António Pedro
Educação
Ambiental Não-formal para Jovens e Adultos: Caso Município de Nampula, 2008 a 2012
Universidade Pedagógica
Nampula
2013
ii
|
Índice
Lista
de símbolos e abreviaturas----------------------------------------------------------------iv
Lista
de mapas, tabelas e
gráficos---------------------------------------------------------------v
Declaração
de honra--------------------------------------------------------------------------------vi
Dedicatória--------------------------------------------------------------------------------------------vii
Agradecimentos--------------------------------------------------------------------------------------viii
Resumos------------------------------------------------------------------------------------------------ix
Introdução----------------------------------------------------------------------------------------------10
CAPÍTULO
I-------------------------------------------------------------------------------------------12
1.1
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS---------------------------------------------12
1.1.1
Delimitação do tema e objecto de estudo----------------------------------------------12
1.1.2
Contextualização----------------------------------------------------------------------------12
1.1.2.1
Localização e divisão administrativa da cidade de Nampula-------------------12
1.1.3 Problematização------------------------------------------------------------------------------14
1.1.4 Justificativa ------------------------------------------------------------------------------------15
1.1.5
Objectivos-------------------------------------------------------------------------------------16
1.1.5.1Objectivo
geral-------------------------------------------------------------------------------17
1.1.5.2 Objectivos
específicos -------------------------------------------------------------------17
1.1.6 Hipóteses, variáveis
e indicadores ------------------------------------------------------17
1.1.2 Metodologia de
Investigação--------------------------------------------------------------18
1.1.2.1 Tipo de
Pesquisa---------------------------------------------------------------------------19
1.1.2.2 Métodos --------------------------------------------------------------------------------------20
1.1.2.3
Universo e Amostra------------------------------------------------------------------------22
1.1.2.4 Análise e
interpretação de dados------------------------------------------------------23
CAPÍTULO
II------------------------------------------------------------------------------------------25
iii
|
2.1.1 Fundamentação
teórica---------------------------------------------------------------------25
2.1.1.1
Educação ------------------------------------------------------------------------------------25
2.1.1.2
Educação Ambiental ----------------------------------------------------------------------26
2.1.1.3
Educação Não-Formal--------------------------------------------------------------------28
2.1.1.4
Educação de Adultos----------------------------------------------------------------------31
2.1.1.5
Educação Ambiental Não - formal para Jovens e Adultos-------------- --------32
2.1.1.6 A Educação ambiental Não-formal na cidade de
Nampula---------------------41
CAPÍTULO
III------------------------------------------------------------------------------------------42
3.1 APRESENTAÇÃO,
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS -----------------42
3.1.1
O uso de métodos informativos na educação ambiental de jovens e adultos é influenciado
pelas limitações de natureza técnica dos educadores ambientais---43
3.1.1.1
Limitações de natureza técnica dos educadores ambientais-------------------43
3.1.1.2
Uso de métodos informativos na educação ambiental de jovens e adulto--46
3.1.2
Os critérios dos doadores de educação ambiental foram determinantes na escolha
de estratégias inadequadas na EA para jovens e adultos -------------------------------------49
3.1.2.1
Estratégias inadequadas na Educação Ambiental Não-formal-----------------49
3.1.2.2
Critérios dos doadores de Educação Ambiental-----------------------------------51
Conclusões
e Sugestões --------------------------------------------------------------------------54
Bibliografia---------------------------------------------------------------------------------------------57
Apêndices
iv
|
CDS-Zonas Urbanas
– Centro de Desenvolvimento Sustentável para as Zonas Urbanas
CMN -
Conselho Municipal de Nampula
CONFINTEA
– Conferência Internacional de Educação de Adultos
EA -
Educação Ambiental
ECODEA
– Estratégia de Comunicação, Divulgação e Educação Ambiental Km2 - Quilómetros quadrados
EJA –
Educação de Jovens e Adultos
ENF –
Educação Não Formal
ENT –
Entrevistado
OCB - Organização
Comunitária de Base
ONG – Organização
Não Governamental
MICOA
– Ministério para Coordenação da Acção Ambiental
MINED –
Ministério da Educação
N -
Número
PDA –
Programa de Desenvolvimento Autárquico
PECODA
– Programa de Educação, Comunicação e Divulgação Ambiental
UATAF
– Unidade de Assistência Técnica da Alfabetização Funcional
UCM – Universidade
Católica de Moçambique
UNESCO
- United Nations for Education, Science and Culture
Organization (Organização das Nações Unidas para
Educação, Ciência e Cultura)
v
Mapa 1: Divisão
Administrativa do Município de Nampula. Pag 13
Tabela 1: Hipóteses, variáveis e
indicadores do problema. Pag. 18
Tabela 2: Amostra dos entrevistados na pesquisa Pag 23
Tabela 3:
Métodos, objectivos e intervenientes das metodologias no âmbito da Educação
Ambiental param Jovens e Adultos. Pag 38
Tabela 4:
Os implementadores e as formas de implementação dos programas de EA na cidade
de Nampula. Pag 53
Gráfico 1: Fraquezas de natureza
técnica dos educadores ambientais na visão dos gestores em percentagem. Pag.43
Gráfico 2:
Fraquezas de natureza técnica dos educadores ambientais segundo munícipes. Pag.
44
Gráfico 3:
Grau de formação dos educadores ambientais em percentagem Pag. 45
Gráfico 4: Métodos
privilegiados pelas instituições na Educação Ambiental de acordo gestores. Pag.
47
Gráfico 5: Metodologias usadas nos
programas de Educação Ambiental segundo munícipes. Pag. 48
Gráfico 6:
Estratégias inadequadas param Educação Ambiental na visão dos gestores. Pag. 50
Gráfico 7:
Estratégias privilegiadas na Educação Ambiental de acordos educadores. Pag. 50
Gráfico 8:
Critérios dos doadores dos programas de Educação Ambiental. Pag. 52
vi
|
Declaro
que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações
do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas
estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro
ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.
Nampula,
aos 20 de Março de 2013
_____________________________________
António
Pedro
vii
|
Dedico
o trabalho a minha família e em especial a minha filha Antónia António Pedro “
Tónia”, pelo amor de Pai que ainda a devo e ser fonte da minha força de
vontade.
viii
|
Os
agradecimentos vão para todos aqueles que directa ou indirectamente me apoiaram
e me deram força durante o período de formação pois houve forças contrárias mas
que foram possíveis superar com ajuda deles. Mas de uma forma especial gostaria
de agradecer:
·
Ao
supervisor do trabalho, dr João Salomão, Dombole, que foi uma pessoal chave no
processo de elaboração da monografia. Enquanto supervisor soube orientar
didáctica e pedagogicamente aos seus supervisionandos (eu e meus colegas),
mostrando-se aberto e disponível na maior parte de tempo que procuramos por ele
para tal fim.
·
`A Direcção
do CDS-Zonas Urbanas, em especial ao Director do Centro (que me apoiou dando-me
oportunidade para frequentar um curso de regime regular enquanto funcionário
daquela instituição e ao meu Chefe do Departamento, o Dr Adalberto Moulinho,
que me deu força várias vezes para que ingressasse no nível superior;
·
Aos gestores
das instituições que promovem a educação ambiental na Província e cidade de
Nampula nomeadamente: Director Provincial do Meio Ambiente (Sr Armindo
Chauque), Director da Direcção do Meio Ambiente Agua e Energia do CMN (Sr
Caetano Miguel), Coordenador do Programa de Desenvolvimento Autárquico (Sr
Carlos Roque), Chefe do Departamento de Formação
e Divulgação (Sr Adalberto Moulinho) e Coordenador Técnico do Fórum Terra (Sr
Gració). A estes o agradecimento vai por terem colaborado não só em conceder a
entrevista mas também por terem contribuições relevantes sobre os desafios para
a educação ambiental não formal.
·
A senhora Fátima
Dias, Chefe de programas da Rádio Moçambique em Nampula, que depois de
responder o questionário se interessou pelo tema e convidou para participar no
seu programa “ Conversa com um amigo” para falar sobre o mesmo.
·
Finalmente a
minha família nomeadamente: Pedro Uóquina (meu
Pai), Quibibi Ali Rachide Pedro (minha
esposa) e Antónia A. Pedro (minha
filha) que soube ter paciência nos momentos em precisando de mim e eu não
pude por causa dos estudos
ix
|
A abordagem do presente estudo insere-se na perspectiva
de apreensão e compreensão, com vista a colaborar com discussão e reflexão
sobre a Educação Ambiental Não - formal direccionadas a jovens e adultos na
cidade de Nampula no período compreendido entre 2008 a 2012. Olhando para os
programas levados a cabo, percebe-se as estratégias e métodos utilizados pelos
diferentes actores foram inadequadas e com vista a encontrar alternativas de
solução do problema, neste trabalho, pretende-se explicar os factores que
influenciaram a escolha das estratégias e métodos usados. Para a produção do
trabalho foi usada para a abordagem dois métodos: empírico através de três
técnicas (questionários, entrevistas e inquéritos) e teórico através de duas
técnicas (análise-síntese e indutivo). A amostra foi representativa feita a 40
munícipes de entre eles 5 gestores, 11 educadores e 24 moradores escolhidos
aleatoriamente. Da análise e interpretação feita sobre os dados percebe-se que
os educadores apresentam limitações técnicas o que leva ao privilégio de
métodos informativos e que os critérios impostos pelos doadores influenciam na
escolha estratégias (que se apresentam inadequadas), o que vem comprovar as
hipóteses levantadas. Neste sentido, pode se concluir que os critérios dos
doadores e as limitações dos educadores ambientais, influenciaram a tal
escolha. Para ultrapassar este sugere-se que as instituições potenciem os
sectores de educação ambiental com recursos humanos qualificados; as
instituições de investigação devem fazer estudos para incrementar novos métodos;
a escolha de estratégias deve ser feita junto dos beneficiários e que devem ser
criados ao nível das comunidades Fóruns e Núcleos locais de educação ambiental.
Palavras-chave: Educação,
Ambiente, Educador, Metodologias, Não-formal, Palestras.
10
Introdução
O
presente trabalho insere-se no contexto da conclusão de curso de graduação em
Licenciatura pela Universidade pedagógica, focando sua abordagem a um assunto
específico e designa os limites da investigação.
O
tema da presente monografia debruça-se sobre a Educação Ambiental Não - formal
direcionada a jovens e adultos realizada no Município de Nampula, numa
perspectiva de análise e revisão das estratégias e metodologias usadas, no
período entre 2008 a 2012.
Na
cidade de Nampula e durante o período em referência, foram levados a cabo
vários programas de educação ambiental nos bairros. Mas olhando para a atitude
dos munícipes perante o ambiente, pode-se perceber que estas estratégias e
métodos não criaram sensibilidade nos mesmos para seu envolvimento na gestão
ambiental, o que leva a seguinte questão: Que factores influenciaram a escola
de estratégias usadas nos programas de educação Ambiental Não-formal para
jovens e adultos
Com base
neste problema, define-se como objectivo geral o seguinte: Analisar os factores
que influenciaram na escolha de estratégia usadas nos programas de Educação
Ambiental Não-formal direcionada a jovens e adultos. Muito especificamente
tem-se como objectivos: Levantar informações sobre as diferentes metodologias
usadas pelos fazedores de educação ambiental não-formal; Descrever como foram
escolhidas as estratégias e métodos usados; e Sugerir metodologias a ter em
conta em futuros programas de educação ambiental Não- formal para jovens e
adultos.
Como hipóteses que se levantam sobre o
problema consideram-se duas, nomeadamente: que o uso de métodos informativos na
educação ambiental de jovens e adultos tem como causa a fraca capacidade
técnica dos educadores ambientais e que os critérios dos doadores de Educação
Ambiental influenciaram na escolha de estratégias inadequadas e métodos
informativos.
Os procedimentos metodológicos usados pelo
autor para a recolha de dados, os instrumentos e o universo e amostra, estão
desenvolvidos no primeiro capítulo da monografia tal como se orienta na
Universidade Pedagógica.
Sobre as teorias que fundamentam o presente trabalho,
poderão ser encontradas no segundo capítulo do trabalho em que se procura
apresentar aquelas que mais se relacionam com o tema da pesquisa e foi feita
com base na revisão da literatura, a definição de termos e de conceitos
essenciais para o trabalho.
