Teoria do existencialismo
Por António Pedro
1. Existencialismo
1.1 Conceituação
“ O existencialismo é uma
corrente filosófica e literária que destaca a liberdade individual, a
responsabilidade e a subjectividade do ser humano. O existencialismo considera
cada homem como um ser único que é mestre dos seus actos e do seu destino”. (
http//.www.cefets..br)
“ Existencialismo é um conjunto de doutrinas filosóficas que tiveram como
tema central a análise do Homem em sua relação com o mundo, em oposição a
filosofias tradicionais que idealizaram a condição humana”. ( SALATEL.
http//educação.uol.com.br/educação)
“ É um fenómeno cultural, que teve o seu apogeu na França do pós-guerra até
meados da década de 1960, em que envolvia estilo de vida, moda, artes e
activismo político. Como movimento popular, o existencialismo iria
influenciar também na música jovem a
partir dos anos 1970, com góticos e actualmente o emos” ( Idem)
Tal como se deve verificar, não é possível encontrar uma definição exacta
entre os existencialistas mas segundo KNELLER (S/D:75) podemos encontrar
elementos comuns entre os existencialistas:
1. A filosofia deve converter um encontro
apaixonado com os perenes problemas da vida e, em particular com a inevitabilidade
da morte, a agonia e alegria, do amor, a realidade de escolha, experiência de liberdade
e a futilidade das relações; Procurar filosofar do ponto de vista mais do actor
do que do espectador; O filosofar deve principiar na apaixonada consciência
individual da angustiosa situação humana – da sua própria situação que é
finitude e contingência da existência do Homem.
2. No aforismo de Sartre “ A existência
precede a essência” ." Essa definição funda a liberdade e a
responsabilidade do homem, visto que esse existe sem que seu ser seja
pré-definido. Durante a existência, à medida que experimenta-se novas vivências
redefine-se o próprio pensamento (a sede intelectual, tida como a alma para os
clássicos), adquirindo-se novos conhecimentos a respeito da própria essência,
caracterizando-a sucessivamente. Esta característica do ser é fruto da liberdade
de eleição
3. O universo em si mesmo é desprovido de
significado ou propósito. Para os existencialistas, o Homem não faz parte de um
único plano cósmico visto que o mesmo (plano) não passa de um conceito mental e
o universo é indiferente a mente.
4. Porque o Homem não parte de qualquer
sistema universal, possui liberdade absoluta. Em contraste com as diversas
formas de determinismo científico e filosófico hoje predominantes, o
existencialismo afirma a liberdade total do Homem em sua plena responsabilidade
pelas suas acções.
5. O Homem “ faz-se a si mesmo”. Como a
liberdade é pura potencialidade enquanto não se concretizar em actos o Homem
“nada” é enquanto não actuar. O Homem é a soma das suas próprias acções,
totalmente responsável por cada uma dela, visto que poderia sempre a escolher
ou actuar de outra maneira.
6. Sendo o Homem livre, o filósofo deve
expor, não como observador mas também com indivíduo apaixonadamente apaixonado
em seu ponto de vista. O treinamento social e a civilização dos homens podem
constituir processos benéficos mas tal não significa a formação da
personalidade.
1.2 Obstáculos para entender existencial
A dificuldade para entender os existencialistas se verificam em:
ü Divisão de diferenças fundamentais.
Existem ateístas ( Heidegger, Sartre, Nietzscher e Camus) e teístas (
Kieskigaard, Jasper e Marcel);
ü O existencialismo não pode ser
objectivamente estudado de fora, mas requer que o estudante se identifique
interiormente com a doutrina. A filosofia deve começar em temor, uma
consciência genuína da condição humana;
ü As obras dos existencialistas estão cheias
de dificuldades estilísticas. A prosa é brilhante e aforística de Nietzscher;
ü O existencialismo se presta melhor a um
tratamento literário em vez de filosófico;
ü O existencialismo floresceu melhor em
condições de colapso social e económico ( Alemanha após a I GM e França após II
GM), que pareceu ser propício de que a prosperidade para introspecção
angustiada, o desespero ressonante e afirmações de desafio que caracterizaram o
movimento.
1.3 Temas do existencialismo
Os temas existencialistas são férteis no terreno da criação literária,
nomeadamente na literatura francesa, e continuam a exibir vitalidade no mundo
filosófico e literário contemporâneo.
As principais temáticas abordadas sugerem o contexto da sua aparição (final
da Segunda Guerra Mundial), reflectindo o absurdo do mundo e da barbárie
injustificada, das situações e das relações quotidianas "O inferno são os
outros".
Paralelamente, surgem temáticas como o silêncio e a solidão, corolários óbvios
de vidas largadas ao abandono, depois da "morte de Deus". A
existência humana, em toda a sua natureza, é questionada: quem somos? O que
fazemos? Para onde vamos? Quem nos move?
É esta consciência aguda de abandono e de solidão (voluntária ou não), de impotência
e de injustificabilidade das acções, que se manifesta nas principais obras
desta corrente em que o filosófico e o literário se conjuga.
Existencialismo e Educação
A afirmação de liberdade autêntica e iluminada de individualidade é a
mensagem estimulante do existencialismo para a filosofia de educação. A Teoria
de Educação baseada no existencialismo inverteria a luta de educadores para o
conformismo.
O existencialismo afirma que o indivíduo não se realiza necessariamente no
grupo mas troca apenas seu verdadeiro eu pela máscara anónima do grupo. As
atitudes do grupo, os maneirismos facilmente assimiladas da classe social,
apresentam a mais simples fachada do sucesso, escassamente ocultado a vacuidade
do fracassado ser humano.
A escola deve encorajar o desenvolvimento de uma individualidade livre e
criadora que fermente sob o amável exterior do supervenerado conceito “
Espírito de Equipa”. O indivíduo pode juntar-se ao grupo se desejar sem
pressões e por sua livre vontade.
Não há conexão entre o existencialismo e a Educação mas alguns pontos de
contacto através de temas como:
Ø Angústia e Morte;
Ø Indivíduo e Outros;
Ø O Conhecimento e o Conhecedor;
Ø Os valores e o Indivíduo;
Ø O Professor e o Aluno e
Ø Processo educacional.
Bibliografia
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