Educação ambiental para jovens e adultos
Por:
António Pedro (trabalho apresentado durante as Jornadas cientificas de 2010 pela
UP Nampula)
Introdução
A educação ambiental é um componente essencial e
permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada,
em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em carácter formal,
informal e não-formal. Ela constitui uma das estratégias importantes para a
prevenção dos problemas ambientais em geral e das zonas urbanas em particular e
é definida pelo governo de Moçambique âmbito do PECODA[1],
como a primeira acção a ter em conta na Gestão Ambiental a todos níveis.
Pressupõe-se que enquanto o Homem, que é o “maior
problema ambiental”, estiver educado ambientalmente, estará apto a participar
activamente na tomada de medidas individuais, colectivas e ou sectoriais face
aos problemas ambientais locais e globais “por si provocados”.
É com este tema que o autor pretende trazer a
reflexão durante as jornadas científicas, que é uma momento específico e
propício em que a Universidade Pedagógica de Moçambique, cria para que os seus estudantes,
de forma individual ou colectiva, possam apresentar temas de interesse com um
cunho científico por si elaborados.
O objectivo deste tema é trazer a reflexão sobre o
processo de Educação Ambiental, direccionada à jovens e adultos e
especificamente: fazer uma reflexão teórica sobre como deve ser um processo de
Educação Ambiental; trazer algumas constatações de como é feita na prática a
Educação Ambiental direccionada aos jovens e adultos; e propor metodologias
sustentáveis que devem ser tomados em conta no âmbito Educação Ambiental.
Para a produção do presente tema o autor baseou-se
em consultas documentais e bibliografias sobre o ambiente com destaque para a
documentação produzida e em uso em instituições públicas ligadas a Educação Ambiental
(Ministério para Coordenação da Acção Ambiental e Centros de Desenvolvimento
Sustentável).
Feita a recolha e compilação da informação a
presente apresentação está estruturada por:
- Introdução do seu autor;
- Os objectivos, os conceitos básicos e abordagens da Educação Ambiental
- Principais problemas que levam ao fracasso da Educação Ambiental para jovens e Adultos em forma de constatações
- Algumas recomendações para a estruturação de uma Educação Ambiental para jovens e Adultos e
- Conclusão
1. Objectivos
1.1 Objectivos geral
- Reflectir sobre o processo de Educação Ambiental direccionada à jovens e adultos
1.2 Objectivos específicos
- Apresentar as abordagens teóricas da Educação Ambiental;
- Analisar os principais constrangimentos que afectam o processo de Educação Ambiental direccionada aos Jovens e Adultos e
- Propor metodologias para um processo sustentável de Educação Ambiental para jovens e Adultos
2.1 Conceitos básicos
Educação
- Processo pelo qual a
sociedade forma os seus membros `a sua imagem e
em função dos seus interesses (
Pinto)
A educação, pressupõe a transmissão de
conhecimentos, habilidades, valores e atitudes de uma sociedade, que visa a
mudança de comportamento
Ambiente
ou Meio ambiente - Em
geral ambiente é a natureza ou seja, conjunto de seres vivos e não vivos. Conjunto
de elementos sem vida ( montanhas, ar, etc), com vida ( animais,
plantas, etc), a relação entre si e a maneira como o Homem se relaciona com
estes elementos para a satisfação das suas necessidades ( Cfr. Lei 20/97)
Educação
Ambiental- Entendem-se
por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a colectividade
constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências
voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo,
essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.( Lei 20/97)
De acordo o
Seminário de Divulgação de Boas práticas de Gestão Ambiental (2010) “Educação
Ambiental é um processo de transmissão e partilha de conhecimentos,
habilidades, valores e atitudes sobre o meio ambiente”;
“É o desenvolvimento da compreensão e de
competências necessárias para escolher as melhores opções de gestão ambiental e
estilos de vida mais sustentáveis”(Ibid).