A
presente monografia depois da introdução está estruturada em três (3) capítulos
com os seguintes assuntos: No capítulo um (I) apresentam-se os procedimentos
metodológicos usados em que se caracteriza como foi feita pesquisa sob o ponto
de vista de (i) tipo de pesquisa; (ii) as metodologias que foram usadas; (iii)
o universo que foi estudado incluindo a respectiva amostra; (iv) as técnicas a
usadas e os instrumentos de recolha de dados; e (v) a forma concebida para análise
e interpretação de dados que foram recolhidos no campo; No capítulo dois (II),
faz-se a fundamentação teórica do tema na qual se faz a revisão bibliográfica
sobre o mesmo. Finalmente no terceiro capítulo (III) faz-se a apresentação e
análise de dados no qual são apresentados analisados e interpretados os dados
obtidos de forma concisa. Finalmente nesta parte textual são apresentadas as conclusões
a que se chega e a sugestões para a melhoria dos programas de Educação
Ambiental Não-formal em geral e para jovens e adultos na cidade de Nampula em
particular.
Na
parte pós-textual, apresenta-se a bibliografia das obras consultadas de autores
sobre a matéria e os instrumentos de recolha de dados usados em forma de apêndices
na parte final.
Como
conclusão a que estudo chega é que duas razões terão influenciado na escolha de
estratégias inadequadas e métodos com carácter meramente informativo: os
critérios impostos pelos doadores vs parceiros dos programas e a fraca
capacidade técnica das instituições e dos próprios educadores ambientais.
CAPÍTULO I
1.1
PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS
A
apresentação de procedimentos metodológicos num trabalho de natureza científica
é imprescindível uma vez que visa demostrar como se irá proceder o trabalho. No
presente trabalho e neste capítulo pretende se apresentar as razões do tema com
destaque para a metodologia de investigação tomando em conta o tipo de
pesquisa, os métodos que foram usados, o universo e amostra. Finalmente
apresenta-se como foi feita a análise e interpretação de dados
1.1.1 Delimitação do tema e objecto de estudo
O
tema da presente monografia debruça-se sobre a educação ambiental não formal
direccionada a jovens e adultos realizada no Município de Nampula, numa
perspectiva de análise e revisão das estratégias e metodologias usadas, no
período entre 2008 a 2012.
1.1.2 Contextualização
Tomando
em conta que nos últimos anos foram levados a cabo na cidade de Nampula vários
programas de Educação Ambiental direccionados a jovens e Adultos fora do
contexto escolar, a presente monografia analisa as razões que influenciaram com
que fossem privilegiadas estratégias inadequadas e métodos com caracter
meramente informativos pelos diferentes intervenientes nos mesmos, tomando em conta
as metodologias ligados a educação de jovens e adultos (Andragogia).
1.1.2.1 Localização e
divisão administrativa da cidade de Nampula
A
Cidade de Nampula, capital administrativa da província do mesmo nome, é o maior
centro urbano da região norte do país. Situa-se no centro da província de
Nampula, entre 15º 01'35" e 15º 13'15" de latitude Sul e entre 39º
10' 00" e 39º 23' 28" de Longitude.
Ela
está implantada numa cumeeira, com cerca de 400 metros de altitude, que divide
as grandes bacias dos Rios Monapo e Meluli. A cidade planeada (“a Cidade de
Cimento”), com boa estrutura, ocupa a zona elevada. Está circundada por zonas
suburbanas de ocupação não planeada, desenvolvidas sobre o declive e
caracterizadas pela falta de controlo ambiental, elevadas densidades e o baixo
nível de infra-estruturas e serviços públicos. Fora desta zona, há uma área
rural que representa a maior parte da área de jurisdição municipal e a área
municipal da Cidade de Nampula estende-se numa superfície total de 404 km².
Segundo
dados do III Recenseamento Geral de População e Habitação indicam uma população
de cerca de 471.717 habitantes em 2007, o que significa uma taxa média de
crescimento populacional de 4.6% por ano e deste universo 264.348 corresponde a população acima de 15 anos de idade, ou seja, jovens
e adultos (CDS-Zonas Urbanas:2009).
Mapa
1: Divisão
administrativa da cidade de Nampula
De
acordo o Mapa1 acima, a área municipal é dividido em seis Postos
Administrativos Urbanos que, por sua vez são divididos em 18 bairros. O Posto
Administrativo Central cobre a cidade de cimento, com seis bairros pequenos.
Fora disso, a divisão administrativa é de forma radial e cada bairro estende-se
do limite do Posto Administrativo Central até ao limite com o Distrito de
Nampula. Assim, cada um destes bairros tem uma parte com características suburbanas
e outra parte com características rurais.
1.1.3 Problematização
Toda
a pesquisa se inicia com algum problema ou indagação, entretanto, ao se afirmar
desta maneira, torna-se conveniente esclarecer o significado deste termo. Uma
opção bastante corrente, identifica o problema como questão, o que dá imagem uma
séria de desencontros e equívocos sobre a natureza dos problemas verdadeiros
dos falsos problemas. Na acepção científica, o problema é qualquer situação não
resolvida e que é objecto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento. Um
problema é de natureza científica quando envolve variáveis que podem ser
testadas, observadas e manipuladas. (Gil, 2002).
Como
problema que se levanta, é que embora a Organização das Nações Unidas através
da UNESCO, coloque um desafio aos países para que promovam programas de
educação ambiental virados para jovens e adultos fora do contexto escolar,
percebe-se que em muitos países do mundo, tais programas não têm contribuído
para a preservação ambiental, associado a vários factores como: a fraqueza nos
métodos e estratégias usadas nestes programas.
Em
Moçambique, muitos programas de educação ambiental têm sido levados a cabo pelo
Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental e outros actores, direccionados
as comunidades urbanas em que o foco principal tem sido campanhas de
consciencialização. Em contrapartida ainda continua a verificar-se problemas
ambientais causados pelo próprio Homem como por exemplo: a ocupação desordenada
do espaço e a má gestão de resíduos sólidos (que levam a destruição de vias de
acesso e fraco saneamento do meio) no meio o urbano, entre outros problemas.
Olhando
para o Município de Nampula, igualmente durante o período de 2008 a 2012 foram
levadas a cabo pelas autoridades municipais, o governo provincial, as ONG`s
Nacionais e Internacionais e as OCB`s locais, vários programas de Educação
Ambiental direccionados a jovens e adultos nos bairros.
As
estratégias mais usadas eram campanhas de consciencialização com mensagens
meramente informativas realizadas para pequenos grupos e em tempo limitado. Os métodos
mais privilegiados eram palestras, canto e dança, distribuição de panfletos e
programas radiofónicos. Em contrapartida, olhando para a atitude passiva dos
munícipes perante o ambiente, pode-se perceber que estas estratégias não criaram
uma certa sensibilidade nestes. Tomando
em conta que estas foram usadas pelas instituições fazedoras de educação
ambiental ou pelos educadores ambientais em parceria com outros intervenientes
(doadores, parceiros locais, nacionais e internacionais) levanta-se a seguinte
questão de partida: Que factores influenciaram a escolha de estratégias inadequadas na
educação ambiental não formal para jovens e adultos?
1.1.4 Justificativa
Este
tema justifica-se uma vez que os problemas ambientais globais ou localizados,
tendem a tomar contornos alarmantes nos nossos dias e a Educação Ambiental é
definida pelo Governo de Moçambique, como sendo uma das ferramentas
estratégicas importantes para a Gestão Ambiental a todos níveis. Porém, os
programas de Educação ambiental para jovens e adultos levados a cabo nas
comunidades, ainda pouco têm contribuído para a formação de uma consciência
ambiental. Daí a necessidade de reflectir sobre tais factores com vista a
propor novas formas para a promoção e gestão de programas de Educação Ambiental
para jovens e adultos de forma eficiente e eficaz de acordo a realidade local.
Ao
nível nacional, o MICOA como sector que vela pelo ambiente, no âmbito da EA
produziu antes e durante o período em referência (entre 2006 a 2009), dois
instrumentos orientadores nomeadamente: ECODEA - Que visa uma orientação e uma
tomada de novas atitudes individuais, colectivas e sectoriais, face aos
problemas ambientais vigentes; e PECODA - Que visa a promoção de uma
comunicação ambiental destinada ás comunidades divulgando conhecimento de
questões ambientais para conduzir à mudança de atitude.
Neste
sentido, a pesquisa pretende contribuir para a aplicação plena destes dois
instrumentos para a educação dos cidadãos sobre questões ambientais propondo
estratégias e metodologias adequadas para as comunidades locais.
O
autor deste trabalho, enquanto estudante do Curso de Educação de Adultos,
durante a sua formação académica no período compreendido entre 2009 a 2012, estudou
diferentes teorias que sustentam a necessidade de uso de estratégias vs métodos
específicos para a Educação de Adultos com destaque para as metodologias
interactivas que privilegiam a comunicação.
O
mesmo autor, ainda é funcionário de uma instituição pública do sector do
ambiente e está afecto a um Departamento que promove a educação ambiental desde
o ano de 2006. Neste sentido, a pesquisa encontra um enquadramento técnico –
profissional e académico para o seu autor uma vez que irá permitir trazer
subsídios para as duas áreas.
Ao
descrever tais factores de escolha, pretende-se auxiliar a tomada de decisão a
vários níveis sobre as metodologias adequadas para programas específicos de
educação ambiental para jovens e adultos, contribuindo desta forma para a sustentabilidade
de programas de educação ambiental direccionados `as comunidades no Município
de Nampula e não só, pelos vários intervenientes, com vista a maior
envolvimento dos cidadãos na solução dos problemas.
1.1.5
Objectivos
Neste
ponto, pretende-se apresentar os objectivos que se pretendem aliançar com a
monografia, uma vez que toda pesquisa deve ter um objectivo determinado para
saber o que vai se procurar e o que se pretende alcançar. Nesta visão,
define-se o objectivo geral, que está ligado a uma visão global e abrangente do
tema. Este relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenómenos e
eventos, quer das ideias estudadas, vinculadas directamente a própria
significação da tese proposto pelo projecto.
Para
além dos do objectivo geral, definem-se igualmente os objectivos específicos
que segundo LAKATOS e MARCONI (1992) ” (…) estes apresentam um carácter concreto, tem a função intermediária e
instrumental permitindo de um lado atingir o objectivo geral e de aplicar a situação
particular”. Em seguida apresentam-se os objectivos da monografia.
1.1.5.1Objectivo
geral
Para
a presente pesquisa define-se como objectivo geral o seguinte: Explicar os factores
que influenciaram a escolha das estratégias e métodos usados na Educação
Ambiental Não-formal para jovens e adultos no Município de Nampula
1.1.5.2
Objectivos específicos
Para
a presente monografia com vista a alcançar o objectivo geral, definem-se os
seguintes objectivos específicos:
- Levantar informações sobre as diferentes metodologias usadas pelos fazedores de educação ambiental não-formal;
- Descrever como foram escolhidas as estratégias e métodos de educação Ambiental; e
- Sugerir metodologias a ter em conta em futuros programas de educação ambiental Não- formal para jovens e adultos
1.1.6 Hipóteses, variáveis e indicadores
A hipótese define até a onde você quer chegar
e, por isso, será a directriz de todo o processo de investigação e ela é sempre
uma afirmação, uma resposta possível ao problema proposto.
Segundo SILVA e MENEZES pode-se definir hipótese
na seguinte visão:
Hipóteses são suposições colocadas como respostas
plausíveis e provisórias para o problema de pesquisa. As hipóteses são
provisórias porque poderão ser confirmadas ou refutadas com o desenvolvimento
da pesquisa. Um mesmo problema pode ter muitas hipóteses, que são soluções
possíveis para a sua resolução. A(s) hipótese(s) irá(ão) orientar o planeamento
dos procedimentos metodológicos necessários à execução da sua pesquisa. O
processo de pesquisa estará voltado para a procura de evidências que comprovem,
sustentem ou refutem a afirmativa feita na hipótese (SILVA e MENEZES:2001:82).
