andragogia

Conceitos chaves em andragogia

terça-feira, 16 de julho de 2013

Perfil do Graduado em Educacao de Adultos (Licenciatura)



Perfil profissional do graduado em Educação de Adultos com Habilitações em Educação e Desenvolvimento Comunitário

O curso de Licenciatura em Educação de Adultos com Habilitação em Educação e Desenvolvimento Comunitário proporcionará aos cursantes uma formação teórica de base e conhecimentos práticos que permitam ao licenciado conhecer as áreas científicas que se relacionam com o exercício da profissão de educador de adultos, aplicando as metodologias modernas de alfabetização e abordagem profissional da aprendizagem dos adultos para os diferentes fins e contextos.
Deste modo, o Licenciado em Educação de Adultos com Habilitação em Educação e Desenvolvimento Comunitário, desenvolverá as seguintes tarefas ocupacionais:

  • Alfabetizar jovens e adultos;
  • Desenhar, implementar e monitorar programas, currículos e projectos de educação de adultos e de educação não-formal;
  • Administrar, gerir (ou coordenar) e supervisionar actividades, instituições e programas de educação de jovens e adultos;
  • Realizar pesquisas relevantes em prol do melhoramento da área de educação de adultos nos vários sectores da vida social;
  • Formar/capacitar alfabetizadores e educadores de adultos;
  • Participar na concepção de políticas e estratégias de educação de adultos.
  • Concepção e elaboração de programas de formação de jovens e adultos;
  • Desenvolvimento e implementação de métodos participativos;
  • Investigação em áreas prioritárias para a resolução de problemas relacionados com a educação de jovens e adultos;
  • Produção de materiais instrucionais;
  • Planificação e gestão de projectos de desenvolvimento das comunidades Rurais e Urbanas com recurso as condições locais;
  • Propor novas estratégias em educação de jovens e adultos;
  • Produzir reflexões sobre o currículo em educação de jovens e adultos e propor alterações possíveis no actual currículo;
  • Identificar outras formas flexíveis de fazer a alfabetização e educação de jovens e adultos.
  •  Montagem de oficinas pedagógicas e banco de dados sobre a alfabetização e educação de adultos em Moçambique.


O Licenciado em Educação de Adultos com Habilitação em Educação e Desenvolvimento Comunitário realizará estas tarefas profissionais em instituições de:

  •  Diferentes níveis de administração e gestão da educação, nomeadamente: Ministérios, Direcções Provinciais, Direcções Distritais e estabelecimentos de formação/capacitação em educação de adultos;
  • Organismos socio-culturais, empresariais (incluindo ONG’s) que tenham programas de educação de adultos e educação não-formal assim como em programas de desenvolvimento comunitário.
Fonte: Currículo Do Curso de Licenciatura em Educação de Adultos com Habilitação em Educação e Desenvolvimento Comunitário
 

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Educação Ambiental Não-formal para Jovens e Adultos: Caso Município de Nampula, 2008 a 2012




António Pedro













Educação Ambiental Não-formal para Jovens e Adultos: Caso Município de Nampula, 2008 a 2012

Licenciatura em Educação de Adultos












Universidade Pedagógica
Nampula
2013
 



i
 
António Pedro









Educação Ambiental Não-formal para Jovens e Adultos: Caso Município de Nampula, 2008 a 2012

Monografia apresentada ao Departamento de Ciências de Educação e Psicologia da Universidade Pedagógica Delegação de Nampula, para obtenção do grau académico de Licenciatura em Educação de Adultos 

Supervisor:

dr  João Salomão Dombole
 











Universidade Pedagógica
Nampula
2013

 ii

Índice

Lista de símbolos e abreviaturas----------------------------------------------------------------iv

Lista de mapas, tabelas e gráficos---------------------------------------------------------------v

Declaração de honra--------------------------------------------------------------------------------vi

Dedicatória--------------------------------------------------------------------------------------------vii

Agradecimentos--------------------------------------------------------------------------------------viii

Resumos------------------------------------------------------------------------------------------------ix

Introdução----------------------------------------------------------------------------------------------10

CAPÍTULO I-------------------------------------------------------------------------------------------12

1.1         PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS---------------------------------------------12

1.1.1 Delimitação do tema e objecto de estudo----------------------------------------------12

1.1.2     Contextualização----------------------------------------------------------------------------12

1.1.2.1 Localização e divisão administrativa da cidade de Nampula-------------------12

1.1.3 Problematização------------------------------------------------------------------------------14

1.1.4 Justificativa ------------------------------------------------------------------------------------15

1.1.5     Objectivos-------------------------------------------------------------------------------------16

1.1.5.1Objectivo geral-------------------------------------------------------------------------------17

1.1.5.2 Objectivos específicos -------------------------------------------------------------------17

1.1.6 Hipóteses, variáveis e indicadores ------------------------------------------------------17

1.1.2 Metodologia de Investigação--------------------------------------------------------------18

1.1.2.1 Tipo de Pesquisa---------------------------------------------------------------------------19

1.1.2.2 Métodos --------------------------------------------------------------------------------------20

1.1.2.3 Universo e Amostra------------------------------------------------------------------------22

1.1.2.4 Análise e interpretação de dados------------------------------------------------------23

CAPÍTULO II------------------------------------------------------------------------------------------25

iii
2.1 REVISÃO DA LITERATURA-----------------------------------------------------------------25
2.1.1 Fundamentação teórica---------------------------------------------------------------------25

2.1.1.1 Educação ------------------------------------------------------------------------------------25

2.1.1.2 Educação Ambiental ----------------------------------------------------------------------26

2.1.1.3 Educação Não-Formal--------------------------------------------------------------------28

2.1.1.4 Educação de Adultos----------------------------------------------------------------------31

2.1.1.5 Educação Ambiental Não - formal para Jovens e Adultos-------------- --------32

2.1.1.6 A Educação ambiental Não-formal na cidade de Nampula---------------------41

CAPÍTULO III------------------------------------------------------------------------------------------42

3.1 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS -----------------42

3.1.1 O uso de métodos informativos na educação ambiental de jovens e adultos é influenciado pelas limitações de natureza técnica dos educadores ambientais---43

3.1.1.1 Limitações de natureza técnica dos educadores ambientais-------------------43

3.1.1.2 Uso de métodos informativos na educação ambiental de jovens e adulto--46

3.1.2 Os critérios dos doadores de educação ambiental foram determinantes na escolha de estratégias inadequadas na EA para jovens e adultos -------------------------------------49

3.1.2.1 Estratégias inadequadas na Educação Ambiental Não-formal-----------------49

3.1.2.2 Critérios dos doadores de Educação Ambiental-----------------------------------51

Conclusões e Sugestões --------------------------------------------------------------------------54

Bibliografia---------------------------------------------------------------------------------------------57

Apêndices




iv
Lista de símbolos e abreviaturas
CDS-Zonas Urbanas – Centro de Desenvolvimento Sustentável para as Zonas Urbanas

CMN - Conselho Municipal de Nampula

CONFINTEA – Conferência Internacional de Educação de Adultos

EA - Educação Ambiental

ECODEA – Estratégia de Comunicação, Divulgação e Educação Ambiental Km2  - Quilómetros quadrados

EJA – Educação de Jovens e Adultos

ENF – Educação Não Formal

ENT – Entrevistado

OCB - Organização Comunitária de Base

ONG – Organização  Não Governamental

MICOA – Ministério para Coordenação da Acção Ambiental

MINED – Ministério da Educação

N - Número

PDA – Programa de Desenvolvimento Autárquico

PECODA – Programa de Educação, Comunicação e Divulgação Ambiental

UATAF – Unidade de Assistência Técnica da Alfabetização Funcional

UCM – Universidade Católica de Moçambique

UNESCO - United Nations for Education, Science and Culture Organization (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura)



 v
Lista de mapas, tabelas, e gráficos
Mapa 1: Divisão Administrativa do Município de Nampula. Pag 13

Tabela 1: Hipóteses, variáveis e indicadores do problema. Pag. 18

Tabela 2: Amostra dos entrevistados na pesquisa Pag 23

Tabela 3: Métodos, objectivos e intervenientes das metodologias no âmbito da Educação Ambiental param Jovens e Adultos. Pag 38

Tabela 4: Os implementadores e as formas de implementação dos programas de EA na cidade de Nampula. Pag 53

Gráfico 1: Fraquezas de natureza técnica dos educadores ambientais na visão dos gestores em percentagem. Pag.43

Gráfico 2: Fraquezas de natureza técnica dos educadores ambientais segundo munícipes. Pag. 44

Gráfico 3: Grau de formação dos educadores ambientais em percentagem  Pag. 45

Gráfico 4: Métodos privilegiados pelas instituições na Educação Ambiental de acordo gestores. Pag. 47

Gráfico 5: Metodologias usadas nos programas de Educação Ambiental segundo munícipes. Pag. 48

Gráfico 6: Estratégias inadequadas param Educação Ambiental na visão dos gestores. Pag. 50

Gráfico 7: Estratégias privilegiadas na Educação Ambiental de acordos educadores. Pag. 50

Gráfico 8: Critérios dos doadores dos programas de Educação Ambiental. Pag. 52






vi
Declaração de honra


Declaro que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.

Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção de qualquer grau académico.



Nampula, aos 20 de Março de 2013

_____________________________________

António Pedro






vii
Dedicatória


Dedico o trabalho a minha família e em especial a minha filha Antónia António Pedro “ Tónia”, pelo amor de Pai que ainda a devo e ser fonte da minha força de vontade.








viii
Agradecimentos
Os agradecimentos vão para todos aqueles que directa ou indirectamente me apoiaram e me deram força durante o período de formação pois houve forças contrárias mas que foram possíveis superar com ajuda deles. Mas de uma forma especial gostaria de agradecer:

·         Ao supervisor do trabalho, dr João Salomão, Dombole, que foi uma pessoal chave no processo de elaboração da monografia. Enquanto supervisor soube orientar didáctica e pedagogicamente aos seus supervisionandos (eu e meus colegas), mostrando-se aberto e disponível na maior parte de tempo que procuramos por ele para tal fim.

·         `A Direcção do CDS-Zonas Urbanas, em especial ao Director do Centro (que me apoiou dando-me oportunidade para frequentar um curso de regime regular enquanto funcionário daquela instituição e ao meu Chefe do Departamento, o Dr Adalberto Moulinho, que me deu força várias vezes para que ingressasse no nível superior;

·         Aos gestores das instituições que promovem a educação ambiental na Província e cidade de Nampula nomeadamente: Director Provincial do Meio Ambiente (Sr Armindo Chauque), Director da Direcção do Meio Ambiente Agua e Energia do CMN (Sr Caetano Miguel), Coordenador do Programa de Desenvolvimento Autárquico (Sr Carlos Roque), Chefe do Departamento  de Formação e Divulgação (Sr Adalberto Moulinho) e Coordenador Técnico do Fórum Terra (Sr Gració). A estes o agradecimento vai por terem colaborado não só em conceder a entrevista mas também por terem contribuições relevantes sobre os desafios para a educação ambiental não formal.

·         A senhora Fátima Dias, Chefe de programas da Rádio Moçambique em Nampula, que depois de responder o questionário se interessou pelo tema e convidou para participar no seu programa “ Conversa com um amigo” para falar sobre o mesmo.

·         Finalmente a minha família nomeadamente: Pedro Uóquina (meu Pai), Quibibi Ali Rachide Pedro (minha esposa) e Antónia A. Pedro (minha filha) que soube ter paciência nos momentos em precisando de mim e eu não pude por causa dos estudos


ix
  Resumo
A abordagem do presente estudo insere-se na perspectiva de apreensão e compreensão, com vista a colaborar com discussão e reflexão sobre a Educação Ambiental Não - formal direccionadas a jovens e adultos na cidade de Nampula no período compreendido entre 2008 a 2012. Olhando para os programas levados a cabo, percebe-se as estratégias e métodos utilizados pelos diferentes actores foram inadequadas e com vista a encontrar alternativas de solução do problema, neste trabalho, pretende-se explicar os factores que influenciaram a escolha das estratégias e métodos usados. Para a produção do trabalho foi usada para a abordagem dois métodos: empírico através de três técnicas (questionários, entrevistas e inquéritos) e teórico através de duas técnicas (análise-síntese e indutivo). A amostra foi representativa feita a 40 munícipes de entre eles 5 gestores, 11 educadores e 24 moradores escolhidos aleatoriamente. Da análise e interpretação feita sobre os dados percebe-se que os educadores apresentam limitações técnicas o que leva ao privilégio de métodos informativos e que os critérios impostos pelos doadores influenciam na escolha estratégias (que se apresentam inadequadas), o que vem comprovar as hipóteses levantadas. Neste sentido, pode se concluir que os critérios dos doadores e as limitações dos educadores ambientais, influenciaram a tal escolha. Para ultrapassar este sugere-se que as instituições potenciem os sectores de educação ambiental com recursos humanos qualificados; as instituições de investigação devem fazer estudos para incrementar novos métodos; a escolha de estratégias deve ser feita junto dos beneficiários e que devem ser criados ao nível das comunidades Fóruns e Núcleos locais de educação ambiental.