Em suma pode-se afirmar que Educação ambiental é
um processo permanente de educar sobre o
ambiente (partilha de valores, conhecimentos, etc), no ambiente (actividades práticas no ambiente) e para o ambiente (acções para o alcance
de um desenvolvimento Sustentável. EAEA[2](2002)
Educador(s)
ambiental(s)- É uma pessoa
ou grupo de pessoas que realizam a tarefa de desenvolver a consciência sobre o
ambiente e sobre os problemas ambientais do local onde se encontram.
Adulto – Em geral considera-se adulto um indivíduo
que saiu da adolescência.
Considera-se adulto, um indivíduo que possui 4
aspectos da capacidade humana: sociológico (plano económico); Biológico
(procriação); Psicológico (independência psíquica) e Jurídico (normas legais
para o relacionamento com os outros).
Partindo destes 4 pressupostos importa designar
adulto, um indivíduo que ocupa o Status definido pela sociedade por ser maduro
o suficiente para a continuidade da espécie e auto administração cognitiva e
capaz de responder pelos seus actos perante a sociedade.
2.2 Tipos de educação ambiental
De acordo o ENEA (2002) no âmbito da Educação ambiental
existem três tipos nomeadamente: Formal, Não formal e Informal.
Formal
- Desenvolve-se de forma
estruturada dentro do sistema formal de ensino (pré/ escolar, ensino básico,
médio, técnico/ profissional e superior) e nela são focados conteúdos referentes
ao ambiente.
Informal
- Compreende programas de
educação ambiental através da rádio e televisão, artigos nos jornais, revistas,
folhetos, cartazes, brochuras, auto-colantes, Internet e actividades culturais
(canto, dança, poesia, musica, teatro entre outras). Realiza-se em instituições
cuja finalidade não é o ensino.
Não
formal - Desenvolve-se
através de palestras, seminários, acções de capacitação e actividades extra-
curriculares (criação de espaços verdes, jornadas de limpeza e actividades
culturais e desportivas). Que se realiza ao acaso.
3.1 . Educação ambiental no âmbito da Educação de Adultos
Segundo a UNESCO[3]
( 1997) “Educação de adultos, entende-se como conjunto de processos de
aprendizagem formal ou não graças ao qual as pessoas consideradas adultas pela
sociedade a que pertencem, desenvolvem capacidades, enriquecem conhecimentos e
melhoram as suas qualificações técnicas ou profissionais ou as orientam de modo
a satisfazerem as suas necessidades e as da sociedade”.
Partindo desta visão da UNESCO, importa
referenciar que Educação Ambiental para Jovens e Adultos é aquela que é ou deve
ser direccionada para Jovens e Adultos visando não a transmissão mas sim o
desenvolvimento de capacidades, enriquecimento de conhecimentos ou melhoria das
qualificações sobre o ambiente global ou local.
Educar adultos no caminho da cidadania[4]
responsável exige métodos específicos diferentes dos que são para crianças e
adolescentes SOUSA (2000:19).
Para o caso específico deste grupo alvo, torna-se
evidente chegar ao consenso que no âmbito da Educação de Adultos deve-se cingir
para dois tipos: Educação Ambiental nas componentes Não formal e Informal,
que podem ser desenvolvidas por organizações de educação (sociais, formais e
não formais).
A educação ambiental, pode-se integrar na
componente formal se esta estiver integrada nos programas de Alfabetização de
Jovens e Adultos, com conteúdos estruturados nos respectivos currículos de
ensino.
De acordo SCARLATO e PONTIN (2003) “As actividades
ligadas aos tipos não formal e informal em matéria ambiental, são desenvolvidas
por educadores que têm de dar a sua contribuição por estarem voltados a
produção do saber crítico, devem reflectir e agir com intuito de mobilizar
pessoas em prol de uma qualidade de vida”.
Em suma: A Educação
Ambiental para jovens e adultos serve para introdução de valores ambientais
socialmente aceites e acumulados pela experiência de modo a viver o presente e
preparar o futuro para as novas gerações de forma equilibrada
Nestes termos a Educação ambiental para jovens e
adultos visa:
- Transmitir aos cidadãos conhecimentos, habilidades, valores e atitudes para garantir a gestão sustentável do ambiental.