As
hipóteses podem estar explícitas ou implícitas na pesquisa. Quando analisados
os instrumentos adoptados para a colecta de dados, é possível reconhecer as
hipóteses subjacentes (implícitas) que conduziram a pesquisa. O quadro a seguir
apresenta as hipóteses, as variáveis das hipóteses e os indicadores das
variáveis.
Tabela 1:
Hipóteses, variáveis e indicadores do problema levantado
Hipóteses
|
Variável
|
Indicadores
|
O uso de métodos informativos na educação ambiental de
jovens e adultos é influenciado pelas limitações de natureza técnica dos
educadores ambientais
|
Independente
Limitações de natureza técnica dos educadores
ambientais
|
·
Formação básica geral
·
Recursos e meios inadequados
·
Métodos informativas
|
Dependente
Uso de métodos informativos na educação ambiental de
jovens e adultos
|
·
Canto e dança
·
Palestras populares
·
Distribuição de panfletos
|
|
Os critérios dos doadores de educação ambiental foram determinantes
na escolha de estratégias inadequadas na EA para jovens e adultos
|
Independente
Critérios dos doadores de educação ambiental
|
·
Projectos de curta duração
·
Limitação de tempo
·
Locais pré-definidos
|
Dependente
Estratégias e inadequadas na EA para jovens e adultos
|
·
Grupo alvo limitado
·
Mensagens informativas
·
Prazos nas actividade
|
Fonte:
Adaptado pelo autor
1.1.7 Metodologia de Investigação
Neste
ponto pretende se caracterizar como foi feita pesquisa sob o ponto de vista de:
(i) tipo de pesquisa; (ii) as metodologias que foram usadas; (iii) o universo
que foi estudado incluindo a respectiva amostra; (iv) as técnicas a usadas e os
instrumentos de recolha de dados; e (v) finalmente demonstrar como foi feita a
análise e interpretação de dados que foram colectados no campo.
1.1.7.1 Tipo de Pesquisa
Toda pesquisa antes de ser realizada é
preciso classificá-la para melhor orientar o seu realizador ou qualquer pessoa
nela interessada.
Para GIL (2002) “ É sabido que toda e qualquer classificação se faz mediante algum
critério. Com relação às pesquisas, é usual a classificação com base em seus
objectivos gerais”. Tomando em conta que existem várias formas de
classificar as pesquisas, os tipos de pesquisa a que foram tomados em conta
nesta são quanto: a natureza, a forma de abordagem, aos objectivos e aos
procedimentos técnicos.
1.1.7.1.1Quanto a natureza
Quanto a natureza a pesquisa é básica uma vez
que objectiva a geração de conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência
sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais
1.1.7.1.2 Quanto a forma de
abordagem
Quanto a forma de abordagem a pesquisa é
qualitativa. A interpretação dos fenómenos e a atribuição de significados são
básicas nesta pesquisa. O ambiente natural foi a fonte directa para recolha de
dados na qual o pesquisador foi o instrumento-chave. É descritiva e os dados
são alisados indutivamente na qual o processo e seu significado são os focos
principais de abordagem.
1.1.7.1.3 Quanto aos
objectivos
Quanto aos objectivos a pesquisa é
explicativa pois pretende identificar os factores que
determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenómenos ou seja, as causas que
levaram a escolha de estratégias e métodos usados nos programas de educação
Ambiental.
1.1.7.1.4 Quanto aos
procedimentos técnicos
Quanto aos procedimentos técnicos é um estudo
de caso. Esta envolveu o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objectos
de maneira que se permitiu o seu amplo e detalhado conhecimento.
1.1.7.2 Métodos
Falar de métodos popularmente, é o mesmo que
falar dos diferentes caminhos que serão tomados em conta. A investigação
científica depende de um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos para
que seus objectivos sejam atingidos - os métodos científicos.
Método científico é o conjunto de processos
ou operações mentais que se devem empregar na investigação. É a linha de
raciocínio adoptada no processo de pesquisa. Os métodos que fornecem as bases
lógicas à investigação são: dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo, dialéctico
e fenomenológico (Cfr LAKATOS e MARCONI:1993).
Percebe-se aqui segundo o autor ao se falar
sobre método científico num trabalho de natureza científica é tentar explicar
como será procedida a investigação. Em seguida, apresenta-se os métodos de
abordagem que foram tomados em conta nomeadamente: os métodos empíricos e
métodos teóricos.
1.1.2.2.1 Método de
Abordagem
Tomando em conta que o método de abordagem caracteriza-se
por uma abordagem ampla, em nível de abstracção elevado, dos fenómenos da
natureza e da sociedade, nesta trabalhou-se com base em dois grupos de métodos
gerais de investigação nomeadamente: Empíricos e Teóricos.
Nesta
pesquisa foram privilegiados três métodos empíricos nomeadamente: a Entrevista,
Questionário e Inquérito, como se explica a seguir.
1.1.2.2.1.1.1
Entrevista
Pode-se
definir entrevista como a técnica em que o investigador se apresenta frente ao
investigado e lhe formula perguntas, com o objectivo de obter dados que
interessam à investigação. A entrevista é, portanto, uma forma de interacção
social. Mais especificamente, é uma forma de diálogo assimétrico, em que uma
das partes busca colectar dados e a outra se apresenta como fonte de Informação
(GIL:2008)
Tomando
em conta que a entrevista desenvolve-se de maneira metódica e proporciona aos
entrevistados, verbalmente, a informação necessária, esta foi feita aos
gestores de instituições públicas e ONG`s Nacionais que realizam/realizaram ou
promovem/promoveram programas de educação Ambiental, com vista a perceber com
maior profundidade a filosofia usada.
As
instituições e ou organizações pró-ambientais envolvidas na entrevista foram:
Conselho Municipal de Nampula, Direcção Provincial para Coordenação da Acção
Ambiental, o Centro de Desenvolvimento Sustentável para as Zonas Urbanas, FORUM
Terra e o PDA.
1.1.2.2.1.1.2 Questionário
Partindo da visão de MARCONI e LAKATOS apud
IVALA (2007) “O questionário é um instrumento de colecta de dados constituído
por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e
sem a presença do entrevistador”.
Pode-se perceber nesta definição o
questionário como uma técnica de investigação composta por um conjunto de
questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações
sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas,
aspirações, temores, comportamento presente ou passado etc .
Este questionário foi proposto por escrito e
direccionado ao pessoal técnico e especialista que terão ou estejam a trabalhar
em programas ligados a educação ambiental nas instituições e organizações
nomeadamente: O CMN, a DPCA de Nampula, o CDS-Zonas Urbanas, a Rádio
Moçambique, o Fórum Terra, a Olipa-ODES através do UATAF e a Liga dos
Escuteiros de Moçambique. Com estes pretendia-se perceber os aspectos técnicos
metodológicos que foram usados por eles nos programas de educação Ambiental.
1.1.2.2.1.1.3
Inquérito
Este
inquérito incidiu sobre opiniões ou informação factual dos beneficiários de
programas de educação ambiental para jovens e adultos com vista a perceber
destes sobre a forma como foram realizados os programas de educação ambiental.
Este inquérito envolveu a ministração de perguntas a indivíduos (sobre tudo
jovens e adultos que vivem no município de Nampula), independentemente do sexo,
idade, religião, entre outras diferenças do ponto de vista que beneficiaram dos
programas. A escolha era aleatória em relação ao local de residência, bastando
para o efeito terem vivenciado um programa de educação ambiental.
Os
inquiridos são todos adultos com idades que variam entre os 19 e 51 anos de
idade. Em relação ao sexo, participaram no inquérito dez (10) homens e catorze
(14) mulheres e todos eles moram nos diferentes bairros da cidade de Nampula.
Quanto ao período de residência dos inquiridos no bairro, este varia entre 2 a
23 anos.
1.1.2.2.1.2 Métodos Teóricos
Os
métodos teóricos que foram tomados em conta são dois: Análise-Síntese e Método
Indutivo.
1.1.2.2.1.2.1
Análise e síntese
Na análise, o pesquisador entrou em mais
detalhes sobre os dados decorrentes do trabalho estatísticos, a fim de
conseguir respostas às suas indagações, e procurou estabelecer as relações
necessárias entre os dados obtidos e as hipóteses foram formuladas com vista a
comprová-las ou refutá-las, mediante a análise. Nesta pesquisa foi feita a
análise sobre as estratégias usadas nos processos de Educação Ambiental e em
seguida a síntese.
1.1.2.2.1.2.2.Indutivo
Pretendia-se nesta pesquisa fazer o estudo ou
abordagem dos fenómenos através e planos cada vez mais abrangentes, indo das
constatações mais particulares às leis e teorias mais gerais. Não indução foram
tomadas em conta as respostas dos entrevistados e questionados e em seguida
poder-se construir uma pensamento interpretativo do fenómeno.
1.1.2.3 Universo e Amostra
Sendo
N o número total de elementos do universo ou população, o mesmo pode ser
representado pela letra latina X; e
amostragem não abrange a totalidade dos componentes do universo, surgindo a
necessidade de investigar apenas uma parte dessa população.
Segundo
LAKATOS e MARCONI apud IVALA (2007) “O
universo ou população é o conjunto de seres animados ou inanimados que
apresentam pelo menos uma característica em comum.”
O
universo ou população a ser estudada foram todos os munícipes jovens e adultos
do município de Nampula e a amostra foi probabilística e casual estratificada
uma vez que do universo da população foram definidos posteriormente e agrupados
os pesquisados. Sendo assim, a amostra é de 40 jovens e adultos, escolhidos
aleatoriamente sendo para tal necessário a sua participação em eventos de EA, de
acordo a tabela abaixo:
Tabela 2: Amostra dos entrevistados na pesquisa
Instrumento
|
Grupo alvo
|
Frequência
|
|
Absoluta
|
Relativa
|
||
Entrevista
|
Gestores das instituições públicas e ONG
|
05
|
12.5%
|
Questionário
|
Técnicos e educadores ambientais
|
11
|
27.5%
|
Munícipes
|
Moradores dos bairro da cidade de Nampula
|
24
|
60%
|
total
|
40
|
100%
|
Fonte: Autor
1.1.2.4 Análise e interpretação de dados
Depois
de recolhidos os dados no campo, houve um exercício de fazer a análise e
interpretação dos dados recolhidos.
Segundo
RAUEN (1999:41), a análise e interpretação de dados, é a parte que apresenta os resultados obtidos na pesquisa e analisa-os
sob o crivo dos objectivos e/ou das hipóteses. Assim, a apresentação dos dados
é a evidência das conclusões e a interpretação consiste no contrabalanço dos
dados com a teoria.
O
objectivo da análise era sumariar as observações, de forma que estas permitam
respostas às perguntas da pesquisa. Por sua vez a interpretação foi com vista a
procura do sentido mais amplo de tais respostas, por sua ligação com outros
conhecimentos já obtidos.
Tomando
em conta que a pesquisa é qualitativa, as respostas foram interpretadas global
e individualmente e o processo de análise de conteúdo foi feito da seguinte
forma: Pré-análise (organização do material); Descrição analítica dos dados
(codificação, classificação, categorização); e interpretação referencial
(tratamento e reflexão).
CAPÍTULO II
2.1 REVISÃO DA LITERATURA
Neste
capítulo, apresentam-se as teorias principais que se relacionam com o tema da
pesquisa, dai, que se faz a revisão da literatura, a definição de termos e de
conceitos essenciais para a pesquisa.
2.1.1 Fundamentação teórica
A fundamentação
teórica é uma componente que sustenta qualquer trabalho de investigação de
natureza científica.