Palavras-chave: Educação, Ambiente, Educador, Metodologias, Não-formal, Palestras.

 10

Introdução

O presente trabalho insere-se no contexto da conclusão de curso de graduação em Licenciatura pela Universidade pedagógica, focando sua abordagem a um assunto específico e designa os limites da investigação.

O tema da presente monografia debruça-se sobre a Educação Ambiental Não - formal direcionada a jovens e adultos realizada no Município de Nampula, numa perspectiva de análise e revisão das estratégias e metodologias usadas, no período entre 2008 a 2012.

Na cidade de Nampula e durante o período em referência, foram levados a cabo vários programas de educação ambiental nos bairros. Mas olhando para a atitude dos munícipes perante o ambiente, pode-se perceber que estas estratégias e métodos não criaram sensibilidade nos mesmos para seu envolvimento na gestão ambiental, o que leva a seguinte questão: Que factores influenciaram a escola de estratégias usadas nos programas de educação Ambiental Não-formal para jovens e adultos 

Com base neste problema, define-se como objectivo geral o seguinte: Analisar os factores que influenciaram na escolha de estratégia usadas nos programas de Educação Ambiental Não-formal direcionada a jovens e adultos. Muito especificamente tem-se como objectivos: Levantar informações sobre as diferentes metodologias usadas pelos fazedores de educação ambiental não-formal; Descrever como foram escolhidas as estratégias e métodos usados; e Sugerir metodologias a ter em conta em futuros programas de educação ambiental Não- formal para jovens e adultos.

Como hipóteses que se levantam sobre o problema consideram-se duas, nomeadamente: que o uso de métodos informativos na educação ambiental de jovens e adultos tem como causa a fraca capacidade técnica dos educadores ambientais e que os critérios dos doadores de Educação Ambiental influenciaram na escolha de estratégias inadequadas e métodos informativos.

Os procedimentos metodológicos usados pelo autor para a recolha de dados, os instrumentos e o universo e amostra, estão desenvolvidos no primeiro capítulo da monografia tal como se orienta na Universidade Pedagógica.

Sobre as teorias que fundamentam o presente trabalho, poderão ser encontradas no segundo capítulo do trabalho em que se procura apresentar aquelas que mais se relacionam com o tema da pesquisa e foi feita com base na revisão da literatura, a definição de termos e de conceitos essenciais para o trabalho.

A presente monografia depois da introdução está estruturada em três (3) capítulos com os seguintes assuntos: No capítulo um (I) apresentam-se os procedimentos metodológicos usados em que se caracteriza como foi feita pesquisa sob o ponto de vista de (i) tipo de pesquisa; (ii) as metodologias que foram usadas; (iii) o universo que foi estudado incluindo a respectiva amostra; (iv) as técnicas a usadas e os instrumentos de recolha de dados; e (v) a forma concebida para análise e interpretação de dados que foram recolhidos no campo; No capítulo dois (II), faz-se a fundamentação teórica do tema na qual se faz a revisão bibliográfica sobre o mesmo. Finalmente no terceiro capítulo (III) faz-se a apresentação e análise de dados no qual são apresentados analisados e interpretados os dados obtidos de forma concisa. Finalmente nesta parte textual são apresentadas as conclusões a que se chega e a sugestões para a melhoria dos programas de Educação Ambiental Não-formal em geral e para jovens e adultos na cidade de Nampula em particular.

Na parte pós-textual, apresenta-se a bibliografia das obras consultadas de autores sobre a matéria e os instrumentos de recolha de dados usados em forma de apêndices na parte final.

Como conclusão a que estudo chega é que duas razões terão influenciado na escolha de estratégias inadequadas e métodos com carácter meramente informativo: os critérios impostos pelos doadores vs parceiros dos programas e a fraca capacidade técnica das instituições e dos próprios educadores ambientais.





 CAPÍTULO I

1.1         PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A apresentação de procedimentos metodológicos num trabalho de natureza científica é imprescindível uma vez que visa demostrar como se irá proceder o trabalho. No presente trabalho e neste capítulo pretende se apresentar as razões do tema com destaque para a metodologia de investigação tomando em conta o tipo de pesquisa, os métodos que foram usados, o universo e amostra. Finalmente apresenta-se como foi feita a análise e interpretação de dados


1.1.1 Delimitação do tema e objecto de estudo

O tema da presente monografia debruça-se sobre a educação ambiental não formal direccionada a jovens e adultos realizada no Município de Nampula, numa perspectiva de análise e revisão das estratégias e metodologias usadas, no período entre 2008 a 2012.


1.1.2 Contextualização

Tomando em conta que nos últimos anos foram levados a cabo na cidade de Nampula vários programas de Educação Ambiental direccionados a jovens e Adultos fora do contexto escolar, a presente monografia analisa as razões que influenciaram com que fossem privilegiadas estratégias inadequadas e métodos com caracter meramente informativos pelos diferentes intervenientes nos mesmos, tomando em conta as metodologias ligados a educação de jovens e adultos (Andragogia).

1.1.2.1 Localização e divisão administrativa da cidade de Nampula

A Cidade de Nampula, capital administrativa da província do mesmo nome, é o maior centro urbano da região norte do país. Situa-se no centro da província de Nampula, entre 15º 01'35" e 15º 13'15" de latitude Sul e entre 39º 10' 00" e 39º 23' 28" de Longitude.

Ela está implantada numa cumeeira, com cerca de 400 metros de altitude, que divide as grandes bacias dos Rios Monapo e Meluli. A cidade planeada (“a Cidade de Cimento”), com boa estrutura, ocupa a zona elevada. Está circundada por zonas suburbanas de ocupação não planeada, desenvolvidas sobre o declive e caracterizadas pela falta de controlo ambiental, elevadas densidades e o baixo nível de infra-estruturas e serviços públicos. Fora desta zona, há uma área rural que representa a maior parte da área de jurisdição municipal e a área municipal da Cidade de Nampula estende-se numa superfície total de 404 km².

Segundo dados do III Recenseamento Geral de População e Habitação indicam uma população de cerca de 471.717 habitantes em 2007, o que significa uma taxa média de crescimento populacional de 4.6% por ano e deste universo 264.348 corresponde a população acima de 15 anos de idade, ou seja, jovens e adultos (CDS-Zonas Urbanas:2009).

Mapa 1: Divisão administrativa da cidade de Nampula


Fonte: CDS-Zonas Urbanas: REA:2009

De acordo o Mapa1 acima, a área municipal é dividido em seis Postos Administrativos Urbanos que, por sua vez são divididos em 18 bairros. O Posto Administrativo Central cobre a cidade de cimento, com seis bairros pequenos. Fora disso, a divisão administrativa é de forma radial e cada bairro estende-se do limite do Posto Administrativo Central até ao limite com o Distrito de Nampula. Assim, cada um destes bairros tem uma parte com características suburbanas e outra parte com características rurais.


1.1.3 Problematização

Toda a pesquisa se inicia com algum problema ou indagação, entretanto, ao se afirmar desta maneira, torna-se conveniente esclarecer o significado deste termo. Uma opção bastante corrente, identifica o problema como questão, o que dá imagem uma séria de desencontros e equívocos sobre a natureza dos problemas verdadeiros dos falsos problemas. Na acepção científica, o problema é qualquer situação não resolvida e que é objecto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento. Um problema é de natureza científica quando envolve variáveis que podem ser testadas, observadas e manipuladas. (Gil, 2002).

Como problema que se levanta, é que embora a Organização das Nações Unidas através da UNESCO, coloque um desafio aos países para que promovam programas de educação ambiental virados para jovens e adultos fora do contexto escolar, percebe-se que em muitos países do mundo, tais programas não têm contribuído para a preservação ambiental, associado a vários factores como: a fraqueza nos métodos e estratégias usadas nestes programas.

Em Moçambique, muitos programas de educação ambiental têm sido levados a cabo pelo Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental e outros actores, direccionados as comunidades urbanas em que o foco principal tem sido campanhas de consciencialização. Em contrapartida ainda continua a verificar-se problemas ambientais causados pelo próprio Homem como por exemplo: a ocupação desordenada do espaço e a má gestão de resíduos sólidos (que levam a destruição de vias de acesso e fraco saneamento do meio) no meio o urbano, entre outros problemas.

Olhando para o Município de Nampula, igualmente durante o período de 2008 a 2012 foram levadas a cabo pelas autoridades municipais, o governo provincial, as ONG`s Nacionais e Internacionais e as OCB`s locais, vários programas de Educação Ambiental direccionados a jovens e adultos nos bairros.

As estratégias mais usadas eram campanhas de consciencialização com mensagens meramente informativas realizadas para pequenos grupos e em tempo limitado. Os métodos mais privilegiados eram palestras, canto e dança, distribuição de panfletos e programas radiofónicos. Em contrapartida, olhando para a atitude passiva dos munícipes perante o ambiente, pode-se perceber que estas estratégias não criaram  uma certa sensibilidade nestes. Tomando em conta que estas foram usadas pelas instituições fazedoras de educação ambiental ou pelos educadores ambientais em parceria com outros intervenientes (doadores, parceiros locais, nacionais e internacionais) levanta-se a seguinte questão de partida: Que factores influenciaram a escolha de estratégias inadequadas na educação ambiental não formal para jovens e adultos?


1.1.4 Justificativa

Este tema justifica-se uma vez que os problemas ambientais globais ou localizados, tendem a tomar contornos alarmantes nos nossos dias e a Educação Ambiental é definida pelo Governo de Moçambique, como sendo uma das ferramentas estratégicas importantes para a Gestão Ambiental a todos níveis. Porém, os programas de Educação ambiental para jovens e adultos levados a cabo nas comunidades, ainda pouco têm contribuído para a formação de uma consciência ambiental. Daí a necessidade de reflectir sobre tais factores com vista a propor novas formas para a promoção e gestão de programas de Educação Ambiental para jovens e adultos de forma eficiente e eficaz de acordo a realidade local.

Ao nível nacional, o MICOA como sector que vela pelo ambiente, no âmbito da EA produziu antes e durante o período em referência (entre 2006 a 2009), dois instrumentos orientadores nomeadamente: ECODEA - Que visa uma orientação e uma tomada de novas atitudes individuais, colectivas e sectoriais, face aos problemas ambientais vigentes; e PECODA - Que visa a promoção de uma comunicação ambiental destinada ás comunidades divulgando conhecimento de questões ambientais para conduzir à mudança de atitude.

Neste sentido, a pesquisa pretende contribuir para a aplicação plena destes dois instrumentos para a educação dos cidadãos sobre questões ambientais propondo estratégias e metodologias adequadas para as comunidades locais.

O autor deste trabalho, enquanto estudante do Curso de Educação de Adultos, durante a sua formação académica no período compreendido entre 2009 a 2012, estudou diferentes teorias que sustentam a necessidade de uso de estratégias vs métodos específicos para a Educação de Adultos com destaque para as metodologias interactivas que privilegiam a comunicação.

O mesmo autor, ainda é funcionário de uma instituição pública do sector do ambiente e está afecto a um Departamento que promove a educação ambiental desde o ano de 2006. Neste sentido, a pesquisa encontra um enquadramento técnico – profissional e académico para o seu autor uma vez que irá permitir trazer subsídios para as duas áreas.