- Tornar os cidadãos educados, conhecedores, actualizados, motivados, comunicativos, didácticos, esclarecedores e convincentes em aspectos de gestão ambiental
- Garantir a participação consciente dos cidadãos na tomada de iniciativas individuais e colectivas em actividades de gestão do ambiente.
A Educação Ambiental para
jovens e adultos recupera, reconhece, respeita, reflecte e utiliza os
conhecimentos indígenas, a cultura e crenças locais, promove a diversidade
cultural, linguística e ecológica no da respectiva área.
4.1 Metodologias a serem usadas no
âmbito da Educação de Adultos
A palavra método significa caminho ou processo racional
para atingir um dado fim. Agir com um dado método supõe uma prévia análise dos
objectivos que se pretendem atingir, as situações a enfrentar, assim como dos
recursos e o tempo disponíveis, e por último das várias alternativas possíveis.
Trata-se pois, de uma acção planeada, baseada num quadro de procedimentos
sistematizados e previamente conhecidos.
Um programa de Educação Ambiental dirigido a
jovens e adultos pode ser implementados ou realizado através de: Oficinas ou
Fóruns de Educação ambiental; visitas a locais de interesse; Jornadas de Boas
Práticas; Actividades culturais, Palestras ou Exposições
Tabela 1: As metodologias,
objectivos e intervenientes de cada uma das metodologias no âmbito da Educação
Ambiental para Jovens e Adultos
Metodologia
|
Objectivos
|
Intervenientes
|
Oficina de Educação Ambiental
|
Estimular a percepção dos
atributos ambientais e da relação da sociedade com o meio ambiente
|
Lideres locais; Fóruns, ONG`s/OCB`s; Grupos de
interesse
|
Fórum de Educação Ambiental
|
Construir um espaço para
discussão e debate sobre a temática
ambiental nas comunidades locais
|
Lideres tradicionais e religiosas; Rádios Comunitárias,
Instituições privadas
|
Visitas a locais populares ou
excursões
|
Avaliar as regiões com dificuldades
em manter o ambiente equilibrado sem que haja perdas de recursos econômicos
ou sociais e
Familiarizar os participantes com
os problemas ambientais locais
|
ONG`s, Instituições de Investigação,
Instituições de ensino
|
Jornadas de boas práticas (limpeza,
combate a erosão, etc)
|
Demonstrar os processos como tem
sido feitos desenvolvidos como forma a ser aproveitado para as comunidades
|
ONG`s/OCB`s; Autoridades locais
CM`s; Comunidades locais;
|
Atividades culturais
|
Difundir a mensagem ambiental
sobre as boas praticas de gestão ambiental nas comunidades
|
Grupos culturais Artistas/Escritores
|
Palestras
|
Consciencializar as comunidades
locais sobre a problemática ambiental e estratégias de mitigação
|
Ambientalistas, Institutos de Investigação,
Influentes, Técnicos CM
|
Exposições
|
Mostrar elementos, circunstâncias
e atitudes relacionadas com o ambiente e a sua percepção.
|
ONG`s, Instituições de Investigação, Instituições Publicas
|
|
5.1 Etapas do Processo de Educação
ambiental para jovens e adultos
De acordo o PECODA (2009) no âmbito da Educação
ambiental importa referenciar 6 etapas a
saber:
E1. Identificação do problemas e dos
objectivos a atingir
É o momento de conhecer o objecto de trabalho.
Neste, reflecte-se em fórum próprio sobre que ganhos pretende-se obter depois
da intervenção sobre o assunto e sobre o grupo alvo e para tal deve analisar:
•
O que
se pretende resolver
•
Qual
é o problema chave
•
O que
se pretende mudar
•
Qual
vai ser o assunto
E2. Identificação do grupo alvo da EA
•
Pessoas
que directamente fazem pressão sobre o ambiente local;
•
Estruturas
locais;
•
Membros
da comunidade com prestígio;
•
Organizações
Pró-ambientais;
•
Público
em geral.