De acordo com BARRETO
e HONORATO apud IVALA (2007) “ considera-se como básica em um projecto de
pesquisa uma reflexão breve acerca dos fundamentos teóricos do pesquisador e um
balanço crítico da bibliografia directamente relacionada com a pesquisa,
compondo aquilo que comumente é chamado de quadro teórico ou balanço actual das
artes”
Neste
ponto, faz-se a fundamentação teórica do tema da pesquisa, confrontado com
várias literaturas. Em forma de conceitos, são apresentados 5 subpontos
nomeadamente: a educação (uma conceituação do termo); Educação ambiental
(conceituação do termo e do tipos de educação ambiental); a Educação Não-Formal
(os conceitos, as características e as metodologias); a Educação de Adultos (a
conceituação do termo e uma breve caracterização) e finalmente uma síntese
sobre a educação ambiental não formal para jovens e adultos (em que
apresentam-se metodologias a ter em conta)
2.1.1.1Educação
O
termo educação sempre preocupou os homens e as sociedades e tem merecido
as
mais definições diferentes pelos diversos autores e a seguir apresenta-se
algumas delas (MAHOQUE:2008:15)
- Em Platão a educação consiste em dar ao corpo e à alma toda a perfeição de que são capazes;
- Para Kant, a educação significa o desenvolvimento, no indivíduo, de toda a perfeição de que é capaz;
- Enquanto que Johann Friedrich Herbert, a educação é a ciência que tem por fim a formação do indivíduo por si mesmo, despertando nele a multiplicidade dos interesses;
- Em James Mill, a educação tem por objecto fazer do indivíduo um instrumento de felicidade para si mesmo e seus semelhantes
- Finalmente Stuart Mill amplia o conceito de educação para fazê-lo abranger todas as forças que se exercem sobre o desenvolvimento do indivíduo, quer se trate ou não de influências humanas.
Segundo
estes pensadores e associando a ideia do autor a educação é uma das
necessidades fundamentais do Homem e ela constitui um instrumento essencial do
desenvolvimento da personalidade e uma das condições indispensáveis ao
exercício das actividades sociais.
Para
NÉRICI (1989:23) “A educação é o processo que visa a explicitar as
virtualidades do indivíduo em contacto com a realidade a fim de levá-lo a
actuar, nessa mesma, de maneira consciente, eficiente e responsável, tendo em
vista atender as necessidades pessoais, sociais e transcendentais da criatura
humana”.
Desde
sempre em cada sociedade se organiza a educação para permitir a transmissão das
suas experiências, os seus conhecimentos, a sua cultura às novas gerações se
quiser sobreviver e desenvolver-se, pois se não o fizer desaparece e ninguém
ficará para recordá-la e identificar-se com ela.
A
educação constitui uma das primeiras preocupações de uma sociedade. Ela é a
fonte básica e instrumento necessário para conhecer e compreender o mundo e
poder transformar a natureza e a sociedade em seu benefício. Por isso, que o
desenvolvimento de qualquer nação no planeta terra, em particular em
Moçambique, depende da educação.
2.1.1.2 Educação
Ambiental
Ao
analisar a Educação Ambiental tem-se em conta o binómio educação e meio
ambiente, ou seja, uma perspectiva de educação do Homem para o ambiente.
Na
visão de Carvalho (2008) “ a Educação Ambiental estabelece um conjunto de
praticas voltadas para diferentes aspectos das relações entre sociedade e ambiente,
constituído em um campo ambiental”.
Considerou que esse campo ambiental deverá integrar acções de governo e
da sociedade civil, produção editorial de livros sobre meio ambiente, além da
formação de especialista.
A
Educação Ambiental é uma modalidade da educação que aproxima o fenómeno
educativo da realidade em que ocorre:
Processo que consiste em propiciar às
pessoas uma compreensão crítica e global do ambiente, para elucidar valores e
desenvolver atitudes que lhes permitam adoptar uma posição consciente e
participativa a respeito das questões relacionadas com a conservação e a
adequada utilização dos recursos naturais, para a melhoria da qualidade de vida
e a eliminação da pobreza extrema e do consumismo desenfreado
(MEDINAL:2001:17).
Na
visão da autora, a Educação Ambiental tem por objectivo a instrumentalização
para a decisão pelas acções que levem ao desenvolvimento sustentável e ela
deveria ser o resultado de uma reorientação e articulação de diversas
disciplinas e experiências educativas, que facilitassem a visão integrada do
ambiente; que os indivíduos e a colectividade pudessem compreender a natureza
complexa do ambiente e adquirir os conhecimentos, os valores, os comportamentos
e as habilidades práticas para participar eficazmente da prevenção dos
problemas ambientais.
A
solução dos problemas ambientais que se mostrassem, com toda clareza, as
interdependências económicas, políticas e ecológicas do mundo moderno, no qual
as decisões e comportamentos dos diversos países poderiam produzir consequências
de alcance internacional; que suscitasse uma vinculação mais estreita entre os
processos educativos e a realidade, estruturando suas actividades em torno dos
problemas concretos que se impõem à comunidade e enfocando-as através de uma
perspectiva interdisciplinar e globalizadora que fosse concebida como um
processo contínuo, dirigido a todos os grupos de idade e categoria profissional
(DIAS:2003)
2.1.1.2.1Tipos de
educação ambiental
Em
termos de tipologias de Educação Ambiental, de forma geral considera-se três
tipos de Educação Ambiental: (i) Educação Ambiental Não – formal (a que se
realiza através da partilha de experiências em espaços e acções colectivas do
dia-a-dia com vista a fortalecer a cidadania); (ii) Educação Ambiental Informal
(referente aos processos didácticos destinados a informar e sensibilizar a
sociedade sobre ambiente); e (iii) Educação Ambiental Formal (a que se
desenvolve de forma estruturada dentro do sistema formal de ensino).
Nestes
termos para o presente trabalho, vai se fazer enfoque a Educação Ambiental Não
- formal, aquela que decorre fora do contexto escolar e não recorre ao uso de
materiais didácticos previamente preparados, ou seja, ocorre no dia-a-dia, na
convivência entre indivíduos e visa apenas consciencializar os indivíduos sobre
os problemas ambientais.
Em
Moçambique a Educação ambiental está emanada na Constituição da República, e
esta prevê que “O estado deve adoptar
politicas para promover integração de valores do ambiente nas políticas e
programas educacionais “. Em resposta o Plano Quinquenal do Governo
(2010/15) tem como um dos objectivos no sector do ambiente “ Promover a Educação Ambiental e difundir a
pertinência da preservação do ambiente junto das comunidades” através de
actividades como:
Massificação de programas de EA; Promoção de
campanhas de plantio de árvores e Programas de capacitação das comunidades.
Neste sentido, falar de Educação Ambiental em geral
e da Não – formal em particular é responder os desafios do País face aos
problemas ambientais.
2.1.1.3 Educação
Não-Formal
A
Educação não-Formal é exercida em diversos espaços da vida social, pelas mais
variadas entidades e profissionais em contacto com outros actores sociais no
espaço público ou privado e que pode entender que simplesmente trata-se do
processo a que se destina à comunidade como um todo.
Segundo
MINED (2003:15) “A Educação Não Formal é todo o tipo de actividades
educacionais centradas nas necessidades de um determinado público, organizadas
e realizadas fora do sistema formal da educação”.
No
contexto de Moçambique incluem a ENF, programas de extensão rural, formação de
camponeses, alfabetização de grupos específicos, programas de aperfeiçoamento
profissional, programas de educação comunitária em saúde, nutrição, planeamento
familiar, educação ambiental entre outras. Trata-se portanto, de um tipo de
educação que visa habilitar o indivíduo a tornar-se capaz de resolver os
problemas do seu dia-a-dia, sendo esta dirigida a população em geral, crianças,
adolescentes, jovens, adultos e terceira idade, adaptando-se em caso, aos
processos próprios de aprendizagem.
Para GOHN (2006):
Educação Não - formal
ocorre em ambientes e situações interactivos construídos colectivamente.
Segundo directrizes de dados grupos, usualmente a participação dos indivíduos é
optativa, mas ela também poderá ocorrer por forças de certas circunstâncias da
vivência histórica de cada um. Há na educação não-formal uma intencionalidade
na acção, no acto de participar, de aprender e de transmitir ou trocar saberes
(GOHN:2006)
Na
educação Não - formal, os espaços educativos localizam-se em territórios que
acompanham as trajectórias de vida dos grupos e indivíduos, fora das escolas,
em locais informais, locais onde há processos interactivos intencionais (a
questão da intencionalidade é um elemento importante de diferenciação com a
educação formal).
Analisando
a finalidade e os objectivos pode-se perceber que a Educação Não-formal
capacita os indivíduos, com vista a se tornarem cidadãos do mundo e no mundo.
Segundo
GOHN (2006) ” a finalidade da ENF, é abrir janelas de conhecimento sobre o
mundo que circunda os indivíduos e suas relações sociais e os seus objectivos
não são dados `a priori, eles se constroem no processo interactivo, gerando um
processo educativo”.
Nesta,
a construção de relações sociais baseadas em princípios de igualdade e justiça
social, quando presentes num dado grupo social, fortalece o exercício da
cidadania. A transmissão de informação e formação política e sociocultural é
uma meta na educação não formal. Ela prepara os cidadãos, educa o ser humano
para a civilidade, em oposição à barbárie, ao egoísmo, individualismo etc..
Quanto
aos campos de resultados para uma Educação Não Formal de acordo GOHN (2006)
poderá desenvolver, como resultados, uma série de processos tais como:
- Consciência e organização de como agir em grupos colectivos;
- A construção e reconstrução de concepção (ões) de mundo e sobre o mundo;
- Contribuição para um sentimento de identidade com uma dada comunidade;
- Forma o indivíduo para a vida e suas adversidades (e não apenas capacitam para entrar no mercado de trabalho);
- Quando presente em programas com crianças ou jovens adolescentes a ENF formal resgata o sentimento de valorização de si próprio (o que a mídia e os manuais de auto-ajuda denominam, simplificadamente, como a auto-estima); ou seja dá condições aos indivíduos para desenvolverem sentimentos de auto-valorização, de rejeição dos preconceitos que lhes são dirigidos, o desejo de lutarem para ser reconhecidos como iguais (enquanto seres humanos), dentro de suas diferenças (raciais, étnicas, religiosas, culturais, etc.);
- Os indivíduos adquirem conhecimento de sua própria prática, os indivíduos aprendem a ler e interpretar o mundo que os cerca.
2.1.1.3.1 Metodologias de
educação Não-Formal
Na
educação não-formal, as metodologias operadas no processo de aprendizagem parte
da cultura dos indivíduos e dos grupos. O método nasce a partir de
problematização da vida quotidiana; os conteúdos emergem a partir dos temas que
se colocam como necessidades, carências, desafios, obstáculos ou acções
empreendedoras a serem realizadas; os conteúdos não são dados a priori pois são
construídos no processo (GOHN:2006).
O
método passa pela sistematização dos modos de agir e de pensar o mundo que
circunda as pessoas. Penetra-se portanto no campo do simbólico, das orientações
e representações que conferem sentido e significado às acções humanas. Supõe a
existência da motivação das pessoas que participam. Ela não se subordina às
estruturas burocráticas. É dinâmica. Visa à formação integral dos indivíduos.
Neste
sentido tem um carácter humanista. Ambiente não formal e mensagens veiculadas
“falam ou fazem chamamentos” às pessoas e aos colectivos, e as motivam. Mas
como há intencionalidades nos processos e espaços da educação não-formal, há
caminhos, percursos, metas, objectivos estratégicos que podem se alterar
constantemente.
Há
metodologias, em suma, que precisam ser desenvolvidas, codificadas, ainda que
com alto grau de provisoriedade pois o dinamismo, a mudança, o movimento da
realidade segundo o desenrolar dos acontecimentos, são as marcas que
singularizam a ENF.
2.1.1.4 Educação de adultos
A
educação de jovens e adultos é um campo de práticas e reflexão que
inevitavelmente transborda os limites da escolarização em sentido estrito.
Primeiramente, porque abarca processos formativos diversos, onde podem ser
incluídas iniciativas visando a qualificação profissional, o desenvolvimento
comunitário, a formação política e um sem número de questões culturais pautadas
em outros espaços que não o escolar.