Ao descrever tais factores de escolha, pretende-se auxiliar a tomada de decisão a vários níveis sobre as metodologias adequadas para programas específicos de educação ambiental para jovens e adultos, contribuindo desta forma para a sustentabilidade de programas de educação ambiental direccionados `as comunidades no Município de Nampula e não só, pelos vários intervenientes, com vista a maior envolvimento dos cidadãos na solução dos problemas.

1.1.5     Objectivos

Neste ponto, pretende-se apresentar os objectivos que se pretendem aliançar com a monografia, uma vez que toda pesquisa deve ter um objectivo determinado para saber o que vai se procurar e o que se pretende alcançar. Nesta visão, define-se o objectivo geral, que está ligado a uma visão global e abrangente do tema. Este relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenómenos e eventos, quer das ideias estudadas, vinculadas directamente a própria significação da tese proposto pelo projecto.

Para além dos do objectivo geral, definem-se igualmente os objectivos específicos que segundo LAKATOS e MARCONI (1992) ” (…) estes apresentam um carácter concreto, tem a função intermediária e instrumental permitindo de um lado atingir o objectivo geral e de aplicar a situação particular”. Em seguida apresentam-se os objectivos da monografia.

1.1.5.1Objectivo geral

Para a presente pesquisa define-se como objectivo geral o seguinte: Explicar os factores que influenciaram a escolha das estratégias e métodos usados na Educação Ambiental Não-formal para jovens e adultos no Município de Nampula

1.1.5.2 Objectivos específicos

Para a presente monografia com vista a alcançar o objectivo geral, definem-se os seguintes objectivos específicos:

  • Levantar informações sobre as diferentes metodologias usadas pelos fazedores de educação ambiental não-formal;
  • Descrever como foram escolhidas as estratégias e métodos de educação Ambiental; e
  • Sugerir metodologias a ter em conta em futuros programas de educação ambiental Não- formal para jovens e adultos
1.1.6 Hipóteses, variáveis e indicadores

A hipótese define até a onde você quer chegar e, por isso, será a directriz de todo o processo de investigação e ela é sempre uma afirmação, uma resposta possível ao problema proposto.

Segundo SILVA e MENEZES pode-se definir hipótese na seguinte visão:

Hipóteses são suposições colocadas como respostas plausíveis e provisórias para o problema de pesquisa. As hipóteses são provisórias porque poderão ser confirmadas ou refutadas com o desenvolvimento da pesquisa. Um mesmo problema pode ter muitas hipóteses, que são soluções possíveis para a sua resolução. A(s) hipótese(s) irá(ão) orientar o planeamento dos procedimentos metodológicos necessários à execução da sua pesquisa. O processo de pesquisa estará voltado para a procura de evidências que comprovem, sustentem ou refutem a afirmativa feita na hipótese (SILVA e MENEZES:2001:82).

As hipóteses podem estar explícitas ou implícitas na pesquisa. Quando analisados os instrumentos adoptados para a colecta de dados, é possível reconhecer as hipóteses subjacentes (implícitas) que conduziram a pesquisa. O quadro a seguir apresenta as hipóteses, as variáveis das hipóteses e os indicadores das variáveis.

Tabela 1: Hipóteses, variáveis e indicadores do problema levantado

Hipóteses
Variável
Indicadores
O uso de métodos informativos na educação ambiental de jovens e adultos é influenciado pelas limitações de natureza técnica dos educadores ambientais
Independente
Limitações de natureza técnica dos educadores ambientais
·         Formação básica geral
·         Recursos e meios inadequados
·         Métodos informativas
Dependente
Uso de métodos informativos na educação ambiental de jovens e adultos
·         Canto e dança
·         Palestras populares
·         Distribuição de panfletos
Os critérios dos doadores de educação ambiental foram determinantes na escolha de estratégias inadequadas na EA para jovens e adultos
Independente
Critérios dos doadores de educação ambiental
·         Projectos de curta duração
·         Limitação de tempo
·         Locais pré-definidos
Dependente
Estratégias e inadequadas na EA para jovens e adultos
·         Grupo alvo limitado
·         Mensagens informativas
·         Prazos nas actividade


Fonte: Adaptado pelo autor

1.1.7 Metodologia de Investigação

Neste ponto pretende se caracterizar como foi feita pesquisa sob o ponto de vista de: (i) tipo de pesquisa; (ii) as metodologias que foram usadas; (iii) o universo que foi estudado incluindo a respectiva amostra; (iv) as técnicas a usadas e os instrumentos de recolha de dados; e (v) finalmente demonstrar como foi feita a análise e interpretação de dados que foram colectados no campo.


1.1.7.1 Tipo de Pesquisa

Toda pesquisa antes de ser realizada é preciso classificá-la para melhor orientar o seu realizador ou qualquer pessoa nela interessada.

Para GIL (2002) “ É sabido que toda e qualquer classificação se faz mediante algum critério. Com relação às pesquisas, é usual a classificação com base em seus objectivos gerais”. Tomando em conta que existem várias formas de classificar as pesquisas, os tipos de pesquisa a que foram tomados em conta nesta são quanto: a natureza, a forma de abordagem, aos objectivos e aos procedimentos técnicos.

1.1.7.1.1Quanto a natureza

Quanto a natureza a pesquisa é básica uma vez que objectiva a geração de conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais

1.1.7.1.2 Quanto a forma de abordagem

Quanto a forma de abordagem a pesquisa é qualitativa. A interpretação dos fenómenos e a atribuição de significados são básicas nesta pesquisa. O ambiente natural foi a fonte directa para recolha de dados na qual o pesquisador foi o instrumento-chave. É descritiva e os dados são alisados indutivamente na qual o processo e seu significado são os focos principais de abordagem.

1.1.7.1.3 Quanto aos objectivos

Quanto aos objectivos a pesquisa é explicativa pois pretende identificar os factores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenómenos ou seja, as causas que levaram a escolha de estratégias e métodos usados nos programas de educação Ambiental.

1.1.7.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos

Quanto aos procedimentos técnicos é um estudo de caso. Esta envolveu o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objectos de maneira que se permitiu o seu amplo e detalhado conhecimento.



1.1.7.2 Métodos

Falar de métodos popularmente, é o mesmo que falar dos diferentes caminhos que serão tomados em conta. A investigação científica depende de um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos para que seus objectivos sejam atingidos - os métodos científicos.

Método científico é o conjunto de processos ou operações mentais que se devem empregar na investigação. É a linha de raciocínio adoptada no processo de pesquisa. Os métodos que fornecem as bases lógicas à investigação são: dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo, dialéctico e fenomenológico (Cfr LAKATOS e MARCONI:1993).

Percebe-se aqui segundo o autor ao se falar sobre método científico num trabalho de natureza científica é tentar explicar como será procedida a investigação. Em seguida, apresenta-se os métodos de abordagem que foram tomados em conta nomeadamente: os métodos empíricos e métodos teóricos.

1.1.2.2.1 Método de Abordagem

Tomando em conta que o método de abordagem caracteriza-se por uma abordagem ampla, em nível de abstracção elevado, dos fenómenos da natureza e da sociedade, nesta trabalhou-se com base em dois grupos de métodos gerais de investigação nomeadamente: Empíricos e Teóricos.

1.1.2.2.1.1Métodos Empíricos

Nesta pesquisa foram privilegiados três métodos empíricos nomeadamente: a Entrevista, Questionário e Inquérito, como se explica a seguir.


1.1.2.2.1.1.1 Entrevista

Pode-se definir entrevista como a técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, com o objectivo de obter dados que interessam à investigação. A entrevista é, portanto, uma forma de interacção social. Mais especificamente, é uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca colectar dados e a outra se apresenta como fonte de Informação (GIL:2008)

Tomando em conta que a entrevista desenvolve-se de maneira metódica e proporciona aos entrevistados, verbalmente, a informação necessária, esta foi feita aos gestores de instituições públicas e ONG`s Nacionais que realizam/realizaram ou promovem/promoveram programas de educação Ambiental, com vista a perceber com maior profundidade a filosofia usada.

As instituições e ou organizações pró-ambientais envolvidas na entrevista foram: Conselho Municipal de Nampula, Direcção Provincial para Coordenação da Acção Ambiental, o Centro de Desenvolvimento Sustentável para as Zonas Urbanas, FORUM Terra e o PDA.


1.1.2.2.1.1.2 Questionário

Partindo da visão de MARCONI e LAKATOS apud IVALA (2007) “O questionário é um instrumento de colecta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”.

Pode-se perceber nesta definição o questionário como uma técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, temores, comportamento presente ou passado etc .

Este questionário foi proposto por escrito e direccionado ao pessoal técnico e especialista que terão ou estejam a trabalhar em programas ligados a educação ambiental nas instituições e organizações nomeadamente: O CMN, a DPCA de Nampula, o CDS-Zonas Urbanas, a Rádio Moçambique, o Fórum Terra, a Olipa-ODES através do UATAF e a Liga dos Escuteiros de Moçambique. Com estes pretendia-se perceber os aspectos técnicos metodológicos que foram usados por eles nos programas de educação Ambiental.


1.1.2.2.1.1.3 Inquérito

Este inquérito incidiu sobre opiniões ou informação factual dos beneficiários de programas de educação ambiental para jovens e adultos com vista a perceber destes sobre a forma como foram realizados os programas de educação ambiental. Este inquérito envolveu a ministração de perguntas a indivíduos (sobre tudo jovens e adultos que vivem no município de Nampula), independentemente do sexo, idade, religião, entre outras diferenças do ponto de vista que beneficiaram dos programas. A escolha era aleatória em relação ao local de residência, bastando para o efeito terem vivenciado um programa de educação ambiental.

Os inquiridos são todos adultos com idades que variam entre os 19 e 51 anos de idade. Em relação ao sexo, participaram no inquérito dez (10) homens e catorze (14) mulheres e todos eles moram nos diferentes bairros da cidade de Nampula. Quanto ao período de residência dos inquiridos no bairro, este varia entre 2 a 23 anos.


1.1.2.2.1.2 Métodos Teóricos

Os métodos teóricos que foram tomados em conta são dois: Análise-Síntese e Método Indutivo.

1.1.2.2.1.2.1 Análise e síntese

 Na análise, o pesquisador entrou em mais detalhes sobre os dados decorrentes do trabalho estatísticos, a fim de conseguir respostas às suas indagações, e procurou estabelecer as relações necessárias entre os dados obtidos e as hipóteses foram formuladas com vista a comprová-las ou refutá-las, mediante a análise. Nesta pesquisa foi feita a análise sobre as estratégias usadas nos processos de Educação Ambiental e em seguida a síntese.

1.1.2.2.1.2.2.Indutivo

Pretendia-se nesta pesquisa fazer o estudo ou abordagem dos fenómenos através e planos cada vez mais abrangentes, indo das constatações mais particulares às leis e teorias mais gerais. Não indução foram tomadas em conta as respostas dos entrevistados e questionados e em seguida poder-se construir uma pensamento interpretativo do fenómeno.

1.1.2.3 Universo e Amostra

Sendo N o número total de elementos do universo ou população, o mesmo pode ser representado pela letra latina X; e amostragem não abrange a totalidade dos componentes do universo, surgindo a necessidade de investigar apenas uma parte dessa população.

Segundo LAKATOS e MARCONI apud IVALA (2007) “O universo ou população é o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum.”

O universo ou população a ser estudada foram todos os munícipes jovens e adultos do município de Nampula e a amostra foi probabilística e casual estratificada uma vez que do universo da população foram definidos posteriormente e agrupados os pesquisados. Sendo assim, a amostra é de 40 jovens e adultos, escolhidos aleatoriamente sendo para tal necessário a sua participação em eventos de EA, de acordo a tabela abaixo:

Tabela 2: Amostra dos entrevistados na pesquisa

Instrumento
Grupo alvo
Frequência
Absoluta
Relativa
Entrevista
Gestores das instituições públicas e ONG
05
12.5%
Questionário
Técnicos e educadores ambientais
11
27.5%
Munícipes
Moradores dos bairro da cidade de Nampula
24
60%
total
40
100%

Fonte: Autor

1.1.2.4 Análise e interpretação de dados

Depois de recolhidos os dados no campo, houve um exercício de fazer a análise e interpretação dos dados recolhidos.