E3. Identificação da Mensagem chave e da
linguagem a usar
Processo em que se busca despertar a preocupação
individual e colectiva para a questão ambiental, garantindo o acesso à
informação em linguagem adequada, contribuindo para o desenvolvimento de uma
consciência crítica e estimulando o enfrentamento das questões ambientais e
sociais.
Tanto a mensagem assim como a linguagem a usar,
deve ser: simples, de fácil
compreensão, linguagem popular, directas, concisas, oportunas e deve-se montar
peças teatrais de fácil compreensão ( animadas, activas, curtas,
mobilizadoras) tomando em conta as particularidades dos adultos
Figura: Características de uma
mensagem de EA
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Fonte: Seminário de Divulgação de Experiencias e Boas Práticas
de Gestão Ambiental
E4. Escolha da estratégia educativa
A escolha da estratégia pressupõe a definição de qual o suporte será usado
de modo:
- Atingir o grupo-alvo;
- Comunicar eficientemente a informação sobre o programa;
- Estimular a participação da comunidade através de associações, comités, clubes, núcleos entre outros.
E5. Implementação da acção educativa
Com base na estratégia definida, identificar :
- Que suporte será usado para a transmissão da mensagem
•
Como
será transmitia e quem ira transmitir a mensagem
•
Quando
será transmitida a mensagem/ Que recursos serão usados
E6. Avaliação do processo
Depois de implementada a actividade, deve-se fazer a avaliação do processo
com todos os intervenientes do mesmo para ver analisar:
•
O grau de alcance dos resultados
previstos;
•
A eficiência ou eficácia dos métodos usados;
•
A necessidade de replicação para os outros
bairros.
No processo de avaliação torna-se imperiosa a
participação de todos os envolvidos no processo de formas que cada um se sinta
envolvido tanto na avaliação como na tomada de decisões.
6.1 Como é feita a Educação
Ambiental dirigida a jovens e Adultos (Cenários actuais)
A Constituição da República de Moçambique, no
artigo 117, número 2 alínea c) preconiza que “com o fim de garantir o direito
ao ambiente no quadro de um Desenvolvimento Sustentável, o estado adopta
políticas visando promover a integração de valores do ambiente nas políticas e
programas educacionais”
A Estratégia de Desenvolvimento Sustentável
preconiza, na área de educação ambiental não formal a consciencialização,
divulgação e disseminação de informação para o alcance do Desenvolvimento Sustentável.
O Programa
de Educação Comunicação e Divulgação Ambiental (PECODA) elaborado pelo MICOA[5] preconiza que a
comunicação deve possibilitar à sociedade civil e às comunidades o acesso à
informação ambiental através de meios ou combinação de canais sustentáveis e
disponíveis em cada em cada área geográfica (Boletim informativo, folhetos,
palestras, debates públicos, teatro, visitas, seminários, workshop, etc).
Apesar destes e outros instrumentos existentes para
orientar a educação ambiental, muita coisa ainda deve ser feita não só por
parte do governo como também dos profissionais desta área, das organizações
envolvidas e da comunidade em geral. Como exemplo disso, nos programas de
educação de jovens e adultos não há clareza dos conteúdos ambientais com
carácter educativo e não apenas informativo como se apresentam.
Olhando para a realidade da Educação ambiental
para jovens e adultos nas nossas comunidades, importa buscar SOUSA (2000:22) que afirma que “a
educação ambiental é um mau sem rumo, empurrada pelas mãos de muitos
timoneiros, cada um mais certo do que a sua certeza, da correcção de sua rota,
e mais imune à considerações complementares e correctivos propostas por seus
adversários”.
A realidade disso muitos, dos programas de
educação ambiental promovidos por grupos isoladas e de forma inconsistente ao
nível das comunidades não têm contribuído para a formação de uma consciência ambiental
nos jovens e adultos a todos os níveis ( dos menos informados aos mais
informados) nem a criação de uma mentalidade com uma visão de “Desenvolvimento
Sustentável”[6]
Algumas acções de formação e capacitação levadas a
cabo tanto pelo governo assim como pelas Organizações Não Governamentais não se
apresentam como solução para a consciencialização dos cidadãos sobre a
necessidade de preservação ambiental. Muitas dessas acções de formação ou
capacitação realizadas associam-se a implementação de projectos e que no fim
dos mesmos não tem havido planos de continuidade.