Por
um lado, a aprendizagem de adultos inclui todas as actividades de aprendizagem
para além da educação básica, qualificando a pessoa para se auto preparar em
áreas diferentes de acordo com as qualidades requeridas nas áreas da família,
ambiente familiar, comunidade dos cidadãos, tão longe quanto o permitam as suas
qualificações, psicologicamente, intelectualmente, economicamente, socialmente
e culturalmente. Por outro lado, a educação de adultos faz parte de um sistema
educativo que tem como objectivo, para além da educação básica legal, dar a
possibilidade de um crescimento ao longo da vida a todos, como um ser humano
individual e social, aprendendo através do trabalho ou do lazer (Gyldendal apud
FEDERIGHI e MELO:1999)
O
conceito mais actual de Educação de Adultos, foi formulado no decurso da V
Conferência Internacional sobre a Educação de Adultos, em Hamburgo, em 1997,
tendo considerado a educação de adultos como:
Conjunto de processos
de aprendizagem, formal e não formal, graças ao qual as pessoas consideradas
adultas pela sociedade a que pertencem, desenvolvem as suas capacidades,
enriquecem os seus conhecimentos e melhoram as suas qualificações técnicas ou
profissionais ou as orientam de modo a satisfazerem as suas próprias
necessidades e as da sociedade” (UNESCO, 1997:15-17).
Nesta
perspectiva a educação e formação de jovens e adultos oferece uma segunda
oportunidade a indivíduos que abandonaram a escola precocemente ou que estão em
risco de a abandonar, bem como àqueles que não tiveram oportunidade de a
frequentar quando jovens e, ainda, aos que procuram a escola por questões de
natureza profissional ou valorização pessoal, numa perspectiva de aprendizagem
ao longo da vida.
2.1.1.5 Educação Ambiental
Não - Formal para jovens e adultos
É interessante observar que a evolução da
Educação Ambiental (em especial a Não - formal) sofreu da ao longo do tempo,
visto que inicialmente era utilizada como forma de manifesto, alertando sobre a
escassez dos recursos naturais e indicando a necessidade de conservação da
natureza.
Segundo (CARVALHO: 2004), Educação Ambiental Não-formal É concebida
inicialmente como preocupação dos movimentos ecológicos como uma prática de
conscientização capaz de chamar a atenção para a finitude e a má distribuição
no acesso aos recursos naturais.
Por longos anos e até os dias de hoje, os
movimentos sociais e as ONGs, ainda são vistos como mero activistas, não tendo
em conta da contribuição que trouxeram à sociedade através de sua luta.
A partir de então, a Educação Ambiental ganha
forças e passa a ser vista como um processo de aprendizagem contínua, para a
formação de cidadãos que recebem conteúdos e subsídios para optarem por hábitos
e atitudes que visem o bem estar individual e colectivo, na melhoria do
ambiente para as presentes e futuras gerações.
A
Educação ambiental Não-formal é aquela constituída por um conjunto de práticas
e acções de natureza educativa cujo objectivo segundo ANTUNES (1999) “ é a “consciencialização da colectividade
sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da
qualidade do meio ambiente”. Ou seja, a Educação Ambiental Não-formal para Jovens
e Adultos é um processo integrado e amplo cujo objectivo é a capacitação dos
indivíduos (jovens e adultos) para a ampla compreensão das diferentes
repercussões ambientais das actividades humanas, tornando-os aptos a agir
activamente em defesa da qualidade ambiental.
A UNESCO na sua conferência Internacional
sobre a Educação de adultos, trouxe importantes contribuições que reforçam a
importância de inserção do tema meio ambiente na EJA. Na tentativa de
superar uma visão reducionista da Educação de Jovens e Adultos e também de
transpor o paradigma compensatório, a V Conferência traz a necessidade de
encarar a EJA para além da escolarização e da alfabetização, incluindo no seu
contexto novas dimensões. Dentro das novas abordagens propostas na V
Conferência, destaca-se o tema 6, no qual é exposto o compromisso de
vincular a Educação de Jovens e Adultos ao meio ambiente, à saúde e à
população, embora os demais temas também estejam relacionados com a
complexidade ambiental, pois ela interage e perpassa por todas essas
interfaces. A Declaração de Hamburgo, que resumiu as principais deliberações da
V CONFINTEA, afirmou segundo UNESCO:
A educação voltada para a sustentabilidade ambiental deve
ser um processo de aprendizagem que deve ser oferecido durante toda a vida e
que, ao mesmo tempo, avalia os problemas ecológicos dentro de um contexto
socioeconómico, político e cultural. Um futuro sustentável não pode ser
atingido se não for analisada a relação entre os problemas ambientais e os
actuais paradigmas de desenvolvimento. A educação ambiental de adultos pode
desempenhar um papel fundamental no que se refere à mobilização comunidades e
de seus líderes, visando ao desenvolvimento de acções na área ambiental
(UNESCO:1997).
Uma vez reconhecida a importância de
articular a Educação Ambiental em todos os níveis e modalidades de ensino, até
pela relevância da Educação de Adultos, torna-se necessária agora uma reflexão
sobre os sentidos da inserção da dimensão ambiental especificamente na Educação
de Jovens e Adultos.
É preciso deixar claro qual projecto de
Educação Ambiental deve ser pensado para a formação de jovens e adultos, tendo
em vista as diferentes apropriações ideológicas da Educação Ambiental presentes
nos discursos dominantes, pois, de acordo com LOUREIRO (2006), ela é “um veículo por onde atravessa a disputa pela
conservação ou transformação social”.
Sendo assim, diante das diferentes formas de
pensar e realizar a Educação Ambiental, é preciso aproximar a Educação de
Jovens e Adultos focada na mudança de comportamento individual e que mais serve
para manter a ordem vigente do que para provocar mudanças, concebendo o meio
ambiente como resultante das relações entre ambiente natural e ambiente social.
A Educação de Jovens e Adultos, desenvolvida
sob a égide da Educação Ambiental deve se aproximar de outra abordagem teórico-epistemológica
que compreenda a inalienável dimensão política da Educação Ambiental. Esse
entendimento da EA (crítica/emancipatória/transformadora) como uma educação
política já foi reconhecido no Tratado da Educação Ambiental para Sociedades
Sustentáveis e Responsabilidade Global (1992), incluído no princípio 11, que
afirma que a Educação Ambiental não é neutra, mas ideológica. É um acto
político, baseado em valores para a transformação social (REZENDE:2011)
Na visão de Antunes, a
Educação Ambiental Não-Formal deverá incentivar:
- A difusão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, em espaços nobres, de programas e campanhas educativas, e de informações acerca de temas relacionados ao meio ambiente;
- A ampla participação da escola, da universidade e de organizações não-governamentais na formulação e execução de programas e actividades vinculadas à educação ambiental não-formal;
- A participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento de programas de educação ambiental em parceria com a escola, a universidade e ONG`s;
- A consciencialização da sociedade para a importância das unidades de conservação;
- A sensibilização ambiental das populações tradicionais ligadas às unidades de conservação;
- A sensibilização ambiental dos agricultores;
- Entre outras
A educação Ambiental Não-formal usualmente
possui um conteúdo educacional restrito mas fundamenta-se basicamente na
promoção da participação dos cidadãos tal como afirma REZENDE:
A articulação entre os campos da Educação Ambiental e da
Educação de Jovens e Adultos torna-se relevante não apenas para a educação das
crianças, mas também para os processos educativos que são realizados em outros
espaços sociais ocupados pelos sujeitos, tais como locais de trabalho,
associações, sindicatos, cooperativas, dentre outros, onde os conhecimentos e
as acções desenvolvidas a partir desses saberes ganham espaço político, pois a
Educação de Jovens e Adultos engloba espaços formais e não-formais, onde os
indivíduos desenvolvem suas habilidades, enriquecem e socializam seus
conhecimentos e práticas (REZENDE:2011)
Este aspecto representa um horizonte muito
interessante para os alunos da EJA, pois os potencializam nas lutas pelos
direitos colectivos e pela cultura colectiva, reconhecendo-se como sujeitos
históricos.
2.1.1.5.1 Selecção de estratégias para programas de
educação ambiental Não-Formal
Para execução de programas relacionados à
Educação Ambiental Não-formal, faz-se necessário primar por alguns fundamentos
e princípios, os quais tornam a prática mais efectiva.
A começar pela plena oportunidade de
participação dos envolvidos, o que permite o questionamento, a proposição de
acções e soluções para a consecução dos objectivos que se pretende alcançar.
Pois muitas vezes, a oposição a um determinado programa decorre principalmente
da falta de informações do público-alvo sobre o mesmo.
As práticas em Educação Ambiental devem
sempre considerar a realidade local, levando em conta toda sua perspectiva
histórica, pois ela diz muito sobre os aspectos culturais e sociais do
público-alvo, além de que, possibilita que a situação futura desejada seja
condizente com os anseios e com as possibilidades dos envolvidos, assegurando o
respeito às diversas formas de vida e expressão da cultura, estimulando o
convívio entre os diferentes, a solidariedade, a igualdade e o respeito aos
direitos humanos, usando estratégias democráticas e de interacção. (LIMA:2009).
Outro factor que merece destaque é o enfoque
sistémico, o qual se estrutura num conjunto organizado e interdependente de
relações, onde todos os fenómenos ou eventos se inter-relacionam de forma
global. A Educação Ambiental deve considerar o meio ambiente em sua totalidade,
ou seja, em seus aspectos naturais e criados pelo homem, tecnológicos, sociais,
económicos, políticos, históricos, culturais, morais e estéticos,
possibilitando a acção integrada de diferentes perspectivas.
Mas o ideal é que se comece a averiguar as
questões ambientais do ponto de vista do local, do próprio meio que cerca a
população-alvo, passando ao regional, ao nacional e ao global, de modo que se
identifique com as condições ambientais de outras localidades.
Estabelecendo as inter-relações do meio
ambiente local com o restante do planeta, possibilitando a compreensão do
funcionamento dos ecossistemas naturais e sociais a partir da realidade que se
pretende trabalhar.
A criação e o desenvolvimento de um Programa
de Educação Ambiental não- formal pode ser elaborado utilizando-se diferentes
métodos, visto que não há uma metodologia única, nem um modelo rígido para tal.
Podem-se utilizar diversos ambientes educativos e uma ampla gama de actividades
práticas para se transmitir e socializar conhecimentos.
2.1.1.5.2 Etapas de
planificação de um programa de Educação Ambiental
Educação ambiental como um processo, na sua
implementação necessita de um exercício de planificação.
Baseado em PÁDUA, TABANEZ e SOUSA (1999) uma
proposta de planificação de programas de Educação Ambiental Não - formal
compreende três etapas de acordo o seguinte:
2.1.1.5.1.1
Realização de diagnóstico
O diagnóstico deve ser realizado logo no
início de qualquer programa para a Identificação das principais temáticas a
serem abrangidas e para delineamento das acções a serem realizadas. Faz-se
importante para identificação das questões ambientais específicas da área de
realização do projecto e para se conhecer as necessidades, valores e potenciais
do público envolvido, enfim, para se identificar características ambientais,
sociais e económicas relevantes. Para realização de diagnóstico, há uma série
de metodologias participativas ou não, que podem ser utilizadas.
2.1.1.5.1.2
Planificação e execução do Programa Educacional a ser realizado
Para a implantação de um Programa de Educação
Ambiental Não-formal, é necessário estabelecer prioridades, atitudes e formas
de acção, levando em conta os seguintes critérios:
- Definição do público-alvo e do objectivo a ser alcançado;
- Selecção do conteúdo e temáticas abordadas;
- Adequação da linguagem e das estratégias, levando-se em consideração os conhecimentos, as vivências e o vocabulário do público-alvo;
- Desenvolvimento de estratégias para realização do objectivo escolhido;
- Dimensão das acções propostas;
- Estabelecimento de parcerias para execução da proposta;
- Elaboração de cronograma de execução das actividades.
2.1.1.5.1.3
Avaliação dos resultados para aperfeiçoamento do trabalho
Todo o trabalho desenvolvido deve ser
avaliado periodicamente para que se possa fazer correcções e traçar novas directrizes,
adequando o programa às necessidades do público-alvo. A avaliação apresenta não
só a efectividade do programa como um todo, como também fornece informações
acerca dos diferentes procedimentos usados.
Mas o mais importante dentro de um programa
de Educação Ambiental Não-formal, é saber qual o produto/resultado que se
espera dele, para que realmente se tenham mudança de valores, atitudes e
comportamentos que levem o ser humano a busca de uma melhor relação consigo
mesmo, com o meio ambiente e com o próximo.