Segundo RAUEN (1999:41), a análise e interpretação de dados, é a parte que apresenta os resultados obtidos na pesquisa e analisa-os sob o crivo dos objectivos e/ou das hipóteses. Assim, a apresentação dos dados é a evidência das conclusões e a interpretação consiste no contrabalanço dos dados com a teoria.

O objectivo da análise era sumariar as observações, de forma que estas permitam respostas às perguntas da pesquisa. Por sua vez a interpretação foi com vista a procura do sentido mais amplo de tais respostas, por sua ligação com outros conhecimentos já obtidos.

Tomando em conta que a pesquisa é qualitativa, as respostas foram interpretadas global e individualmente e o processo de análise de conteúdo foi feito da seguinte forma: Pré-análise (organização do material); Descrição analítica dos dados (codificação, classificação, categorização); e interpretação referencial (tratamento e reflexão). 


CAPÍTULO II

2.1 REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo, apresentam-se as teorias principais que se relacionam com o tema da pesquisa, dai, que se faz a revisão da literatura, a definição de termos e de conceitos essenciais para a pesquisa.

2.1.1 Fundamentação teórica

A fundamentação teórica é uma componente que sustenta qualquer trabalho de investigação de natureza científica.

De acordo com BARRETO e HONORATO apud IVALA (2007) “ considera-se como básica em um projecto de pesquisa uma reflexão breve acerca dos fundamentos teóricos do pesquisador e um balanço crítico da bibliografia directamente relacionada com a pesquisa, compondo aquilo que comumente é chamado de quadro teórico ou balanço actual das artes”

Neste ponto, faz-se a fundamentação teórica do tema da pesquisa, confrontado com várias literaturas. Em forma de conceitos, são apresentados 5 subpontos nomeadamente: a educação (uma conceituação do termo); Educação ambiental (conceituação do termo e do tipos de educação ambiental); a Educação Não-Formal (os conceitos, as características e as metodologias); a Educação de Adultos (a conceituação do termo e uma breve caracterização) e finalmente uma síntese sobre a educação ambiental não formal para jovens e adultos (em que apresentam-se metodologias a ter em conta)

2.1.1.1Educação

O termo educação sempre preocupou os homens e as sociedades e tem merecido

as mais definições diferentes pelos diversos autores e a seguir apresenta-se algumas delas (MAHOQUE:2008:15)


  • Em Platão a educação consiste em dar ao corpo e à alma toda a perfeição de que são capazes; 
  • Para Kant, a educação significa o desenvolvimento, no indivíduo, de toda a perfeição de que é capaz;
  • Enquanto que Johann Friedrich Herbert, a educação é a ciência que tem por fim a formação do indivíduo por si mesmo, despertando nele a multiplicidade dos interesses;
  • Em James Mill, a educação tem por objecto fazer do indivíduo um instrumento de felicidade para si mesmo e seus semelhantes 
  • Finalmente Stuart Mill amplia o conceito de educação para fazê-lo abranger todas as forças que se exercem sobre o desenvolvimento do indivíduo, quer se trate ou não de influências humanas.
Segundo estes pensadores e associando a ideia do autor a educação é uma das necessidades fundamentais do Homem e ela constitui um instrumento essencial do desenvolvimento da personalidade e uma das condições indispensáveis ao exercício das actividades sociais.

Para NÉRICI (1989:23) “A educação é o processo que visa a explicitar as virtualidades do indivíduo em contacto com a realidade a fim de levá-lo a actuar, nessa mesma, de maneira consciente, eficiente e responsável, tendo em vista atender as necessidades pessoais, sociais e transcendentais da criatura humana”.

Desde sempre em cada sociedade se organiza a educação para permitir a transmissão das suas experiências, os seus conhecimentos, a sua cultura às novas gerações se quiser sobreviver e desenvolver-se, pois se não o fizer desaparece e ninguém ficará para recordá-la e identificar-se com ela.

A educação constitui uma das primeiras preocupações de uma sociedade. Ela é a fonte básica e instrumento necessário para conhecer e compreender o mundo e poder transformar a natureza e a sociedade em seu benefício. Por isso, que o desenvolvimento de qualquer nação no planeta terra, em particular em Moçambique, depende da educação.

2.1.1.2 Educação Ambiental

Ao analisar a Educação Ambiental tem-se em conta o binómio educação e meio ambiente, ou seja, uma perspectiva de educação do Homem para o ambiente.

Na visão de Carvalho (2008) “ a Educação Ambiental estabelece um conjunto de praticas voltadas para diferentes aspectos das relações entre sociedade e ambiente, constituído em um campo ambiental”.  Considerou que esse campo ambiental deverá integrar acções de governo e da sociedade civil, produção editorial de livros sobre meio ambiente, além da formação de especialista.

A Educação Ambiental é uma modalidade da educação que aproxima o fenómeno educativo da realidade em que ocorre:

Processo que consiste em propiciar às pessoas uma compreensão crítica e global do ambiente, para elucidar valores e desenvolver atitudes que lhes permitam adoptar uma posição consciente e participativa a respeito das questões relacionadas com a conservação e a adequada utilização dos recursos naturais, para a melhoria da qualidade de vida e a eliminação da pobreza extrema e do consumismo desenfreado (MEDINAL:2001:17).

Na visão da autora, a Educação Ambiental tem por objectivo a instrumentalização para a decisão pelas acções que levem ao desenvolvimento sustentável e ela deveria ser o resultado de uma reorientação e articulação de diversas disciplinas e experiências educativas, que facilitassem a visão integrada do ambiente; que os indivíduos e a colectividade pudessem compreender a natureza complexa do ambiente e adquirir os conhecimentos, os valores, os comportamentos e as habilidades práticas para participar eficazmente da prevenção dos problemas ambientais.

A solução dos problemas ambientais que se mostrassem, com toda clareza, as interdependências económicas, políticas e ecológicas do mundo moderno, no qual as decisões e comportamentos dos diversos países poderiam produzir consequências de alcance internacional; que suscitasse uma vinculação mais estreita entre os processos educativos e a realidade, estruturando suas actividades em torno dos problemas concretos que se impõem à comunidade e enfocando-as através de uma perspectiva interdisciplinar e globalizadora que fosse concebida como um processo contínuo, dirigido a todos os grupos de idade e categoria profissional (DIAS:2003)

2.1.1.2.1Tipos de educação ambiental

Em termos de tipologias de Educação Ambiental, de forma geral considera-se três tipos de Educação Ambiental: (i) Educação Ambiental Não – formal (a que se realiza através da partilha de experiências em espaços e acções colectivas do dia-a-dia com vista a fortalecer a cidadania); (ii) Educação Ambiental Informal (referente aos processos didácticos destinados a informar e sensibilizar a sociedade sobre ambiente); e (iii) Educação Ambiental Formal (a que se desenvolve de forma estruturada dentro do sistema formal de ensino).

Nestes termos para o presente trabalho, vai se fazer enfoque a Educação Ambiental Não - formal, aquela que decorre fora do contexto escolar e não recorre ao uso de materiais didácticos previamente preparados, ou seja, ocorre no dia-a-dia, na convivência entre indivíduos e visa apenas consciencializar os indivíduos sobre os problemas ambientais.

Em Moçambique a Educação ambiental está emanada na Constituição da República, e esta prevê que “O estado deve adoptar politicas para promover integração de valores do ambiente nas políticas e programas educacionais “. Em resposta o Plano Quinquenal do Governo (2010/15) tem como um dos objectivos no sector do ambiente “ Promover a Educação Ambiental e difundir a pertinência da preservação do ambiente junto das comunidades” através de actividades como: Massificação de programas de EA; Promoção de campanhas de plantio de árvores e Programas de capacitação das comunidades.

Neste sentido, falar de Educação Ambiental em geral e da Não – formal em particular é responder os desafios do País face aos problemas ambientais.

2.1.1.3 Educação Não-Formal

A Educação não-Formal é exercida em diversos espaços da vida social, pelas mais variadas entidades e profissionais em contacto com outros actores sociais no espaço público ou privado e que pode entender que simplesmente trata-se do processo a que se destina à comunidade como um todo.

Segundo MINED (2003:15) “A Educação Não Formal é todo o tipo de actividades educacionais centradas nas necessidades de um determinado público, organizadas e realizadas fora do sistema formal da educação”.

No contexto de Moçambique incluem a ENF, programas de extensão rural, formação de camponeses, alfabetização de grupos específicos, programas de aperfeiçoamento profissional, programas de educação comunitária em saúde, nutrição, planeamento familiar, educação ambiental entre outras. Trata-se portanto, de um tipo de educação que visa habilitar o indivíduo a tornar-se capaz de resolver os problemas do seu dia-a-dia, sendo esta dirigida a população em geral, crianças, adolescentes, jovens, adultos e terceira idade, adaptando-se em caso, aos processos próprios de aprendizagem.

Para GOHN (2006):

Educação Não - formal ocorre em ambientes e situações interactivos construídos colectivamente. Segundo directrizes de dados grupos, usualmente a participação dos indivíduos é optativa, mas ela também poderá ocorrer por forças de certas circunstâncias da vivência histórica de cada um. Há na educação não-formal uma intencionalidade na acção, no acto de participar, de aprender e de transmitir ou trocar saberes (GOHN:2006)

Na educação Não - formal, os espaços educativos localizam-se em territórios que acompanham as trajectórias de vida dos grupos e indivíduos, fora das escolas, em locais informais, locais onde há processos interactivos intencionais (a questão da intencionalidade é um elemento importante de diferenciação com a educação formal).

Analisando a finalidade e os objectivos pode-se perceber que a Educação Não-formal capacita os indivíduos, com vista a se tornarem cidadãos do mundo e no mundo.

Segundo GOHN (2006) ” a finalidade da ENF, é abrir janelas de conhecimento sobre o mundo que circunda os indivíduos e suas relações sociais e os seus objectivos não são dados `a priori, eles se constroem no processo interactivo, gerando um processo educativo”.

Nesta, a construção de relações sociais baseadas em princípios de igualdade e justiça social, quando presentes num dado grupo social, fortalece o exercício da cidadania. A transmissão de informação e formação política e sociocultural é uma meta na educação não formal. Ela prepara os cidadãos, educa o ser humano para a civilidade, em oposição à barbárie, ao egoísmo, individualismo etc..

Quanto aos campos de resultados para uma Educação Não Formal de acordo GOHN (2006) poderá desenvolver, como resultados, uma série de processos tais como:


  • Consciência e organização de como agir em grupos colectivos;
  • A construção e reconstrução de concepção (ões) de mundo e sobre o mundo;
  • Contribuição para um sentimento de identidade com uma dada comunidade;
  • Forma o indivíduo para a vida e suas adversidades (e não apenas capacitam para entrar no mercado de trabalho);

  • Quando presente em programas com crianças ou jovens adolescentes a ENF formal resgata o sentimento de valorização de si próprio (o que a mídia e os manuais de auto-ajuda denominam, simplificadamente, como a auto-estima); ou seja dá condições aos indivíduos para desenvolverem sentimentos de auto-valorização, de rejeição dos preconceitos que lhes são dirigidos, o desejo de lutarem para ser reconhecidos como iguais (enquanto seres humanos), dentro de suas diferenças (raciais, étnicas, religiosas, culturais, etc.);
  • Os indivíduos adquirem conhecimento de sua própria prática, os indivíduos aprendem a ler e interpretar o mundo que os cerca.
2.1.1.3.1 Metodologias de educação Não-Formal

Na educação não-formal, as metodologias operadas no processo de aprendizagem parte da cultura dos indivíduos e dos grupos. O método nasce a partir de problematização da vida quotidiana; os conteúdos emergem a partir dos temas que se colocam como necessidades, carências, desafios, obstáculos ou acções empreendedoras a serem realizadas; os conteúdos não são dados a priori pois são construídos no processo (GOHN:2006).

O método passa pela sistematização dos modos de agir e de pensar o mundo que circunda as pessoas. Penetra-se portanto no campo do simbólico, das orientações e representações que conferem sentido e significado às acções humanas. Supõe a existência da motivação das pessoas que participam. Ela não se subordina às estruturas burocráticas. É dinâmica. Visa à formação integral dos indivíduos.

