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terça-feira, 24 de abril de 2012

Teoria do existencialismo


Teoria do existencialismo
Por António Pedro



1. Existencialismo

1.1 Conceituação

“ O existencialismo é uma corrente filosófica e literária que destaca a liberdade individual, a responsabilidade e a subjectividade do ser humano. O existencialismo considera cada homem como um ser único que é mestre dos seus actos e do seu destino”. ( http//.www.cefets..br)
“ Existencialismo é um conjunto de doutrinas filosóficas que tiveram como tema central a análise do Homem em sua relação com o mundo, em oposição a filosofias tradicionais que idealizaram a condição humana”. ( SALATEL. http//educação.uol.com.br/educação)
“ É um fenómeno cultural, que teve o seu apogeu na França do pós-guerra até meados da década de 1960, em que envolvia estilo de vida, moda, artes e activismo político. Como movimento popular, o existencialismo iria influenciar  também na música jovem a partir dos anos 1970, com góticos e actualmente o emos” ( Idem)
Tal como se deve verificar, não é possível encontrar uma definição exacta entre os existencialistas mas segundo KNELLER (S/D:75) podemos encontrar elementos comuns entre os existencialistas:
1.      A filosofia deve converter um encontro apaixonado com os perenes problemas da vida e, em particular com a inevitabilidade da morte, a agonia e alegria, do amor, a realidade de escolha, experiência de liberdade e a futilidade das relações; Procurar filosofar do ponto de vista mais do actor do que do espectador; O filosofar deve principiar na apaixonada consciência individual da angustiosa situação humana – da sua própria situação que é finitude e contingência da existência do Homem.
2.      No aforismo de Sartre “ A existência precede a essência” ." Essa definição funda a liberdade e a responsabilidade do homem, visto que esse existe sem que seu ser seja pré-definido. Durante a existência, à medida que experimenta-se novas vivências redefine-se o próprio pensamento (a sede intelectual, tida como a alma para os clássicos), adquirindo-se novos conhecimentos a respeito da própria essência, caracterizando-a sucessivamente. Esta característica do ser é fruto da liberdade de eleição
3.      O universo em si mesmo é desprovido de significado ou propósito. Para os existencialistas, o Homem não faz parte de um único plano cósmico visto que o mesmo (plano) não passa de um conceito mental e o universo é indiferente a mente.
4.      Porque o Homem não parte de qualquer sistema universal, possui liberdade absoluta. Em contraste com as diversas formas de determinismo científico e filosófico hoje predominantes, o existencialismo afirma a liberdade total do Homem em sua plena responsabilidade pelas suas acções.
5.      O Homem “ faz-se a si mesmo”. Como a liberdade é pura potencialidade enquanto não se concretizar em actos o Homem “nada” é enquanto não actuar. O Homem é a soma das suas próprias acções, totalmente responsável por cada uma dela, visto que poderia sempre a escolher ou actuar de outra maneira.
6.      Sendo o Homem livre, o filósofo deve expor, não como observador mas também com indivíduo apaixonadamente apaixonado em seu ponto de vista. O treinamento social e a civilização dos homens podem constituir processos benéficos mas tal não significa a formação da personalidade.
1.2 Obstáculos para entender existencial
A dificuldade para entender os existencialistas se verificam em:
ü  Divisão de diferenças fundamentais. Existem ateístas ( Heidegger, Sartre, Nietzscher e Camus) e teístas ( Kieskigaard, Jasper e Marcel);
ü  O existencialismo não pode ser objectivamente estudado de fora, mas requer que o estudante se identifique interiormente com a doutrina. A filosofia deve começar em temor, uma consciência genuína da condição humana;
ü  As obras dos existencialistas estão cheias de dificuldades estilísticas. A prosa é brilhante e aforística de Nietzscher;
ü  O existencialismo se presta melhor a um tratamento literário em vez de filosófico;
ü  O existencialismo floresceu melhor em condições de colapso social e económico ( Alemanha após a I GM e França após II GM), que pareceu ser propício de que a prosperidade para introspecção angustiada, o desespero ressonante e afirmações de desafio que caracterizaram o movimento.

1.3 Temas do existencialismo
Os temas existencialistas são férteis no terreno da criação literária, nomeadamente na literatura francesa, e continuam a exibir vitalidade no mundo filosófico e literário contemporâneo.
As principais temáticas abordadas sugerem o contexto da sua aparição (final da Segunda Guerra Mundial), reflectindo o absurdo do mundo e da barbárie injustificada, das situações e das relações quotidianas "O inferno são os outros".
Paralelamente, surgem temáticas como o silêncio e a solidão, corolários óbvios de vidas largadas ao abandono, depois da "morte de Deus". A existência humana, em toda a sua natureza, é questionada: quem somos? O que fazemos? Para onde vamos? Quem nos move?
É esta consciência aguda de abandono e de solidão (voluntária ou não), de impotência e de injustificabilidade das acções, que se manifesta nas principais obras desta corrente em que o filosófico e o literário se conjuga.
Existencialismo e Educação
A afirmação de liberdade autêntica e iluminada de individualidade é a mensagem estimulante do existencialismo para a filosofia de educação. A Teoria de Educação baseada no existencialismo inverteria a luta de educadores para o conformismo.
O existencialismo afirma que o indivíduo não se realiza necessariamente no grupo mas troca apenas seu verdadeiro eu pela máscara anónima do grupo. As atitudes do grupo, os maneirismos facilmente assimiladas da classe social, apresentam a mais simples fachada do sucesso, escassamente ocultado a vacuidade do fracassado ser humano.
A escola deve encorajar o desenvolvimento de uma individualidade livre e criadora que fermente sob o amável exterior do supervenerado conceito “ Espírito de Equipa”. O indivíduo pode juntar-se ao grupo se desejar sem pressões e por sua livre vontade.
Não há conexão entre o existencialismo e a Educação mas alguns pontos de contacto através de temas como:
Ø  Angústia e Morte;
Ø  Indivíduo e Outros;
Ø  O Conhecimento e o Conhecedor;
Ø  Os valores e o Indivíduo;
Ø  O Professor e o Aluno e
Ø  Processo educacional.





 Bibliografia


ü  KNELLER, George F. Introdução a Filosofia de Educação. Zahar Editores. Rio de Janeiro. S/D. pp: 75-90

ü  http://www.cobra.pages.nom.br/ftm-existencial.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Existencialismo



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