2.1.1.5.2 Métodos a
ter em conta na Educação ambiental Não – Formal para Jovens e Adultos
No Processo de Educação Ambiental Não-formal para Jovens e
Adultos, agir com um dado método supõe uma prévia análise dos objectivos que se
pretendem atingir, as situações a enfrentar, assim como dos recursos e o tempo
disponíveis, e por último das várias alternativas possíveis. Trata-se pois, de
uma acção planeada, baseada num quadro de procedimentos sistematizados e
previamente conhecidos.
Neste
sentido, um programa de Educação Ambiental dirigido para jovens e adultos pode
ser implementados ou realizado através de: Oficinas ou Fóruns de Educação
ambiental; visitas a locais de interesse; Jornadas de Boas Práticas;
Actividades culturais, Palestras ou Exposições. Estas metodologias devem
procurar atingir objectivos e a dirigidas a alguns intervenientes, como
demonstra a tabela abaixo:
Tabela 3: Métodos, objectivos e
intervenientes de cada uma das metodologias no âmbito da Educação Ambiental
param Jovens e Adultos
Método
|
Objectivo
|
Intervenientes
|
Oficina
de Educação Ambiental
|
Estimular
a percepção dos atributos ambientais e da relação da sociedade com o meio
ambiente
|
Líderes
locais; Fóruns, ONG`s/OCB`s; Grupos de interesse
|
Fórum
de Educação Ambiental
|
Construir
um espaço para discussão e debate sobre a temática ambiental nas comunidades
locais
|
Líderes
tradicionais e religiosas; Rádios Comunitárias, Instituições privadas
|
Visitas
a locais populares ou excursões
|
Avaliar
as regiões com dificuldades em manter o ambiente equilibrado sem que haja
perdas de recursos económicos ou sociais e
Familiarizar
os participantes com os problemas ambientais locais
|
ONG`s,
Instituições de Investigação, Instituições de ensino; grupos de moradores
|
Jornadas
de boas práticas
|
Demonstrar
os processos como tem sido feitos desenvolvidos como forma a ser aproveitado
para as comunidades
|
ONG`s/OCB`s;
Autoridades locais
Comunidades
locais; Grupos de moradores
|
Actividades
culturais
|
Difundir
a mensagem ambiental sobre as boas praticas de gestão ambiental nas
comunidades
|
Grupos
culturais Artistas/Escritores
|
Palestras
|
Consciencializar
as comunidades locais sobre a problemática ambiental e estratégias de
mitigação
|
Ambientalistas,
Institutos de Formação e de Investigação, pessoas Influentes
|
Exposições
|
Mostrar
elementos, circunstâncias e atitudes relacionadas com o ambiente e a sua
percepção.
|
ONG`s,
Instituições de Investigação, Instituições Publicas
|
Fonte: Seminário de Divulgação
de Experiencias e Boas Práticas de Gestão ambiental
|
Apesar
destas metodologias que orientam um processo de educação ambiental, muita coisa
ainda deve ser feita não só por parte do governo como também dos profissionais
desta área, das organizações envolvidas e da comunidade em geral. Como exemplo
disso, nos programas de educação de jovens e adultos não há clareza dos
conteúdos ambientais com carácter educativo e não apenas informativo como se
apresentam.
Olhando
para a realidade da Educação ambiental para jovens e adultos nas nossas
comunidades, importa buscar SOUSA (2000:22) que afirma que “a educação
ambiental é um mau sem rumo, empurrada pelas mãos de muitos timoneiros, cada um
mais certo do que a sua certeza, da correcção de sua rota, e mais imune à considerações
complementares e correctivos propostas por seus adversários”.
A
realidade disso muitos, dos programas de educação ambiental promovidos por
grupos isoladas e de forma inconsistente ao nível das comunidades não têm
contribuído para a formação de uma consciência ambiental nos jovens e adultos a
todos os níveis (dos menos informados
aos mais informados) nem a criação de uma mentalidade com uma visão de
“Desenvolvimento Sustentável”[1]
Algumas
acções de formação e capacitação levadas a cabo tanto pelo governo assim como
pelas Organizações Não Governamentais não se apresentam como solução para a
consciencialização dos cidadãos sobre a necessidade de preservação ambiental.
Muitas dessas acções de formação ou capacitação realizadas associam-se a
implementação de projectos e que no fim dos mesmos não tem havido planos de
continuidade.
2.1.1.5.4 Uso de
instrumentos da Sociopedagogia na Educação ambiental.
As organizações só sabem, hoje, decidir
sozinhas, no silêncio dos seus gabinetes técnicos e, depois informarem os
cidadãos sobre essas mesmas decisões, através de fórmulas ainda muito
artesanais. Dada a ineficácia comprovada estas metodologias, há, então, que
repensar todo o processo, não só da tomada de decisão, como também da formação
da opinião pública que é a componente que se ocupa a sociopedagogia
Por sociopedagogia entende-se como sendo uma
metodologia de intervenção social que constrói a adesão dos grupos sociais a
novos projectos e a aprendizagem de novos conceitos, posicionamentos e
comportamentos essenciais (SILVEIRA).
A
Sociopedagogia socorre-se dos instrumentos da interacção grupal, utilizando-os
segundo os objectivos e critérios definidos. Assim, basicamente, utilizam-se
três tipos de abordagens:
- Um sistema de informação - através do qual se veiculam as ideias-chave, construídas de modo a serem percebidas e compreendidas pelo grupo em causa, e criando a base da mudança dos conceitos sociais (exemplos: folhetos, brochuras, vídeos). Todos estes meios veiculam a informação, de forma mais ou menos apelativa, mas não preveem a interactividade com o cidadão que fica na sempre, na posição de receptor/leitor.
- Um sistema de comunicação - através do qual se debatem as ideias-chave veiculadas e os pontos de vista prévios existentes, permitindo, assim, reformular posicionamentos, e promovendo a sua mudança (exemplos: Seminários de reflexão, as reuniões de sensibilização, etc). Estes meios já propõem a interactividade do cidadão, colocando-o lado a lado com outros e face à informação.
- Um sistema afectivo - através do qual se criam eventos significativos, detonando energia participativa, e mobilizando para a mudança de comportamentos desejada (animação de rua, participação em espetáculos, etc.). Estes são os meios que promovem a interactividade ao mais alto grau.
O encadeamento temporal destes instrumentos,
pedagogicamente controlado, é desenhado especificamente para o projecto e os
grupos em causa, mas sempre diferente de grupo para grupo, criando condições
para que o sistema social expresse a mudança comportamental desejada.
2.1.1.6
A Educação ambiental Não-Formal na cidade de Nampula
Poucos
se não mesmo não existem estudos que tenham sido realizados e que abordam
especificamente a componente de Educação Ambiental Não-formal direccionada aos
jovens e adultos na cidade de Nampula. O Centro de Desenvolvimento Sustentável
para as Zonas Urbanas, (uma instituição do sector do ambiente) no âmbito do
Relatório do Estado do Ambiente do Município de Nampula, aborda de forma
transversal alguns programas de educação ambiental que foram desenvolvidos nos
bairros. Este relatório considera que:
A realização de
sessões teatrais, pinturas de murais e realização de programas infantis e
debates radiofónicos constituem alguns dos eventos mais importantes que o
Conselho Municipal de Nampula vem realizando desde 2003. O projecto de
saneamento, é outra das respostas à situação grave de saneamento. Inclui a
sensibilização da população sobre higiene e saneamento, a promoção de latrinas
melhoradas, a cloração de poços protegidos, a construção de poços protegidos -
bomba manual (CDS-Zonas Urbanas:2009).
Estas
actividades na sua maioria foram realizadas com o apoio de várias Organizações
Comunitárias (OCB’s) activas nas áreas de consciencialização, educação e
mobilização ambiental, combate a erosão, água e saneamento e arborização. As
mesmas apresentam-se com algumas fraquezas como de natureza organizacional,
técnico financeira e até metodológica para melhor actuar junto das comunidades
CAPÍTULO III
3.1 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E
INTERPRETAÇÃO DE DADOS
Constitui
propósito fundamental deste capítulo apresentar e discutir os dados colhidos no
campo. As respostas dos munícipes (beneficiários dos programas de educação
ambiental), dos educadores ambientais e gestores de instituições que promovem a
educação ambiental na cidade de Nampula, foram agrupadas em categorias ou
dimensões, que descrevem as tais razoes da escolha das estratégias e métodos.
A
categorização das respostas foi um exercício fundamental para a descoberta da
tendência dos moradores inquiridos, educadores ambientais questionados e
gestores de Educação ambiental entrevistados para posterior agrupamento e
interpretação.
Foram
inquiridos 24 munícipes escolhidos de forma aleatória, em diferentes bairros da
cidade para colher a sua sensibilidade em relação ao tipo de estratégias e
metodologias que tenham sido usadas. As perguntas foram colocadas com
alternativas de respostas para orientá-los de forma a não se deslocar do
contexto e responder objectivamente.
Foram
submetidos ao questionário, onze (11) educadores ambientais das diferentes
instituições e organizações que funcionam na cidade para perceber das
metodologias e estratégias que estes privilegiaram junto das comunidades bem
como as razoes da escolha. As perguntas foram colocadas de forma aberta, isto
é, sem alternativas de respostas previamente colocadas, de modo a permitir que
cada um exprimisse o próprio sentimento sem influências de ideias
pré-fabricadas.
Um
terceiro grupo foi o dos gestores das instituições que promovem a educação
ambiental no Município de Nampula que lhes foi feita a entrevista, com vista a
perceber a visão institucional sobre a Educação ambiental realizada tomando em
conta os recursos disponibilizados. Igualmente as perguntas foram abertas com
vista a perceber a visão, missão e desafios para o futuro no âmbito da Educação
Ambiental Não - formal.
3.1 1 O uso de métodos
informativos na educação ambiental de jovens e adultos é influenciado pelas limitações
de natureza técnica dos educadores ambientais
Nesta
hipótese foram definidas duas variáveis nomeadamente: Limitações de natureza
técnica dos educadores ambientais (Independente) e Uso de métodos informativos
na educação ambiental de jovens e adultos (Dependente).
3.1.1.1 Limitações de natureza
técnica dos educadores ambientais.
Para
analisar a fraca capacidade técnica dos educadores ambientais foram
entrevistados cinco (5) gestores de instituições que promovem a Educação
Ambiental e inquiridos vinte e quatro (24) munícipes que beneficiaram dos
programas conforme a amostra escolhida, com vista a colher sensibilidades em
relação a capacidade técnica dos educadores ambientais.
Como
se sabe, são muitas as fraquezas ligadas a capacidade técnica. Entretanto, no
contexto do presente trabalho foram seleccionados como indicadores: formação
básica e geral, o uso recursos e meios inadequados e o uso excessivo de métodos
informativos.
Para
o efeito, a questão colocada aos entrevistados foi “ Quais são as fraquezas de
natureza técnica que os educadores apresentam? Os resultados obtidos `a esta
questão, estão no gráfico que se seque:
Fonte: Autor com base nas respostas
entrevistados
De
acordo o gráfico acima, dos 5 gestores entrevistados do universo de 100%
destes: (40%) afirmam que estão ligadas a metodologias com carácter
informativo; outros 40% consideram que estes têm a formação até ao nível básico
geral e os restantes 20% afirmam que usam recursos inadequados na educação
ambiental.
Relacionado
a este aspecto, um dos entrevistados disse: “ o pessoal que trabalha na
Educação ambiental ao nível desta instituição todos tem o nível básico do
ensino geral e até em alguns casos são do nível elementar o que faz com que não
consigam articular com os munícipes e principalmente se encontram alguém com
nível superior por exemplo” (ENT1: cp).
Ainda no sentido de perceber sobre as
fraquezas de natureza técnica que os educadores apresentam, foram entrevistados
24 munícipes da cidade de Nampula que beneficiaram programas de educação
ambiental. Colocado lhes a questão sobre que fraquezas técnicas apresentam
frequentemente os educadores ambientais, estes responderam de acordo os
resultados do gráfico abaixo:
Gráfico 2: Fraquezas de natureza técnica dos educadores ambientais segundo munícipes |
Fonte: autor com base nas respostas
dos munícipes inquiridos
|
De
forma geral, os entrevistados consideram estão ligadas ao nível de formação
académica pois na sua maioria não conseguem interagir com as comunidades e
principalmente aqueles que possuem nível superior a estes.