Neste sentido tem um carácter humanista. Ambiente não formal e mensagens veiculadas “falam ou fazem chamamentos” às pessoas e aos colectivos, e as motivam. Mas como há intencionalidades nos processos e espaços da educação não-formal, há caminhos, percursos, metas, objectivos estratégicos que podem se alterar constantemente.

Há metodologias, em suma, que precisam ser desenvolvidas, codificadas, ainda que com alto grau de provisoriedade pois o dinamismo, a mudança, o movimento da realidade segundo o desenrolar dos acontecimentos, são as marcas que singularizam a ENF.

2.1.1.4 Educação de adultos

A educação de jovens e adultos é um campo de práticas e reflexão que inevitavelmente transborda os limites da escolarização em sentido estrito. Primeiramente, porque abarca processos formativos diversos, onde podem ser incluídas iniciativas visando a qualificação profissional, o desenvolvimento comunitário, a formação política e um sem número de questões culturais pautadas em outros espaços que não o escolar.

Por um lado, a aprendizagem de adultos inclui todas as actividades de aprendizagem para além da educação básica, qualificando a pessoa para se auto preparar em áreas diferentes de acordo com as qualidades requeridas nas áreas da família, ambiente familiar, comunidade dos cidadãos, tão longe quanto o permitam as suas qualificações, psicologicamente, intelectualmente, economicamente, socialmente e culturalmente. Por outro lado, a educação de adultos faz parte de um sistema educativo que tem como objectivo, para além da educação básica legal, dar a possibilidade de um crescimento ao longo da vida a todos, como um ser humano individual e social, aprendendo através do trabalho ou do lazer (Gyldendal apud FEDERIGHI e MELO:1999)

O conceito mais actual de Educação de Adultos, foi formulado no decurso da V Conferência Internacional sobre a Educação de Adultos, em Hamburgo, em 1997, tendo considerado a educação de adultos como:

Conjunto de processos de aprendizagem, formal e não formal, graças ao qual as pessoas consideradas adultas pela sociedade a que pertencem, desenvolvem as suas capacidades, enriquecem os seus conhecimentos e melhoram as suas qualificações técnicas ou profissionais ou as orientam de modo a satisfazerem as suas próprias necessidades e as da sociedade” (UNESCO, 1997:15-17).  

Nesta perspectiva a educação e formação de jovens e adultos oferece uma segunda oportunidade a indivíduos que abandonaram a escola precocemente ou que estão em risco de a abandonar, bem como àqueles que não tiveram oportunidade de a frequentar quando jovens e, ainda, aos que procuram a escola por questões de natureza profissional ou valorização pessoal, numa perspectiva de aprendizagem ao longo da vida.



2.1.1.5 Educação Ambiental Não - Formal para jovens e adultos

É interessante observar que a evolução da Educação Ambiental (em especial a Não - formal) sofreu da ao longo do tempo, visto que inicialmente era utilizada como forma de manifesto, alertando sobre a escassez dos recursos naturais e indicando a necessidade de conservação da natureza.

Segundo (CARVALHO: 2004), Educação Ambiental Não-formal É concebida inicialmente como preocupação dos movimentos ecológicos como uma prática de conscientização capaz de chamar a atenção para a finitude e a má distribuição no acesso aos recursos naturais.

Por longos anos e até os dias de hoje, os movimentos sociais e as ONGs, ainda são vistos como mero activistas, não tendo em conta da contribuição que trouxeram à sociedade através de sua luta.

A partir de então, a Educação Ambiental ganha forças e passa a ser vista como um processo de aprendizagem contínua, para a formação de cidadãos que recebem conteúdos e subsídios para optarem por hábitos e atitudes que visem o bem estar individual e colectivo, na melhoria do ambiente para as presentes e futuras gerações.

A Educação ambiental Não-formal é aquela constituída por um conjunto de práticas e acções de natureza educativa cujo objectivo segundo ANTUNES (1999) “ é a “consciencialização da colectividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente”. Ou seja, a Educação Ambiental Não-formal para Jovens e Adultos é um processo integrado e amplo cujo objectivo é a capacitação dos indivíduos (jovens e adultos) para a ampla compreensão das diferentes repercussões ambientais das actividades humanas, tornando-os aptos a agir activamente em defesa da qualidade ambiental.

A UNESCO na sua conferência Internacional sobre a Educação de adultos, trouxe importantes contribuições que reforçam a importância de inserção do tema meio ambiente na EJA. Na tentativa de superar uma visão reducionista da Educação de Jovens e Adultos e também de transpor o paradigma compensatório, a V Conferência traz a necessidade de encarar a EJA para além da escolarização e da alfabetização, incluindo no seu contexto novas dimensões. Dentro das novas abordagens propostas na V Conferência, destaca-se o tema 6, no qual é exposto o compromisso de vincular a Educação de Jovens e Adultos ao meio ambiente, à saúde e à população, embora os demais temas também estejam relacionados com a complexidade ambiental, pois ela interage e perpassa por todas essas interfaces. A Declaração de Hamburgo, que resumiu as principais deliberações da V CONFINTEA, afirmou segundo UNESCO:

A educação voltada para a sustentabilidade ambiental deve ser um processo de aprendizagem que deve ser oferecido durante toda a vida e que, ao mesmo tempo, avalia os problemas ecológicos dentro de um contexto socioeconómico, político e cultural. Um futuro sustentável não pode ser atingido se não for analisada a relação entre os problemas ambientais e os actuais paradigmas de desenvolvimento. A educação ambiental de adultos pode desempenhar um papel fundamental no que se refere à mobilização comunidades e de seus líderes, visando ao desenvolvimento de acções na área ambiental (UNESCO:1997).

Uma vez reconhecida a importância de articular a Educação Ambiental em todos os níveis e modalidades de ensino, até pela relevância da Educação de Adultos, torna-se necessária agora uma reflexão sobre os sentidos da inserção da dimensão ambiental especificamente na Educação de Jovens e Adultos.

É preciso deixar claro qual projecto de Educação Ambiental deve ser pensado para a formação de jovens e adultos, tendo em vista as diferentes apropriações ideológicas da Educação Ambiental presentes nos discursos dominantes, pois, de acordo com LOUREIRO (2006), ela é “um veículo por onde atravessa a disputa pela conservação ou transformação social”.

Sendo assim, diante das diferentes formas de pensar e realizar a Educação Ambiental, é preciso aproximar a Educação de Jovens e Adultos focada na mudança de comportamento individual e que mais serve para manter a ordem vigente do que para provocar mudanças, concebendo o meio ambiente como resultante das relações entre ambiente natural e ambiente social.

A Educação de Jovens e Adultos, desenvolvida sob a égide da Educação Ambiental deve se aproximar de outra abordagem teórico-epistemológica que compreenda a inalienável dimensão política da Educação Ambiental. Esse entendimento da EA (crítica/emancipatória/transformadora) como uma educação política já foi reconhecido no Tratado da Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global (1992), incluído no princípio 11, que afirma que a Educação Ambiental não é neutra, mas ideológica. É um acto político, baseado em valores para a transformação social (REZENDE:2011)

Na visão de Antunes, a Educação Ambiental Não-Formal deverá incentivar:


  • A difusão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, em espaços nobres, de programas e campanhas educativas, e de informações acerca de temas relacionados ao meio ambiente;
  • A ampla participação da escola, da universidade e de organizações não-governamentais na formulação e execução de programas e actividades vinculadas à educação ambiental não-formal;
  • A participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento de programas de educação ambiental em parceria com a escola, a universidade e ONG`s;
  • A consciencialização da sociedade para a importância das unidades de conservação;
  • A sensibilização ambiental das populações tradicionais ligadas às unidades de conservação;
  • A sensibilização ambiental dos agricultores;
  • Entre outras
A educação Ambiental Não-formal usualmente possui um conteúdo educacional restrito mas fundamenta-se basicamente na promoção da participação dos cidadãos tal como afirma REZENDE:

A articulação entre os campos da Educação Ambiental e da Educação de Jovens e Adultos torna-se relevante não apenas para a educação das crianças, mas também para os processos educativos que são realizados em outros espaços sociais ocupados pelos sujeitos, tais como locais de trabalho, associações, sindicatos, cooperativas, dentre outros, onde os conhecimentos e as acções desenvolvidas a partir desses saberes ganham espaço político, pois a Educação de Jovens e Adultos engloba espaços formais e não-formais, onde os indivíduos desenvolvem suas habilidades, enriquecem e socializam seus conhecimentos e práticas (REZENDE:2011)

Este aspecto representa um horizonte muito interessante para os alunos da EJA, pois os potencializam nas lutas pelos direitos colectivos e pela cultura colectiva, reconhecendo-se como sujeitos históricos.

2.1.1.5.1 Selecção de estratégias para programas de educação ambiental Não-Formal

Para execução de programas relacionados à Educação Ambiental Não-formal, faz-se necessário primar por alguns fundamentos e princípios, os quais tornam a prática mais efectiva.

A começar pela plena oportunidade de participação dos envolvidos, o que permite o questionamento, a proposição de acções e soluções para a consecução dos objectivos que se pretende alcançar. Pois muitas vezes, a oposição a um determinado programa decorre principalmente da falta de informações do público-alvo sobre o mesmo.

As práticas em Educação Ambiental devem sempre considerar a realidade local, levando em conta toda sua perspectiva histórica, pois ela diz muito sobre os aspectos culturais e sociais do público-alvo, além de que, possibilita que a situação futura desejada seja condizente com os anseios e com as possibilidades dos envolvidos, assegurando o respeito às diversas formas de vida e expressão da cultura, estimulando o convívio entre os diferentes, a solidariedade, a igualdade e o respeito aos direitos humanos, usando estratégias democráticas e de interacção. (LIMA:2009).

Outro factor que merece destaque é o enfoque sistémico, o qual se estrutura num conjunto organizado e interdependente de relações, onde todos os fenómenos ou eventos se inter-relacionam de forma global. A Educação Ambiental deve considerar o meio ambiente em sua totalidade, ou seja, em seus aspectos naturais e criados pelo homem, tecnológicos, sociais, económicos, políticos, históricos, culturais, morais e estéticos, possibilitando a acção integrada de diferentes perspectivas.

Mas o ideal é que se comece a averiguar as questões ambientais do ponto de vista do local, do próprio meio que cerca a população-alvo, passando ao regional, ao nacional e ao global, de modo que se identifique com as condições ambientais de outras localidades.

Estabelecendo as inter-relações do meio ambiente local com o restante do planeta, possibilitando a compreensão do funcionamento dos ecossistemas naturais e sociais a partir da realidade que se pretende trabalhar.

A criação e o desenvolvimento de um Programa de Educação Ambiental não- formal pode ser elaborado utilizando-se diferentes métodos, visto que não há uma metodologia única, nem um modelo rígido para tal. Podem-se utilizar diversos ambientes educativos e uma ampla gama de actividades práticas para se transmitir e socializar conhecimentos.

 2.1.1.5.2 Etapas de planificação de um programa de Educação Ambiental

Educação ambiental como um processo, na sua implementação necessita de um exercício de planificação.

Baseado em PÁDUA, TABANEZ e SOUSA (1999) uma proposta de planificação de programas de Educação Ambiental Não - formal compreende três etapas de acordo o seguinte:

2.1.1.5.1.1 Realização de diagnóstico

O diagnóstico deve ser realizado logo no início de qualquer programa para a Identificação das principais temáticas a serem abrangidas e para delineamento das acções a serem realizadas. Faz-se importante para identificação das questões ambientais específicas da área de realização do projecto e para se conhecer as necessidades, valores e potenciais do público envolvido, enfim, para se identificar características ambientais, sociais e económicas relevantes. Para realização de diagnóstico, há uma série de metodologias participativas ou não, que podem ser utilizadas.

2.1.1.5.1.2 Planificação e execução do Programa Educacional a ser realizado

Para a implantação de um Programa de Educação Ambiental Não-formal, é necessário estabelecer prioridades, atitudes e formas de acção, levando em conta os seguintes critérios:


  • Definição do público-alvo e do objectivo a ser alcançado;
  • Selecção do conteúdo e temáticas abordadas;
  • Adequação da linguagem e das estratégias, levando-se em consideração os conhecimentos, as vivências e o vocabulário do público-alvo;
  • Desenvolvimento de estratégias para realização do objectivo escolhido;
  • Dimensão das acções propostas;
  • Estabelecimento de parcerias para execução da proposta;
  • Elaboração de cronograma de execução das actividades.
2.1.1.5.1.3 Avaliação dos resultados para aperfeiçoamento do trabalho

Todo o trabalho desenvolvido deve ser avaliado periodicamente para que se possa fazer correcções e traçar novas directrizes, adequando o programa às necessidades do público-alvo. A avaliação apresenta não só a efectividade do programa como um todo, como também fornece informações acerca dos diferentes procedimentos usados.

