
Por: António Pedro

1.1  Definição

Segundo LIBÂNEO ( ) “ O método de trabalho independente dos alunos consiste de tarefa dirigidas e orientadas pelo professor, para que os alunos as resolvam de modo relativamente independente e criador”. Este pressupõe determinados conhecimentos, compreensão da tarefa e do seu objectivo, a domínio do rnétodo de solução, de modo que os alunos possam  aplicar conhecirnentos e habilidades sem a orientação directa do professor.

O aspecto mais importante do trabalho independente é a actividade mental dos alunos, qualquer que seja a modalidade de tarefa planejada pelo professor para estudo individual.

Em  alunos de várias séries de ensino numa mesma classe, os professores são obrigados a dar tarefas de estudo independente para uma turma enquanto dão a aula expositiva para outra. Esse trabalho individual  é silencioso e em muitas vezes usa-se  mais para manter os alunos “ocupados” que para garantir melhor assimilação da matéria, aprimoramento de método independentes de estudo e solução criativa de problemas ou tarefas.
Em outros casos, ocorre na mesma sala onde o professor dá a aula, prejudicando atenção e a concentração dos que trabalham individualmente.
Para que trabalho independente seja, de facto, um método pedagógico, é preciso que seja planificado em correspondência com os objectivos, conteúdos e outros procedimentos metodológicos.

1.2 Tarefas do trabalho Independente
O  trabalho independente pode ser adoptado em qualquer momento, sequência da unidade didáctica ou aula, corno tarefa:  preparatória, assimilação do conteúdo ou de elaboração pessoal. ( Cfr LIBANEO : )



1.2.1 Na tarefa preparatória
 Os alunos escrevem o que pensam sobre o assunto que será tratado, colhem dados e observações, respondem um breve questionário  ou teste, fazem uma redacção sobre um tema. Essa tarefa serve a verificar as condições prévias dos alunos, levantar problemas que depois serão aprofundados, despertar o interesse pelo assunto, provocar urna atitude interrogativa do aluno etc.

1.2.2 As tarefas de assimilação do conteúdo
São conjunto de actividades constituídas por: exercícios de aprofundamento e aplicação dos temas já tratados; estudo dirigido; solução de programas , pesquisa com base num problema novo; leitura do texto do livro, desenho de e tapas depois de uma aula de Geografia etc.
Tarefas desse tipo devem ser intercaladas no decorrer da aula expositiva ou aula de conversação: o professor interrompe a aula e intercala alguns minutos de trabalho individual ou em duplas de alunos.
Os resultados desta tarefa podem não ser perfeitos ou correctos, mas mesmo os erros cometidos e as soluções correctas servem para preparar os alunos para rever  conhecimentos e assimilar a solução correcta.

1.2.3 As tarefas de elaboração pessoal
São exercícios nos quais os alunos conduzem respostas surgidas do seu próprio pensamento. O modo prático solicitar esse tipo de tarefa é fazer uma pergunta ao aluno que o leve pensar: “ o que aconteceria se...” , “ o que devemos fazer quando. . .”  ,” para que vive..”.
O  aluno também pode relatar o que viu ou observou (urna planta, animal, uma experiência urna visita, um estudo do meio) ou contar o que aprendeu.

1.3 Condições para o uso do trabalho Independente
Para que o trabalho independente cumpra a sua função didáctica são necessárias condições prévias. O professor precisa:
ü  Dar tarefas claras, compreensíveis e adequadas, a altura dos conhecimentos e da capacidade de raciocínio dos alunos;
ü  Assegurar condições de trabalho (local, silêncio, material disponível etc.);
ü  Acompanhar de perto (as vezes individualmente) o trabalho;
ü  Aproveitar o resultado das tarefas para toda a classe.

Os alunos, por sua vez, devem:
ü  Saber precisamente o que fazer e corno trabalhar; 
ü  Dominar as técnicas do trabalho (corno fazer a leitura de um texto, como utilizar o dicionário ou a enciclopédia, corno fazer observação ou experimento de um fenómeno, como fazer resumo, como destacar ideias principais e ideias secundárias, desenvolver atitudes de ajuda mútua)  não apenas para assegurar o desempenho de trabalho na classe, mas também para pedir ou receber auxílio do colegas.

Uma das formas didácticas mais comuns para pôr em prática o trabalho independente e auxiliar no desenvolvimento mental dos alunos é o estudo dirigido individual ou em duplas de alunos. Ele se cumpre fisicamente por meio de duas funções: a realização de exercícios e tarefas de reprodução de conhecimentos e habilidades que se seguem a explicação do professor e a elaboração pessoal de novos conhecimentos, a partir de questões sobre problemas diferentes daqueles resolvidos em classe.