Ainda
com vista a perceber sobre a capacidade técnica dos educadores ambientais foi lhes
questionados os próprios educadores, se beneficiaram de alguma formação para
trabalhar como educador ambiental. Os resultados obtidos a esta questão estão
no gráfico abaixo:
Gráfico
3: Grau de
formação dos educadores ambientais
Fonte: Autor
|
De acordo o gráfico acima,
do universo dos que responderam o questionário (11), seis (6) correspondentes a
54.5% afirmaram que nunca beneficiaram de acção de formação para o exercício da
actividade; quatro (4) correspondentes a 36.4% disseram que apenas participou em seminários
de capacitação e apenas um (1) correspondente a 9% afirmou ter beneficiado de
uma formação como educador ambiental.
Em
suma fazendo uma interligação respostas entre os gestores ambientais e os
munícipes, ambos os grupos consideram como sendo a maior fraqueza dos
educadores o baixo nível académico dos mesmos que vai até o nível básico do
ensino geral o que faz com que haja limitações nestes educadores.
Ainda
associando estas ideias as respostas dos próprios educadores que a sua maioria
afirma não terem beneficiado de uma capacitação específica, pode-se chegar a
conclusão que na verdade que as limitações de natureza técnica é a maior fraqueza dos educadores
ambientais de jovens e adultos na cidade de Nampula
3.1.1.2
Uso
de métodos informativos na educação ambiental de jovens e adultos
Para
analisar a priorização de métodos informativos na educação ambiental de jovens
e adultos entrevistados cinco (5) gestores de instituições que promovem a
Educação Ambiental, onze) 11 educadores ambientais e inquiridos vinte e quatro
(24) munícipes que beneficiaram programas de EA, conforme a amostra escolhida.
O objectivo das entrevistas era de colher sensibilidades em relação a
priorização de métodos informativos na educação ambiental.
Tomando
em conta que são muitos os métodos informativos, para este trabalho foram
seleccionados como indicadores desta variável: Palestras populares; Exortações
via rádio; e Distribuição de panfletos. Uma das questões colocadas aos
entrevistados foi “ Quais os métodos que têm sido privilegiados pelos
educadores ambientais nos programas de educação ambiental direccionados aos
jovens e adultos?”. Os resultados obtidos das respostas desta pergunta podem
ser observados no gráfico abaixo:
Gráfico
4: Métodos
privilegiados pelas instituições na Educação Ambiental de acordo gestores
Fonte: Autor com base nas respostas dos entrevistados |
De
acordo o gráfico acima, na questão sobre os métodos especificamente na EA para
jovens e adultos foram entrevistados cinco (5) gestores de instituições de
educação ambiental.
Dos
gestores entrevistados, dois (2) correspondentes a 40% consideram que foi
Palestra, a metodologia mais privilegiada nos programas de Educação Ambiental
pelos educadores ambientais sob a orientação das respectivas instituições.
No
mesmo contexto dos restantes três (3) correspondente a 60%; um (1)
correspondente a 20% considera que foi
através de debate radiofónico; um (1) correspondente a 20% considera que era
usadas ao mesmo tempo dois métodos (palestras e panfletos) e um (1)
correspondente a 20% considera terem sido usada o canto e dança para educar as
comunidades.
De
acordo um dos entrevistados afirmava o seguinte: “ os educadores ambientais
desta instituição, debatem-se com fraqueza de capacidade de comunicação com o
grupo alvo. Muitas vezes vão ao campo, apenas falam sobre os problemas e
distribuem os materiais informativos, não criam espaço para interagir com os
cidadãos” (Director Provincial do Meio Ambiente:2013)
Este
trecho da entrevista mostra claramente o uso de métodos informativos que muitas
vezes acontece de forma apelativa e
não há interactividade com o cidadão. No âmbito da sociopedagógica esta
metodologia enquadra-se no sistema de informação que é através do qual se
veiculam as ideias-chave, construídas de modo a serem percebidas e
compreendidas pelo grupo em causa e criando a base da mudança dos conceitos
sociais por meio de: Folhetos, Brochuras, Vídeos, Cartazes, Anúncios de
imprensa, entre outras.
Ainda
sobre a mesma questão, foi lhes perguntado aos munícipes sobre como eram
implementadas as actividades de Educação Ambiental no seu bairro. Os resultados
a esta questão podem se observar no gráfico abaixo:
Gráfico 5: Metodologias usadas nos
programas de Educação Ambiental segundo munícipes
Fonte: Autor de acordo respostas dos
inquiridos
Dos
inquiridos sobre os métodos usados nos programas de Educação Ambiental na
cidade de Nampula responderam: 20% dos inquiridos (N=5) disse que foi através
de palestras; a mesma percentagem (20%) destes (N=5) disse que foi através de
panfletos; 16% dos inquiridos (N=4) afirmou que foi através de palestras e
panfletos; o mesmo número (16%), diz que foi através de jornadas de limpeza; 8%
dos inquiridos (N=2) diz que foi através de Rádio; a mesma percentagem (8%),
afirma que foi através de palestra e teatro; 4 %dos inquiridos (N=1) disseram
que foi através de Núcleos de ambiente; 4% afirma que houve associação de
palestras e jornadas de limpeza; e finalmente também 4% considera que foi
através de teatro e filmes.
Olhando
para as respostas dos inquiridos pode se perceber que a distribuição de
panfletos e as palestras continuam a ser vistas como os método mais
privilegiado nos programas de educação ambiental na cidade de Nampula. O que
vem juntar a ideia do uso de métodos informáticos nestes programas
referenciados pelos gestores e educadores ambientais no gráfico anterior
(gráfico 4).
É
preciso destacar a ideia de que a Educação Ambiental não se restringe a
dimensão informativa: ela busca, sim, cumprir uma outra tarefa educativa , a da
formação (plena, crítica e reflexiva) do sujeito ecológico (CARVALHO:2004).
3.1.2 Os critérios dos
doadores de educação ambiental foram determinantes na escolha de estratégias
inadequadas na EA para jovens e adultos
Nesta
hipótese foram definidas como variáveis: Estratégias inadequadas na EA param
jovens e adultos (Independente) e Critérios dos doadores de educação ambiental
(Dependente)
3.1.2.1 Estratégias inadequadas na Educação Ambiental Não-formal
Para
analisar a aplicação de estratégia e metodologias inadequadas na educação
ambiental de jovens e adultos foram entrevistados cinco (5) gestores de
instituições que promovem a Educação Ambiental, onze (11) educadores ambientais
e inquiridos vinte e quatro (24) munícipes que beneficiaram destes programas
conforme a amostra escolhida, com vista a colher sensibilidades.
Tomando em conta que são muitas as estratégias e
métodos que consideram como sendo inadequados para a educação ambiental de jovens
e adultos, para o presente trabalho foram seleccionados como indicadores da
variável: Grupo alvo limitado; Mensagens informativas, Prazos nas actividades
Uma
das questões colocadas aos entrevistados foi “ Diga das estratégias privilegiadas na educação ambiental, quais
considera como sendo inadequadas para jovens e adultos? Os resultados obtidos
das respostas desta pergunta podem ser observados no gráfico abaixo:
Gráfico 6: Estratégias inadequadas para Educação Ambiental na
visão dos gestores em percentagem
Fonte: Autor de acordo s respostas
dos gestores
Nesta
questão sobre as estratégias usadas na implementação de educação ambiental, de
acordo o gráfico acima, estes responderam: 40% das instituições (N=2) era
atraves de mensagens informativas; a mesma percentagem de 40% era através de
pequenos projectos e 20% das instituições (N=1) afirma que a estratégia era
trabalhar com grupos maiores.
Ainda
para perceber sobre as estratégias, foi colocada aos educadores ambientais a
seguinte questão Que estratégias usaram para a implementar as actividades? Como
resultado das respostas sobre esta questão, podem se ver os dados do gráfico
abaixo:
Gráfico
7:
Estratégias privilegiadas na Educação Ambiental de acordo educadores
Fonte: Autor de acordo as respostas
dos educadores ambientais
De
acordo o gráfico acima e em resposta a questão colocada sobre as estratégias
que foram usadas para a implementação das actividades dos 100% educadores
(N=11), disseram o seguinte: 55% dos educadores (N=6) considerou que foi no
atendimento a emergência; 36% dos educadores (N=4) afirma que foi através de
pequenos projectos e 9% dos educadores (N=1) afirmam que através Programas
constantes e continuados.
Neste
sentido, enquanto os gestores consideram como sendo estratégias inadequadas o
uso de mensagens informativas apenas e a limitação do grupo alvo a ter em conta
nos programas principalmente por sua vez os educadores ambientais reforçam
estas ideias ao considerarem que as estratégias ou seja que os programas eram realizados na sua
maioria com vista a atender situações de emergência e em outros casos eram projectos de curta
duração sem nenhuma sustentabilidade uma vez que depois que terminavam não
havia nenhum trabalho de continuidade.
3.1.2.2
Critérios dos doadores de Educação Ambiental
Para
analisar os critérios dos doadores de educadores ambientais na educação
ambiental de jovens e adultos foram entrevistados cinco (5) gestores de
instituições que promovem a Educação Ambiental conforme a amostra escolhida,
com vista a colher sensibilidades.
Tomando em conta que são muitos os critérios dos
doadores de educadores ambientais para a educação ambiental de jovens e
adultos, para o presente trabalho foram seleccionados como indicadores da
variável os seguintes: Projectos de curta duração, Limitação do tempo Locai
pré-definidos.
A
questão colocada aos entrevistados foi “Em caso de programas de tenha
trabalhado com doadores, que critérios são impostos por eles? Os resultados
obtidos das respostas desta pergunta podem ser observados no gráfico abaixo:
Gráfico
8: Critérios
dos doadores dos programas de Educação Ambiental
Fonte: Adaptado pelo autor
De
acordo o gráfico, na questão colocada sobre os critérios usados pelos doadores,
do universo dos gestores entrevistados (100%), uma percentagem de 40% considera
que havia pré definição dos locais para a promoção da EA; a mesma percentagem
(40%) considera que a limitação do tempo e finalmente uma percentagem de 20%
considera que era pelo critério de poucos recursos ou então disponibilizava-se
poucos recursos.
Segundo
um dos entrevistados “ os fundos dos doadores devem ser aplicados de acordo os
locais que eles acham e no tempo que eles definem e isto faz com que nos não
possamos aplicar a nossa realidade ou abranger locais que realmente achamos que
precisam” (ENT3:cp).
Este
trecho da entrevista mostra claramente aquilo que impõem os doadores e torna
condicionante a escolha das estratégias para a implementação dos programas por
parte das instituições e dos educadores.
Mas
antes desta questão e para melhor perceber os programas que foram realizados
com apoio de doadores ou parceiros, foi colocada uma questão aos educadores
sobre como eram implementados os programas na cidade de Nampula e os resultados
estão na tabela abaixo:
Tabela
4: Os
implementadores e as formas de implementação dos programas de EA na cidade de
Nampula
Resposta
|
Como
se implementava
|
Frequência
|
Instituição Pública
|
Através de fundos públicos
|
01
|
Através fundos de parceiros
|
04
|
|
Através de fundos próprios e parceiros
|
01
|
|
ONG Nacional
|
Através de fundos de parceiros
|
03
|
Através de fundos próprios e parceiros
|
01
|
|
Conselho Municipal
|
Através de fundos próprios e parceiros
|
01
|
Total
|
11
|
Fonte: Autor
Na
questão sobre quem implementou os programas de Educação Ambiental dos
educadores, de acordo a tabela 3 as respostas foram dadas da seguinte maneira:
6 disseram que foi através de instituições públicas (1 afirma que foi através
de fundos públicos, 4 disseram foi com apoio de fundos de parceiros e 1 afirmou
que foi uma associação entre fundos de parceiros e públicos); 4 consideram que
estes programas foram implementados através de ONGs (sendo 3 com apoio com de
fundos de parceiros e 1 considera que foi através de fundos próprios e de
parceiros); e apenas 1 considera que os programas foram implementados pelo
Conselho Municipal através de fundos próprios e de parceiros.