Mas o mais importante dentro de um programa de Educação Ambiental Não-formal, é saber qual o produto/resultado que se espera dele, para que realmente se tenham mudança de valores, atitudes e comportamentos que levem o ser humano a busca de uma melhor relação consigo mesmo, com o meio ambiente e com o próximo.

2.1.1.5.2 Métodos a ter em conta na Educação ambiental Não – Formal para Jovens e Adultos

No Processo de Educação Ambiental Não-formal para Jovens e Adultos, agir com um dado método supõe uma prévia análise dos objectivos que se pretendem atingir, as situações a enfrentar, assim como dos recursos e o tempo disponíveis, e por último das várias alternativas possíveis. Trata-se pois, de uma acção planeada, baseada num quadro de procedimentos sistematizados e previamente conhecidos.

Neste sentido, um programa de Educação Ambiental dirigido para jovens e adultos pode ser implementados ou realizado através de: Oficinas ou Fóruns de Educação ambiental; visitas a locais de interesse; Jornadas de Boas Práticas; Actividades culturais, Palestras ou Exposições. Estas metodologias devem procurar atingir objectivos e a dirigidas a alguns intervenientes, como demonstra a tabela abaixo:


Tabela 3: Métodos, objectivos e intervenientes de cada uma das metodologias no âmbito da Educação Ambiental param Jovens e Adultos

Método
Objectivo
Intervenientes
Oficina de Educação Ambiental
Estimular a percepção dos atributos ambientais e da relação da sociedade com o meio ambiente
Líderes locais; Fóruns, ONG`s/OCB`s; Grupos de interesse
Fórum de Educação Ambiental
Construir um espaço para discussão e debate sobre a temática ambiental nas comunidades locais
Líderes tradicionais e religiosas; Rádios Comunitárias, Instituições privadas

Visitas a locais populares ou excursões
Avaliar as regiões com dificuldades em manter o ambiente equilibrado sem que haja perdas de recursos económicos ou sociais e
Familiarizar os participantes com os problemas ambientais locais

ONG`s, Instituições de Investigação, Instituições de ensino; grupos de moradores
Jornadas de boas práticas
Demonstrar os processos como tem sido feitos desenvolvidos como forma a ser aproveitado para as comunidades
ONG`s/OCB`s; Autoridades locais
Comunidades locais; Grupos de moradores
Actividades culturais
Difundir a mensagem ambiental sobre as boas praticas de gestão ambiental nas comunidades
Grupos culturais Artistas/Escritores
Palestras
Consciencializar as comunidades locais sobre a problemática ambiental e estratégias de mitigação
Ambientalistas, Institutos de Formação e de Investigação, pessoas Influentes
Exposições
Mostrar elementos, circunstâncias e atitudes relacionadas com o ambiente e a sua percepção.
ONG`s, Instituições de Investigação, Instituições Publicas

Fonte: Seminário de Divulgação de Experiencias e Boas Práticas de Gestão ambiental


Apesar destas metodologias que orientam um processo de educação ambiental, muita coisa ainda deve ser feita não só por parte do governo como também dos profissionais desta área, das organizações envolvidas e da comunidade em geral. Como exemplo disso, nos programas de educação de jovens e adultos não há clareza dos conteúdos ambientais com carácter educativo e não apenas informativo como se apresentam.

Olhando para a realidade da Educação ambiental para jovens e adultos nas nossas comunidades, importa buscar SOUSA (2000:22) que afirma que “a educação ambiental é um mau sem rumo, empurrada pelas mãos de muitos timoneiros, cada um mais certo do que a sua certeza, da correcção de sua rota, e mais imune à considerações complementares e correctivos propostas por seus adversários”.

A realidade disso muitos, dos programas de educação ambiental promovidos por grupos isoladas e de forma inconsistente ao nível das comunidades não têm contribuído para a formação de uma consciência ambiental nos jovens e adultos a  todos os níveis (dos menos informados aos mais informados) nem a criação de uma mentalidade com uma visão de “Desenvolvimento Sustentável”[1]

Algumas acções de formação e capacitação levadas a cabo tanto pelo governo assim como pelas Organizações Não Governamentais não se apresentam como solução para a consciencialização dos cidadãos sobre a necessidade de preservação ambiental. Muitas dessas acções de formação ou capacitação realizadas associam-se a implementação de projectos e que no fim dos mesmos não tem havido planos de continuidade.


2.1.1.5.4 Uso de instrumentos da Sociopedagogia na Educação ambiental.

As organizações só sabem, hoje, decidir sozinhas, no silêncio dos seus gabinetes técnicos e, depois informarem os cidadãos sobre essas mesmas decisões, através de fórmulas ainda muito artesanais. Dada a ineficácia comprovada estas metodologias, há, então, que repensar todo o processo, não só da tomada de decisão, como também da formação da opinião pública que é a componente que se ocupa a sociopedagogia

Por sociopedagogia entende-se como sendo uma metodologia de intervenção social que constrói a adesão dos grupos sociais a novos projectos e a aprendizagem de novos conceitos, posicionamentos e comportamentos essenciais (SILVEIRA).

 A Sociopedagogia socorre-se dos instrumentos da interacção grupal, utilizando-os segundo os objectivos e critérios definidos. Assim, basicamente, utilizam-se três tipos de abordagens:


  • Um sistema de informação - através do qual se veiculam as ideias-chave, construídas de modo a serem percebidas e compreendidas pelo grupo em causa, e criando a base da mudança dos conceitos sociais (exemplos: folhetos, brochuras, vídeos). Todos estes meios veiculam a informação, de forma mais ou menos apelativa, mas não preveem a interactividade com o cidadão que fica na sempre, na posição de receptor/leitor.
  • Um sistema de comunicação - através do qual se debatem as ideias-chave veiculadas e os pontos de vista prévios existentes, permitindo, assim, reformular posicionamentos, e promovendo a sua mudança (exemplos: Seminários de reflexão, as reuniões de sensibilização, etc). Estes meios já propõem a interactividade do cidadão, colocando-o lado a lado com outros e face à informação.
  • Um sistema afectivo - através do qual se criam eventos significativos, detonando energia participativa, e mobilizando para a mudança de comportamentos desejada (animação de rua, participação em espetáculos, etc.). Estes são os meios que promovem a interactividade ao mais alto grau.
O encadeamento temporal destes instrumentos, pedagogicamente controlado, é desenhado especificamente para o projecto e os grupos em causa, mas sempre diferente de grupo para grupo, criando condições para que o sistema social expresse a mudança comportamental desejada.

2.1.1.6 A Educação ambiental Não-Formal na cidade de Nampula

Poucos se não mesmo não existem estudos que tenham sido realizados e que abordam especificamente a componente de Educação Ambiental Não-formal direccionada aos jovens e adultos na cidade de Nampula. O Centro de Desenvolvimento Sustentável para as Zonas Urbanas, (uma instituição do sector do ambiente) no âmbito do Relatório do Estado do Ambiente do Município de Nampula, aborda de forma transversal alguns programas de educação ambiental que foram desenvolvidos nos bairros. Este relatório considera que:

A realização de sessões teatrais, pinturas de murais e realização de programas infantis e debates radiofónicos constituem alguns dos eventos mais importantes que o Conselho Municipal de Nampula vem realizando desde 2003. O projecto de saneamento, é outra das respostas à situação grave de saneamento. Inclui a sensibilização da população sobre higiene e saneamento, a promoção de latrinas melhoradas, a cloração de poços protegidos, a construção de poços protegidos - bomba manual (CDS-Zonas Urbanas:2009).

Estas actividades na sua maioria foram realizadas com o apoio de várias Organizações Comunitárias (OCB’s) activas nas áreas de consciencialização, educação e mobilização ambiental, combate a erosão, água e saneamento e arborização. As mesmas apresentam-se com algumas fraquezas como de natureza organizacional, técnico financeira e até metodológica para melhor actuar junto das comunidades




 

CAPÍTULO III

3.1 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

Constitui propósito fundamental deste capítulo apresentar e discutir os dados colhidos no campo. As respostas dos munícipes (beneficiários dos programas de educação ambiental), dos educadores ambientais e gestores de instituições que promovem a educação ambiental na cidade de Nampula, foram agrupadas em categorias ou dimensões, que descrevem as tais razoes da escolha das estratégias e métodos.

A categorização das respostas foi um exercício fundamental para a descoberta da tendência dos moradores inquiridos, educadores ambientais questionados e gestores de Educação ambiental entrevistados para posterior agrupamento e interpretação.

Foram inquiridos 24 munícipes escolhidos de forma aleatória, em diferentes bairros da cidade para colher a sua sensibilidade em relação ao tipo de estratégias e metodologias que tenham sido usadas. As perguntas foram colocadas com alternativas de respostas para orientá-los de forma a não se deslocar do contexto e responder objectivamente.

Foram submetidos ao questionário, onze (11) educadores ambientais das diferentes instituições e organizações que funcionam na cidade para perceber das metodologias e estratégias que estes privilegiaram junto das comunidades bem como as razoes da escolha. As perguntas foram colocadas de forma aberta, isto é, sem alternativas de respostas previamente colocadas, de modo a permitir que cada um exprimisse o próprio sentimento sem influências de ideias pré-fabricadas.

Um terceiro grupo foi o dos gestores das instituições que promovem a educação ambiental no Município de Nampula que lhes foi feita a entrevista, com vista a perceber a visão institucional sobre a Educação ambiental realizada tomando em conta os recursos disponibilizados. Igualmente as perguntas foram abertas com vista a perceber a visão, missão e desafios para o futuro no âmbito da Educação Ambiental Não - formal.



 3.1 1 O uso de métodos informativos na educação ambiental de jovens e adultos é influenciado pelas limitações de natureza técnica dos educadores ambientais

Nesta hipótese foram definidas duas variáveis nomeadamente: Limitações de natureza técnica dos educadores ambientais (Independente) e Uso de métodos informativos na educação ambiental de jovens e adultos (Dependente).

3.1.1.1 Limitações de natureza técnica dos educadores ambientais.

Para analisar a fraca capacidade técnica dos educadores ambientais foram entrevistados cinco (5) gestores de instituições que promovem a Educação Ambiental e inquiridos vinte e quatro (24) munícipes que beneficiaram dos programas conforme a amostra escolhida, com vista a colher sensibilidades em relação a capacidade técnica dos educadores ambientais.

Como se sabe, são muitas as fraquezas ligadas a capacidade técnica. Entretanto, no contexto do presente trabalho foram seleccionados como indicadores: formação básica e geral, o uso recursos e meios inadequados e o uso excessivo de métodos informativos.

Para o efeito, a questão colocada aos entrevistados foi “ Quais são as fraquezas de natureza técnica que os educadores apresentam? Os resultados obtidos `a esta questão, estão no gráfico que se seque:

Gráfico 1: Fraquezas de natureza técnica dos educadores ambientais na visão dos gestores

 
Fonte: Autor com base nas respostas entrevistados


De acordo o gráfico acima, dos 5 gestores entrevistados do universo de 100% destes: (40%) afirmam que estão ligadas a metodologias com carácter informativo; outros 40% consideram que estes têm a formação até ao nível básico geral e os restantes 20% afirmam que usam recursos inadequados na educação ambiental.

Relacionado a este aspecto, um dos entrevistados disse: “ o pessoal que trabalha na Educação ambiental ao nível desta instituição todos tem o nível básico do ensino geral e até em alguns casos são do nível elementar o que faz com que não consigam articular com os munícipes e principalmente se encontram alguém com nível superior por exemplo” (ENT1: cp).