7.1 Constatações
A Educação ambiental para jovens e adultos está
inserida apenas nas acções do MICOA e os outros sectores do governo (Educação,
Agricultura, Cultura, Acção Social, entre outros) estão alheios ao processo o
que torna ela cada vez mais fraca e inconsistente.
Os programas de Educação ambientais para jovens e
adultos são realizados em forma de campanhas periódicas pelas ONG`s e
Organizações Pró-Ambientais locais, sem nenhuma consistência. Tanto as
metodologias assim como as mensagens muitas vezes são impostas aos jovens e adultos
e não reflectem a sua realidade económica, cultural, etc.
Das principais abordagens e da realidade como é
feita a Educação Ambiental no contexto de Jovens e Adultos, na actualidade
Importa frisar os seguintes aspectos específicos:
Humano
- Ainda mantém-se o Fraco conhecimento das populações sobre aspectos de gestão ambiental;
- Fraca capacidade de busca de informação sobre ambiente;
- Analfabetismo ambiental de muitos jovens e adultos nas comunidades
Político
- Ausência de políticas sociais preventivas sistematizada para implementar programas de Educação ambiental para jovens e adultos
- Ausência de política educacional-ambiental hierarquizada para crianças, jovens e Adultos
- Ausência de sistema de banco de dados sobre estado do ambiente ao nível comunitário para permitir a monitoria e acompanhamento
- Falta de instrumentos (metodologias, e estratégias) que oriental o processo de Educação ambiental para jovens e adultos a vários níveis (Comunitário, Localidades, Postos Administrativos, Distritos/Municípios e Provincial) de a divisão administrativa do País
Didáctico
- Nota-se a fraca aplicação dos métodos a ter em conta nos Programas de Educação Ambiental dirigidos para Jovens e Adultos. Em muitos casos não se nota a separação do uso de métodos entre crianças e Adolescentes e Jovens e Adultos;
- Nos programas de Alfabetização e Educação de Adultos, não há uma sistematização tanto dos conteúdos assim como das metodologias de como deve decorrer e do que deve concretamente ser feito ou realizado de acordo a realidade local; e
- Insuficiência em bibliografias que enfatizam a educação ambiental para jovens e adultos
8.1 Recomendações
De acordo as constatações
e tomando em conta a complexidade do problema, importa referir que há uma
necessidade de fazer uma reflexão a todos os níveis sobre a Educação Ambiental
em Geral e especificamente a aquela que é dirigida à jovens e adultos de formas
a adequar metodologias, conteúdos mais
acertadas e com os quais poderão se identificar as comunidades de formas que
possam participar de forma consciente
- Com o objectivo de garantir a difusão e o acesso à da informação ambiental a todas as camadas da sociedade com vista a um desenvolvimento sustentável equilibrado a curto, médio e longo prazos em todo o território nacional é necessário: reflectir aspectos metodológicos para uma educação ambiental direccionada `a jovens e adultos em cinco âmbitos: documentação, didáctico, capacitação, coordenação e cultural de acordo o quadro abaixo:
Tabela 2: recomendações para reverter o cenário da Educação
Ambiental para jovens e Adultos
Âmbito
|
Recomendação
|
Responsabilidade
|
Documentação
|
Recolher, divulgar e disseminar informação
ambiental que contribua para mudança atitudinal e comportamental de jovens e
Adultos
|
. Estudantes de EA
.Instituições de investigação
|
Didáctico
|
Definir pacotes de educação ambiental em
conformidade com o grupo alvo e em duas línguas (português e local influente)
dirigido a jovens e adultos
|
Estudantes de EA
Instituições de Investigação/Pesquisa
|
Capacitação
|
Identificar e capacitar em matéria ambiental
todas as camadas sociais localizáveis principalmente aos educadores e
alfabetizadores de jovens e adultos
|
Estudantes
Instituições de ensino
Instituições de investigação
|
Coordenação
|
Identificar e estabelecer parcerias com todas as
organizações actuantes na educação de adultos bem como todos os órgãos de
comunicação no âmbito da Educação Ambiental
|
Governos locais
Fóruns de Educação de Adultos
|
Cultural
|
Identificar e sistematizar e interpretar hábitos
culturais locais que possam perigar o uso sustentável de recursos naturais
urbanos
|
Instituições de investigação
Comunidades
|
Fonte: Autor
2- Necessidade de
hierarquização dos grupos alvos para a Educação Ambiental para jovens e Adultos
importa na qual numa primeira fase deve se observar a quatro níveis:
Comunitário, Público, Municipal/Distrital e Privado ( PECODA Urbano:2009).