1.4 O estudo dirigido procura:
ü  Desenvolver habilidades e hábitos de trabalho independente e criativo sistematizar e consolidar conhecimentos, habilidades e hábitos;
ü  Possibilitar a cada aluno, individualmente, resolver problemas;
ü   Vencer dificuldades e desenvolver métodos próprios de aprendizagem;
ü  Possibilitar aos alunos o desenvolvimento da capacidade de trabalhar de forma livre e criativa, com os conhecimentos adquiridos, aplicando-os a situações novas, referentes a problemas do dia a dia da sua vivência e a problemas mais amplos da vida social;
ü  Possibilitar ao professor a observação de cada aluno em suas dificuldades e progressos, bem como a verificação da eficácia do seu próprio trabalho na condução do ensino.

1.5  Funções do estudo dirigido
A primeira função do estudo dirigido é a realização de exercícios e tarefas de reprodução de conhecimentos e habilidades, seguindo-se a exposição verbal, demonstração, ilustração ou exemplificação, que são formas didácticas do método expositivo. A combinação da explicação do professor com exercícios é um recurso necessário para uma boa consolidação dos conhecimentos.
Antes, portanto, de o aluno realizar uma actividade de reprodução do material assimilado (por exemplo, separar as partes de uma planta), são necessários conhecirnentos já organizados sobre a planta e suas partes, bem como sobre o modo de proceder na análise e descrição das funções de cada planta. Evidentemente, na fase de explicação verbal o professor já possibilita a actividade cognoscitiva dos alunos, explorando os seus conhecimentos prévios e a sua vivência em relação as plantas, bem como os factos sociais que envolvem esse assunto. Mas o estudo dirigido, para levar a elaboração pessoal do aluno por meio de exercícios e tarefas de classe ou o mesmo procedimento deve ser aplicado em relação a tarefas na forma de testes que são colocados, frequentemente, nos livros didácticos actuais. Esse tipo de exercício pode ser útil para combinar a exposição verbal do professor e a actividade dos alunos, mas supõe uma sólida compreensão e assimilação do assunto, sem o que as respostas ficam mecânicas, e levar a consolidação dos conhecimentos.

A segunda função do estudo dirigido é proposição de questões que os a1unos possam resolver criativamente, de modo que assimilem o processo de busca de soluções de problemas. Esse tipo de estudo dirigido consiste de uma tarefa cuja solução e cujo resultado são desconhecidos para o aluno; mas, dispondo de conhecimentos e habilidades já assimilados, ele pode buscar a sua solução. As questões ou problemas devem, pois, ser compatíveis com as capacidades e possibilidades dos alunos.
O procedimento de investigação e solução de problemas contém seguintes elementos: colocação do problema; colecta de dados e informações para tomá-lo bem caracterizado; identificação de possíveis soluções; e escolha de soluções viáveis em face das condições existentes (conhecimentos tecnologia disponíveis, possibilidades concretas de actuação sobre o problema).
O uso desta técnica visa não apenas a aplicação de conhecimentos a questões novas no âmbito da matéria, mas também a situações da vida ática. Favorece o desenvolvimento das capacidades criadoras e incentiva atitude de participação dos alunos na problemática que afecta a vida colectiva  estimula o comportamento crítico perante os factos da realidade social.
A aplicação deste procedimento no decorrer das aulas, seja individualmente ou em grupos, requer a colocação de tarefas simples que possam ser resolvidas em curto espaço de tempo.
Tratando-se de problemas ou etapas  mais complexas, devem ser realizados no decorrer de um trimestre  ou semestre, em grupos, e desenvolvidos paralelamente a prograrnação normal das aulas.



1.6 Requisitos para o estudo dirigido
Qualquer que seja a forma do estudo dirigido, devem ser observados alguns requisitos: ter claros os objectivos e os resultados esperados; corresponder aos conteúdos da matéria; observar o tempo disponível; ter os meios de trabalho a mão (livros, mapas, ilustrações, dicionários, atlas etc.); utilizar resultados obtidos no trabalho de cada aluno para a classe toda.
O estudo dirigido deve começar, sempre, com uma orientação da tarefa da de leitura de um texto, questões de compreensão de texto, exercícios (Ex: classifique, consulte, escreva etc.) e questões ou perguntas e clareza e precisão (o que é, por quê, quando, onde, como temente, a orientação da tarefa deve ser escrita.  
Os alunos realizarão a tarefa silenciosamente (as vezes em duplas). O professor percorre a classe observando como: está resolvendo as questões.
 Pode dar algum esclarecimento deixar o aluno buscar as soluções sozinho, mesmo que sejam erradas. “Após o término da tarefa, é necessário retomar aos erros e corrigi-los. As vezes a matéria deve ser revisada, os conhecimentos.
Outras formas de trabalho independente são a pesquisa escolar (resposta a questões com consultas enciclopédias) e a instrução programada. As fichas didácticas englobam fichas de noções, de correcção. Cada tema estudado recebe uma numeração, de sequência do programa. Os alunos vão estudando os conteúdos;  os exercícios e comparando as suas respostas com as que nas fichas de correcção.

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