Ainda no sentido de perceber sobre as fraquezas de natureza técnica que os educadores apresentam, foram entrevistados 24 munícipes da cidade de Nampula que beneficiaram programas de educação ambiental. Colocado lhes a questão sobre que fraquezas técnicas apresentam frequentemente os educadores ambientais, estes responderam de acordo os resultados do gráfico abaixo:

Gráfico 2: Fraquezas de natureza técnica dos educadores ambientais segundo munícipes


Fonte: autor com base nas respostas dos munícipes inquiridos


 De acordo o gráfico, na questão colocada aos inquiridos sobre as dificuldades dos educadores ambientais, de acordo o gráfico acima, do universo dos vinte e quatro (24) inquiridos, sete (7) correspondentes a 29.2%disseram que não notaram alguma dificuldades dos educadores. Cerca de dezassete (17) correspondentes 70,8% afirmaram que os educadores apresentam de facto dificuldades. Dos que afirmaram que sim, sete (7) correspondentes a 29,2% disseram que tratam de dificuldades ao nível académico; seis (6) correspondentes a 25% consideraram ao nível materiais específicos para EA (4) correspondentes a 16,7% consideram ao nível comunicativo.
De forma geral, os entrevistados consideram estão ligadas ao nível de formação académica pois na sua maioria não conseguem interagir com as comunidades e principalmente aqueles que possuem nível superior a estes.

Ainda com vista a perceber sobre a capacidade técnica dos educadores ambientais foi lhes questionados os próprios educadores, se beneficiaram de alguma formação para trabalhar como educador ambiental. Os resultados obtidos a esta questão estão no gráfico abaixo:

Gráfico 3: Grau de formação dos educadores ambientais


Fonte: Autor



 De acordo o gráfico acima, do universo dos que responderam o questionário (11), seis (6) correspondentes a 54.5% afirmaram que nunca beneficiaram de acção de formação para o exercício da actividade; quatro (4) correspondentes a 36.4%  disseram que apenas participou em seminários de capacitação e apenas um (1) correspondente a 9% afirmou ter beneficiado de uma formação como educador ambiental.

Em suma fazendo uma interligação respostas entre os gestores ambientais e os munícipes, ambos os grupos consideram como sendo a maior fraqueza dos educadores o baixo nível académico dos mesmos que vai até o nível básico do ensino geral o que faz com que haja limitações nestes educadores.

Ainda associando estas ideias as respostas dos próprios educadores que a sua maioria afirma não terem beneficiado de uma capacitação específica, pode-se chegar a conclusão que na verdade que as limitações de natureza técnica é a maior fraqueza dos educadores ambientais de jovens e adultos na cidade de Nampula


3.1.1.2 Uso de métodos informativos na educação ambiental de jovens e adultos

Para analisar a priorização de métodos informativos na educação ambiental de jovens e adultos entrevistados cinco (5) gestores de instituições que promovem a Educação Ambiental, onze) 11 educadores ambientais e inquiridos vinte e quatro (24) munícipes que beneficiaram programas de EA, conforme a amostra escolhida. O objectivo das entrevistas era de colher sensibilidades em relação a priorização de métodos informativos na educação ambiental.

Tomando em conta que são muitos os métodos informativos, para este trabalho foram seleccionados como indicadores desta variável: Palestras populares; Exortações via rádio; e Distribuição de panfletos. Uma das questões colocadas aos entrevistados foi “ Quais os métodos que têm sido privilegiados pelos educadores ambientais nos programas de educação ambiental direccionados aos jovens e adultos?”. Os resultados obtidos das respostas desta pergunta podem ser observados no gráfico abaixo:

 Gráfico 4: Métodos privilegiados pelas instituições na Educação Ambiental de acordo gestores


Fonte: Autor com base nas respostas dos entrevistados





De acordo o gráfico acima, na questão sobre os métodos especificamente na EA para jovens e adultos foram entrevistados cinco (5) gestores de instituições de educação ambiental.

Dos gestores entrevistados, dois (2) correspondentes a 40% consideram que foi Palestra, a metodologia mais privilegiada nos programas de Educação Ambiental pelos educadores ambientais sob a orientação das respectivas instituições.

No mesmo contexto dos restantes três (3) correspondente a 60%; um (1) correspondente a 20% considera que  foi através de debate radiofónico; um (1) correspondente a 20% considera que era usadas ao mesmo tempo dois métodos (palestras e panfletos) e um (1) correspondente a 20% considera terem sido usada o canto e dança para educar as comunidades.

De acordo um dos entrevistados afirmava o seguinte: “ os educadores ambientais desta instituição, debatem-se com fraqueza de capacidade de comunicação com o grupo alvo. Muitas vezes vão ao campo, apenas falam sobre os problemas e distribuem os materiais informativos, não criam espaço para interagir com os cidadãos” (Director Provincial do Meio Ambiente:2013)

Este trecho da entrevista mostra claramente o uso de métodos informativos que muitas vezes acontece de forma apelativa e não há interactividade com o cidadão. No âmbito da sociopedagógica esta metodologia enquadra-se no sistema de informação que é através do qual se veiculam as ideias-chave, construídas de modo a serem percebidas e compreendidas pelo grupo em causa e criando a base da mudança dos conceitos sociais por meio de: Folhetos, Brochuras, Vídeos, Cartazes, Anúncios de imprensa, entre outras.

Ainda sobre a mesma questão, foi lhes perguntado aos munícipes sobre como eram implementadas as actividades de Educação Ambiental no seu bairro. Os resultados a esta questão podem se observar no gráfico abaixo:

Gráfico 5: Metodologias usadas nos programas de Educação Ambiental segundo munícipes


 
Fonte: Autor de acordo respostas dos inquiridos

Dos inquiridos sobre os métodos usados nos programas de Educação Ambiental na cidade de Nampula responderam: 20% dos inquiridos (N=5) disse que foi através de palestras; a mesma percentagem (20%) destes (N=5) disse que foi através de panfletos; 16% dos inquiridos (N=4) afirmou que foi através de palestras e panfletos; o mesmo número (16%), diz que foi através de jornadas de limpeza; 8% dos inquiridos (N=2) diz que foi através de Rádio; a mesma percentagem (8%), afirma que foi através de palestra e teatro; 4 %dos inquiridos (N=1) disseram que foi através de Núcleos de ambiente; 4% afirma que houve associação de palestras e jornadas de limpeza; e finalmente também 4% considera que foi através de teatro e filmes.

Olhando para as respostas dos inquiridos pode se perceber que a distribuição de panfletos e as palestras continuam a ser vistas como os método mais privilegiado nos programas de educação ambiental na cidade de Nampula. O que vem juntar a ideia do uso de métodos informáticos nestes programas referenciados pelos gestores e educadores ambientais no gráfico anterior (gráfico 4).

É preciso destacar a ideia de que a Educação Ambiental não se restringe a dimensão informativa: ela busca, sim, cumprir uma outra tarefa educativa , a da formação (plena, crítica e reflexiva) do sujeito ecológico (CARVALHO:2004).


3.1.2 Os critérios dos doadores de educação ambiental foram determinantes na escolha de estratégias inadequadas na EA para jovens e adultos

Nesta hipótese foram definidas como variáveis: Estratégias inadequadas na EA param jovens e adultos (Independente) e Critérios dos doadores de educação ambiental (Dependente)

3.1.2.1 Estratégias inadequadas na Educação Ambiental Não-formal

Para analisar a aplicação de estratégia e metodologias inadequadas na educação ambiental de jovens e adultos foram entrevistados cinco (5) gestores de instituições que promovem a Educação Ambiental, onze (11) educadores ambientais e inquiridos vinte e quatro (24) munícipes que beneficiaram destes programas conforme a amostra escolhida, com vista a colher sensibilidades.

Tomando em conta que são muitas as estratégias e métodos que consideram como sendo inadequados para a educação ambiental de jovens e adultos, para o presente trabalho foram seleccionados como indicadores da variável: Grupo alvo limitado; Mensagens informativas, Prazos nas actividades

Uma das questões colocadas aos entrevistados foi “ Diga das estratégias  privilegiadas na educação ambiental, quais considera como sendo inadequadas para jovens e adultos? Os resultados obtidos das respostas desta pergunta podem ser observados no gráfico abaixo:

Gráfico 6: Estratégias inadequadas para Educação Ambiental na visão dos gestores em percentagem
 

Fonte: Autor de acordo s respostas dos gestores


Nesta questão sobre as estratégias usadas na implementação de educação ambiental, de acordo o gráfico acima, estes responderam: 40% das instituições (N=2) era atraves de mensagens informativas; a mesma percentagem de 40% era através de pequenos projectos e 20% das instituições (N=1) afirma que a estratégia era trabalhar com grupos maiores.

Ainda para perceber sobre as estratégias, foi colocada aos educadores ambientais a seguinte questão Que estratégias usaram para a implementar as actividades? Como resultado das respostas sobre esta questão, podem se ver os dados do gráfico abaixo:

Gráfico 7: Estratégias privilegiadas na Educação Ambiental de acordo educadores


 
Fonte: Autor de acordo as respostas dos educadores ambientais

De acordo o gráfico acima e em resposta a questão colocada sobre as estratégias que foram usadas para a implementação das actividades dos 100% educadores (N=11), disseram o seguinte: 55% dos educadores (N=6) considerou que foi no atendimento a emergência; 36% dos educadores (N=4) afirma que foi através de pequenos projectos e 9% dos educadores (N=1) afirmam que através Programas constantes e continuados.

Neste sentido, enquanto os gestores consideram como sendo estratégias inadequadas o uso de mensagens informativas apenas e a limitação do grupo alvo a ter em conta nos programas principalmente por sua vez os educadores ambientais reforçam estas ideias ao considerarem que as estratégias ou seja  que os programas eram realizados na sua maioria com vista a atender situações de emergência  e em outros casos eram projectos de curta duração sem nenhuma sustentabilidade uma vez que depois que terminavam não havia nenhum trabalho de continuidade.


3.1.2.2 Critérios dos doadores de Educação Ambiental

Para analisar os critérios dos doadores de educadores ambientais na educação ambiental de jovens e adultos foram entrevistados cinco (5) gestores de instituições que promovem a Educação Ambiental conforme a amostra escolhida, com vista a colher sensibilidades.

Tomando em conta que são muitos os critérios dos doadores de educadores ambientais para a educação ambiental de jovens e adultos, para o presente trabalho foram seleccionados como indicadores da variável os seguintes: Projectos de curta duração, Limitação do tempo Locai pré-definidos.

A questão colocada aos entrevistados foi “Em caso de programas de tenha trabalhado com doadores, que critérios são impostos por eles? Os resultados obtidos das respostas desta pergunta podem ser observados no gráfico abaixo:

  Gráfico 8: Critérios dos doadores dos programas de Educação Ambiental


 
Fonte: Adaptado pelo autor

De acordo o gráfico, na questão colocada sobre os critérios usados pelos doadores, do universo dos gestores entrevistados (100%), uma percentagem de 40% considera que havia pré definição dos locais para a promoção da EA; a mesma percentagem (40%) considera que a limitação do tempo e finalmente uma percentagem de 20% considera que era pelo critério de poucos recursos ou então disponibilizava-se poucos recursos.

Segundo um dos entrevistados “ os fundos dos doadores devem ser aplicados de acordo os locais que eles acham e no tempo que eles definem e isto faz com que nos não possamos aplicar a nossa realidade ou abranger locais que realmente achamos que precisam” (ENT3:cp).

Este trecho da entrevista mostra claramente aquilo que impõem os doadores e torna condicionante a escolha das estratégias para a implementação dos programas por parte das instituições e dos educadores.

Mas antes desta questão e para melhor perceber os programas que foram realizados com apoio de doadores ou parceiros, foi colocada uma questão aos educadores sobre como eram implementados os programas na cidade de Nampula e os resultados estão na tabela abaixo:

  Tabela 4: Os implementadores e as formas de implementação dos programas de EA na cidade de Nampula

Resposta
Como se implementava
Frequência
Instituição Pública
Através de fundos públicos
01
Através fundos de parceiros
04
Através de fundos próprios e parceiros
01
ONG Nacional
Através de fundos de parceiros
03
Através de fundos próprios e parceiros
01
Conselho Municipal
Através de  fundos próprios e parceiros
01
Total
11

Fonte: Autor

Na questão sobre quem implementou os programas de Educação Ambiental dos educadores, de acordo a tabela 3 as respostas foram dadas da seguinte maneira: 6 disseram que foi através de instituições públicas (1 afirma que foi através de fundos públicos, 4 disseram foi com apoio de fundos de parceiros e 1 afirmou que foi uma associação entre fundos de parceiros e públicos); 4 consideram que estes programas foram implementados através de ONGs (sendo 3 com apoio com de fundos de parceiros e 1 considera que foi através de fundos próprios e de parceiros); e apenas 1 considera que os programas foram implementados pelo Conselho Municipal através de fundos próprios e de parceiros.