Neste
contexto percebe-se que tanto os programas desenvolvidos pelas instituições,
assim como pelas organizações ou o Conselho Municipal, na sua maioria foram com
apoio dos parceiros sobre tudo na disponibilização de recursos financeiros.
Neste processo de relacionamento sempre houve critérios que eram usados que na
qual dominava o local ou espaço geográfico e o tempo de realização destes
programas.
Conclusões e Sugestões
Chegado
a este ponto pretende-se mostrar a modo de síntese, algumas das problemáticas
que puderam desprender-se ao longo do texto, com o intuito de deixar claro que
a reflexão aqui aberta serve de base para futuras análises, novas ideias que
podem continuar a nascer em torno do tema
Após
análise dos dados e discussão dos mesmos, torna-se importante apontar algumas
conclusões, apesar das limitações a que esta investigação foi sujeita, como por
exemplo: o número reduzido de respostas.
Em
suma, duas razões estarão por de traz da escolha de estratégias inadequadas e
métodos informativos na educação ambiental de jovens a adultos nomeadamente: os
critérios impostos pelos doadores e as limitações de natureza técnica dos
educadores ambientais.
Conclusões
Nesta
perspectiva falar-se em conclusões é uma mera formalidade que, neste estudo, se
encontra limitada a um pequeno número da população jovem e adulta, uma vez que
todas as conclusões são relativas e que a sua validade é aceitável se tivermos
em conta a “mobilidade dos tempos” que se interpenetram.
Muitos
programas de educação ambiental realizados no Município de Nampula foram
caracterizados pelo uso inadequado de estratégias e métodos com carácter
meramente informativo (o que pouco tem contribuindo efectivamente para formação
de sujeitos ecológicos). Nesta perspectiva e na tentativa de perceber as reais
motivações que levaram a escolha destas estratégias e métodos e de acordo os
dados chega-se as seguintes conclusões:
- Os educadores ambientais das instituições e organizações apresentam limitações técnicas sobre aspectos ambientais e de educação de adultos uma vez que a sua maioria tem o nível académica básico geral e para além de que tem beneficiado de poucas acções de formação sobre estas matérias;
- Nos programas de educação ambiental levados a cabo, foram usados na sua maioria métodos informativos com destaque para palestras populares, distribuição de panfletos, canto e dança deixando de lado outras duas componentes da sociopedagogia que permitam maior interactividade com o grupo alvo nomeadamente comunicação e afectividade;
- Os critérios dos doadores de programas de educação ambiental na sua relação com instituições ou organizações do sector do ambiente na perspectiva de financiá-las têm influenciado para escolha de estratégias uma vez que tanto estas assim como as metodologias já vêm pré- definidas o que não permite a participação dos beneficiários na sua escolha.
- As estratégias privilegiadas nos programas de educação ambiental para jovens a adultos têm sido inadequadas uma vez que privilegiam métodos informativos, grupo alvo e o tempo definido (em forma de projectos) e nunca foram objecto de análise crítica no sentido de adequá-las a realidade local.
Sugestões
Como
sugestões a fazer em função das conclusões a que o estudo chega importa
salientar a curto e médio prazo é necessário reverter o mau rumo que o a Educação
Ambiental Não-formal direccionada a jovens e adultos sempre tomou. Neste
processo urge a necessidade de envolver actores sociais (sociólogos,
antropólogos, educadores de adultos, entre outros) e ambientais no sentido de
encontrar novas formas de fazer a educações ambientais com envolvimentos activo
dos beneficiários. As grandes sugestões que importa fazer são:
- As instituições do sector do ambiente (CDS-Zonas Urbanas, DPCA e a DIMAE do CMN) devem potenciar os sectores que fazem a educação ambiental de recursos (humanos, materiais e financeiros) qualificados para trabalhar como educadores ambientais junto das comunidades recrutando pessoal qualificado ou submetendo a cursos de curta ao pessoal actual.
- As instituições de investigação na área de Educação de Adultos ( a UP e UCM o Instituto Formação de Educadores de Adultos e outros interessados) devem realizar estudos e ensaiar as diferentes alternativas metodológicas que privilegiem não só a informação assim como a comunicação e a afectividade. Neste sentido os estudantes finalistas devem ser orientadas a fazer os seus trabalhos práticos junto das comunidades (depois das defesas).
- Os parceiros ou doadores de educação ambiental na cidade de Nampula (PDA, Fórum Terra, UNICEF) devem reflectir sobre as suas estratégias no apoio aos programas de educação ambiental. Neste sentido devem negociar junto das autoridades locais a implementação dos seus projectos tomando em conta a realidade actual e as especificidades do grupo alvo.
- Ao nível da base (nos bairros sobre tudo) o CMN e ONG`s devem criar e capacitar Núcleos Comunitários, Fóruns de Comunitários de Educação Ambiental ou incentivar a criação do associativismo ambiental. Estas estruturas irão permitir que os educadores ambientais encontrem uma base de sustentação nos bairros com vista a que os assuntos ambientais sejam discutidos com maior profundidade ao nível desta.
Estas
e outras sugestões que vierem a ser dadas por estudos similares, podem servir
de base para dar “ nova cara” para educação ambiental não formal para jovens e
adultos no País, na Província e na cidade de Nampula em particular.
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MINED. Aspectos
do currículo para a AEA e ENF. Direcção Nacional de Alfabetização e Educação
de Adultos. Maputo. 2003.
NÉRICE,
Imídeo Geuseppe. Introdução `a Didáctica
Geral. 3 ed. Editora escolar Atlas. 1989.
PADUA,
S.; TABANEZ, M.; SOUZA. M. das G. O Papel
da Educação Ambiental e da Participação Comunitária na Conservação de áreas
Naturais. Acção Ambiental. Viçosa.
Ano II. n. 8. 1999. pp 8-11.
RAUEN,
Fábio José. Elementos de iniciação à
pesquisa. Rio do Sul, SC: Nova Era, 1999.
REZENDE, Viviane Almeida. A Dimensão Ambiental na Educação de Jovens e Adultos: Desafios e
Possibilidades. V Colóquio Internacional “Educação e Contemporaneidade”.
São Cristóvão SE/Brasil. 21 a 23 de Setembro de 2011.
SILVEIRA, Paula. Educação Ambiental, como fazer? Sociosistemas. Brasil. 2012
SOUSA, Nelson Melo. Educação Ambiental – Dilemas da prática contemporânea. Texto Editora.
Rio de Janeiro. 2000.
UNESCO.
V Conferencia internacional sobre
educação de adultos. Hamburgo, 1997.
Apêndices
Apêndice 1: Guião de entrevista feita
aos gestores das instituicoes/organizacoes que desenvolveram/desenvolvem
programas de educacao ambiental.
Caro Entrevistado!
A presente entrevista insere-se
no processo de levantamento de dados e informações para uma pesquisa sobre a Educação
Ambiental direccionados a jovens e adultos no Município de Nampula no período
compreendido entre 2008 a 2012 com vista a trabalho de fim de curso pela UP -
Nampula. As informações que fornecer serão usadas apenas para este fim e
agradecia que colaborasse neste sentido.
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A entrevista não será
gravada apenas o entrevistador fará questões que estão neste guião e fará o
preenchimento numa ficha de entrevista.
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Pergunta
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Resposta
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1.
Qual é papel da instituição/sector
na Educação ambiental não formal
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2.
Que programas de Educação
ambiental para jovens e adultos foram levados a cabo por esta instituição nos
últimos 5 anos
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3.
Que estratégias foram,
privilegiadas nestes programas
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4. Pode
falar sobre as maiores dificuldades que os educadores ambientais enfretam?
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5.
Pode indicar alguns métodos
que tenham sido usados especificamente para jovens e adultos?
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6.
Acha que se teve algum
cuidado de em formar os educadores ambientais sobre alguns métodos específicos
de educação para Jovens e Adultos?
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7.
Que métodos foram mais
privilegiados nos programas de educação ambiental
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8. Em caso de programas que tenham trabalhado com doadores, que critérios
eram impostos
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9. Quais são os desafios da instituição na EA para jovens e adultos?
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Apêndice 2. Questionário dirigidos aos fazedores de programas de educação
ambiental nas instituições e organizações
Caro participante ao
questionário!
O presente
questionário insere-se no processo de levantamento de dados e informações
para uma pesquisa sobre as estratégias de Educação Ambiental direccionados a
jovens e adultos no Município de Nampula no período compreendido entre 2008 a
2012 com vista a trabalho de fim de curso pela UP - Nampula. As informações
que fornecer serão usadas apenas para este fim e agradecia que colaborasse
neste sentido
|
Por favor antes de
preencher ou responder as questões gostaria de convidá-lo a ler primeiro e
depois responder. Em caso de dúvida poderá contactar ao seu autor.
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Questionário
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1
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Beneficiou de alguma formação
para trabalhar como educador ambiental?
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2
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Diga alguns programas de educação ambiental virados para
adultos que tenha vivenciado nos últimos 5 Anos na sua instituição
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3
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Quem implementava estes programas (COMO?)
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Parceiros internacionais
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Organização Não Governamental
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Com apoio do orçamento da instituição
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Ideia dos moradores Locais
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4
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Que tipo de actividades incluía estes programas
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5
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Quanto tempo levaram
estes programas de EA a serem levados a cabo?
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6
|
Que estratégias foram usadas para a implementação das
actividades
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7
|
Como eram escolhidas as metodologias que foram usadas
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8
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Como avalia a eficácia e eficiência das estratégias e
metodologias que foram usadas?
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9
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Acha que as estratégias terão contribuído para
consciencializar as comunidades sobre as questões ambientais? Comente em
poucas linhas
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Obrigado pela atenção
Apêndice 3. Inquérito dirigido aos beneficiários dos programas de
educação ambiental nos bairros
Caro participante ao inquérito!
O presente inquérito
insere-se no processo de levantamento de dados e informações para uma
pesquisa sobre as estratégias de Educação Ambiental direccionados a jovens e
adultos no Município de Nampula no período compreendido entre 2008 a 2012 com
vista a trabalho de fim de curso pela UP - Nampula. As informações que
fornecer serão usadas apenas para este fim e agradecia que colaborasse neste
sentido
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Inquérito
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1
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Dados do inquirido
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Nome____________________________________
Sexo: M_____
H_______
Idade __________________
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Em que bairro vive?______________
Há quanto tempo vive no bairro_____
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2
|
Já decorreu um programa de Educação ambiental na sua cidade
ou seu bairro? Sim_____ Não______
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3
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Qual era o problema que se pretendia resolver?
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4
|
Qual era o grupo alvo que se pretendia atingir com a
campanha?
·
Crianças, jovens e adultos _______
·
Jovens e adultos______
·
Crianças apenas______
·
Mulheres______
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5
|
Quem promoveu o programa de EA no seu bairro?
·
Funcionários do Conselho Municipal_____________
·
Funcionários de instituições do meio Ambiente_________
·
Organização Não Governamental __________
·
Associação da cidade____________
·
Grupo de moradores____________
·
Outros__________
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6
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Como o programa foi implementado (Actividades realizadas)?
·
Campanhas de consciencialização nos bairros
·
Actividades ou jornadas de boas práticas
·
Criação e capacitação da comunidade
·
Meios de comunicação social
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7
|
Acha que os educadores apresentavam alguma dificuldade?
Sim_____ Não _____
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|
Se sim qual ?
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8
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Os moradores do bairro foram devidamente envolvidos durante
todo o processo? Sim_______ Não________
Como?
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9
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Como era transmitida a mensagem e em que língua?
·
Oralmente _____________________________
Língua_______________________
·
Através da rádio________________________
Língua_______________________
·
Panfletos ou brochuras_____________________
Língua____________________
·
Outra forma (Qual)? ________________________
Língua____________________
·
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10
|
O que acha que terá mudado ou melhorado como resultado
destes programas?
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11
|
Como acha que devem ser levados a cabo os programas de
educação ambiental para jovens e adultos na cidade de Nampula
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Obrigado pela atenção
[1]Desenvolvimento
Sustentável ,segundo a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD)
da ONU, é aquele que atende às necessidades presentes sem comprometer a
possibilidade de que as gerações futuras satisfaçam as suas próprias
necessidades.