Neste contexto percebe-se que tanto os programas desenvolvidos pelas instituições, assim como pelas organizações ou o Conselho Municipal, na sua maioria foram com apoio dos parceiros sobre tudo na disponibilização de recursos financeiros. Neste processo de relacionamento sempre houve critérios que eram usados que na qual dominava o local ou espaço geográfico e o tempo de realização destes programas.



 

Conclusões e Sugestões

Chegado a este ponto pretende-se mostrar a modo de síntese, algumas das problemáticas que puderam desprender-se ao longo do texto, com o intuito de deixar claro que a reflexão aqui aberta serve de base para futuras análises, novas ideias que podem continuar a nascer em torno do tema

Após análise dos dados e discussão dos mesmos, torna-se importante apontar algumas conclusões, apesar das limitações a que esta investigação foi sujeita, como por exemplo: o número reduzido de respostas.

Em suma, duas razões estarão por de traz da escolha de estratégias inadequadas e métodos informativos na educação ambiental de jovens a adultos nomeadamente: os critérios impostos pelos doadores e as limitações de natureza técnica dos educadores ambientais. 

Conclusões

Nesta perspectiva falar-se em conclusões é uma mera formalidade que, neste estudo, se encontra limitada a um pequeno número da população jovem e adulta, uma vez que todas as conclusões são relativas e que a sua validade é aceitável se tivermos em conta a “mobilidade dos tempos” que se interpenetram.

Muitos programas de educação ambiental realizados no Município de Nampula foram caracterizados pelo uso inadequado de estratégias e métodos com carácter meramente informativo (o que pouco tem contribuindo efectivamente para formação de sujeitos ecológicos). Nesta perspectiva e na tentativa de perceber as reais motivações que levaram a escolha destas estratégias e métodos e de acordo os dados chega-se as seguintes conclusões:


  • Os educadores ambientais das instituições e organizações apresentam limitações técnicas sobre aspectos ambientais e de educação de adultos uma vez que a sua maioria tem o nível académica básico geral e para além de que tem beneficiado de poucas acções de formação sobre estas matérias;
  • Nos programas de educação ambiental levados a cabo, foram usados na sua maioria métodos informativos com destaque para palestras populares, distribuição de panfletos, canto e dança deixando de lado outras duas componentes da sociopedagogia que permitam maior interactividade com o grupo alvo nomeadamente comunicação e afectividade;
  • Os critérios dos doadores de programas de educação ambiental na sua relação com instituições ou organizações do sector do ambiente na perspectiva de financiá-las têm influenciado para escolha de estratégias uma vez que tanto estas assim como as metodologias já vêm pré- definidas o que não permite a participação dos beneficiários na sua escolha.

  • As estratégias privilegiadas nos programas de educação ambiental para jovens a adultos têm sido inadequadas uma vez que privilegiam métodos informativos, grupo alvo e o tempo definido (em forma de projectos) e nunca foram objecto de análise crítica no sentido de adequá-las a realidade local.
Sugestões

Como sugestões a fazer em função das conclusões a que o estudo chega importa salientar a curto e médio prazo é necessário reverter o mau rumo que o a Educação Ambiental Não-formal direccionada a jovens e adultos sempre tomou. Neste processo urge a necessidade de envolver actores sociais (sociólogos, antropólogos, educadores de adultos, entre outros) e ambientais no sentido de encontrar novas formas de fazer a educações ambientais com envolvimentos activo dos beneficiários. As grandes sugestões que importa fazer são:


  • As instituições do sector do ambiente (CDS-Zonas Urbanas, DPCA e a DIMAE do CMN) devem potenciar os sectores que fazem a educação ambiental de recursos (humanos, materiais e financeiros) qualificados para trabalhar como educadores ambientais junto das comunidades recrutando pessoal qualificado ou submetendo a cursos de curta ao pessoal actual.
  • As instituições de investigação na área de Educação de Adultos ( a UP e UCM o Instituto Formação de Educadores de Adultos e outros interessados) devem realizar estudos e ensaiar as diferentes alternativas metodológicas que privilegiem não só a informação assim como a comunicação e a afectividade. Neste sentido os estudantes finalistas devem ser orientadas a fazer os seus trabalhos práticos junto das comunidades (depois das defesas).
  • Os parceiros ou doadores de educação ambiental na cidade de Nampula (PDA, Fórum Terra, UNICEF) devem reflectir sobre as suas estratégias no apoio aos programas de educação ambiental. Neste sentido devem negociar junto das autoridades locais a implementação dos seus projectos tomando em conta a realidade actual e as especificidades do grupo alvo.
  • Ao nível da base (nos bairros sobre tudo) o CMN e ONG`s devem criar e capacitar Núcleos Comunitários, Fóruns de Comunitários de Educação Ambiental ou incentivar a criação do associativismo ambiental. Estas estruturas irão permitir que os educadores ambientais encontrem uma base de sustentação nos bairros com vista a que os assuntos ambientais sejam discutidos com maior profundidade ao nível desta.
Estas e outras sugestões que vierem a ser dadas por estudos similares, podem servir de base para dar “ nova cara” para educação ambiental não formal para jovens e adultos no País, na Província e na cidade de Nampula em particular.



Bibliografia
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CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação ambiental e formação de sujeito ecológico, São Paulo: Ed. Cortez. 2004.
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ENT 1. c p. Nampula. 2013
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GIL, António Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6 ed. Atlas. São Paulo. 2008.
GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas. Ensaio: avaliação da política pública de Educação. v.14, n.50, p. 27-38. Rio de Janeiro, Janeiro/Março. 2006.
IVALA, Zacarias. Texto de apoio sobre Projectos de Pesquisa e Monografia. Nampula. 2007
LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Maria de Andrade. Metodologia de Trabalho Científico, Procedimentos Básicos, Pesquisa Bibliográfica, Projecto e Relatório, Publicações e trabalho científicos. Editora Atlas. São Paulo. 1993.
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MAHOQUE, Luís Alberto. A família e a escolar como parceiros fundamentais no sucesso do educando no 1º grau do ensino básico. Universidade Pedagógica. Maputo. 2008.
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SILVEIRA, Paula. Educação Ambiental, como fazer? Sociosistemas. Brasil. 2012
SOUSA, Nelson Melo. Educação Ambiental – Dilemas da prática contemporânea. Texto Editora. Rio de Janeiro. 2000.
 UNESCO. V Conferencia internacional sobre educação de adultos. Hamburgo, 1997.








Apêndices 








Apêndice 1: Guião de entrevista feita aos gestores das instituicoes/organizacoes que desenvolveram/desenvolvem programas de educacao ambiental.
Caro Entrevistado!
A presente entrevista insere-se no processo de levantamento de dados e informações para uma pesquisa sobre a Educação Ambiental direccionados a jovens e adultos no Município de Nampula no período compreendido entre 2008 a 2012 com vista a trabalho de fim de curso pela UP - Nampula. As informações que fornecer serão usadas apenas para este fim e agradecia que colaborasse neste sentido.
A entrevista não será gravada apenas o entrevistador fará questões que estão neste guião e fará o preenchimento numa ficha de entrevista.

Pergunta
Resposta
1.    Qual é papel da instituição/sector na Educação ambiental não formal

2.    Que programas de Educação ambiental para jovens e adultos foram levados a cabo por esta instituição nos últimos 5 anos

3.    Que estratégias foram, privilegiadas nestes programas

4.    Pode falar sobre as maiores dificuldades que os educadores ambientais enfretam?

5.    Pode indicar alguns métodos que tenham sido usados especificamente para jovens e adultos?

6.    Acha que se teve algum cuidado de em formar os educadores ambientais sobre alguns métodos específicos de educação para Jovens e Adultos?

7.    Que métodos foram mais privilegiados nos programas de educação ambiental

8.    Em caso de programas que tenham trabalhado com doadores, que critérios eram impostos

9.    Quais são os desafios da instituição na EA para jovens e adultos?

Obrigado pela atenção!







Apêndice 2. Questionário dirigidos aos fazedores de programas de educação ambiental nas instituições e organizações
Caro participante ao questionário!
O presente questionário insere-se no processo de levantamento de dados e informações para uma pesquisa sobre as estratégias de Educação Ambiental direccionados a jovens e adultos no Município de Nampula no período compreendido entre 2008 a 2012 com vista a trabalho de fim de curso pela UP - Nampula. As informações que fornecer serão usadas apenas para este fim e agradecia que colaborasse neste sentido
Por favor antes de preencher ou responder as questões gostaria de convidá-lo a ler primeiro e depois responder. Em caso de dúvida poderá contactar ao seu autor.

Questionário

1

Beneficiou de alguma formação para trabalhar como educador ambiental?


2
Diga alguns programas de educação ambiental virados para adultos que tenha vivenciado nos últimos 5 Anos na sua instituição








3
Quem implementava estes programas (COMO?)

Parceiros internacionais



Organização Não Governamental



Com apoio do orçamento da instituição


Ideia dos moradores Locais



4
Que tipo de actividades incluía estes programas






5
Quanto tempo levaram estes programas de EA a serem levados a cabo?




6
Que estratégias foram usadas para a implementação das actividades







7
Como eram escolhidas as metodologias que foram usadas








8

Como avalia a eficácia e eficiência das estratégias e metodologias que foram usadas?







9
Acha que as estratégias terão contribuído para consciencializar as comunidades sobre as questões ambientais? Comente em poucas linhas






Obrigado pela atenção





Apêndice 3. Inquérito dirigido aos beneficiários dos programas de educação ambiental nos bairros
Caro participante ao inquérito!
O presente inquérito insere-se no processo de levantamento de dados e informações para uma pesquisa sobre as estratégias de Educação Ambiental direccionados a jovens e adultos no Município de Nampula no período compreendido entre 2008 a 2012 com vista a trabalho de fim de curso pela UP - Nampula. As informações que fornecer serão usadas apenas para este fim e agradecia que colaborasse neste sentido

Inquérito
1
Dados do inquirido

Nome____________________________________

Sexo: M_____   H_______

Idade __________________

Em que bairro vive?______________

Há quanto tempo vive no bairro_____
2
Já decorreu um programa de Educação ambiental na sua cidade ou seu  bairro?  Sim_____ Não______

3
Qual era o problema que se pretendia resolver?


4
Qual era o grupo alvo que se pretendia atingir com a campanha?
·         Crianças, jovens e adultos _______
·         Jovens e adultos______
·         Crianças apenas______
·         Mulheres______
5
Quem promoveu o programa de EA no seu bairro?
·         Funcionários do Conselho Municipal_____________
·         Funcionários de instituições do meio Ambiente_________
·         Organização Não Governamental __________
·         Associação da cidade____________
·         Grupo de moradores____________
·         Outros__________
6
Como o programa foi implementado (Actividades realizadas)?
·         Campanhas de consciencialização nos bairros
·         Actividades ou jornadas de boas práticas
·         Criação e capacitação da comunidade
·         Meios de comunicação social
7
Acha que os educadores apresentavam alguma dificuldade? Sim_____  Não _____
Se sim qual ?
8

Os moradores do bairro foram devidamente envolvidos durante todo o processo?    Sim_______ Não________
Como?


9
Como era transmitida a mensagem e em que língua?
·         Oralmente _____________________________ Língua_______________________
·         Através da rádio________________________ Língua_______________________
·         Panfletos ou brochuras_____________________ Língua____________________
·         Outra forma (Qual)? ________________________ Língua____________________
·          
10
O que acha que terá mudado ou melhorado como resultado destes programas?


11
Como acha que devem ser levados a cabo os programas de educação ambiental para jovens e adultos na cidade de Nampula



Obrigado pela atenção






[1]Desenvolvimento Sustentável ,segundo a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) da ONU, é aquele que atende às necessidades presentes sem comprometer a possibilidade de que as gerações futuras satisfaçam as suas próprias necessidades.