- Comunitário - envolvendo: Agregados familiares; Líder comunitário; Líder religioso; Representante politico; Responsáveis dos CAEA
- Público – Educadores/Alfabetizadores; Professores secundários; Instituto (Alfabetização e de professores); Universidades ( Docentes/discentes);
- Municipal/Distrital - Conselho Municipal/Administração; Chefes dos sectores; Chefe de Posto Administrativo; Directores Sociais; Assembleia Municipal/Conselhos Consultivos distritais e
- Privado – Mercados Municipais/Distritais; Igrejas locais; Associações Industriais; ONG`s, Comunicação Social
3- Não menos
importante é a mobilização de recursos (Materiais, Humanos e Financeiros) a
todos os níveis para garantir um processo de Educação Ambiental eficiente para
jovens e adultos a todos os cidadãos com uma perspectiva de igualdade e
equidade.
Espera-se que com a implementação destas e outras
recomendações que mais tarde poderão ser propostos a vários níveis, se possa
esperar um novo rumo para uma educação ambiental sustentável para jovens e
adultos na qual o Curso de Educação de Adultos, através dos seus profissionais,
poderá exercer um papel preponderante em fornecer subsídios (através de
técnicas, metodologias e estratégias adequadas e acertadas) a serem tomados em
conta pelos educadores de adultos.
Conclusão
Partindo do Princípio 3 de Tbilisi “A educação
ambiental, seja formal ou não formal, dever ter como base o pensamento crítico
e inovador em qualquer lugar e tempo, promovendo a transformação e construção
da sociedade”percebe-se aqui o papel deste processo na vida todos os cidadãos.
As
abordagens teóricas sobre este processo abrem um espaço de reflexão no sentido de
que há uma necessidade no decurso de qualquer processo de educação formal ou
não direccionada à jovens e adultos a vários níveis incutir neles a consciência
sobre o ambiente sobre tudo a sua gestão.
Embora uma minoria das nossas comunidades (de
forma isolada) esteja comprometida com a questão ambiental torna-se evidente a
realidade dos nossos dias e devidos a vários fenómenos que ocorrem têm como
causa à problemas ambientais, incluindo até o fenómeno da pobreza e a educação
ambiental poderá contribuir significativamente.
Neste sentido, abre-se um espaço para o Curso de
Educação de Adultos em coordenação com vários actores ligados a Educação de Adultos,
subsidiar com estratégias, métodos ou técnicas que devem ser usados para um
processo de educação ambiental para jovens e adultos e submeter aos decisores (Governo)
para a sua legitimação, de formas a reverter o cenário actual da educação
ambiental direccionada aos jovens e adultos.
Aos profissionais de educação de adultos a vários
níveis cabe ainda a tarefa de buscar novas formas de ser, estar e fazer na
sociedade em que estão inseridos no tocante a problemática ambiental na
actualidade e ao mesmo tempo serem facilitadores de uma nova visão sobre as
formas de vida que se desejam num futuro não tão distante.
Finalmente torna-se urgente uma reflexão com todos
actores envolvidos tanto no ambiente como na educação de jovens e adultos para
análise e selecção de metodologias sustentáveis para um processo de educação de
modo a abranger jovens e adultos de todos os estratos sociais pois a educação
ambiental é permanente e contínua.
Bibliografia
- Centro de Desenvolvimento Sustentável para as Zonas Urbanas. PECODA Urbano. CDS-ZU. Nampula. 2009
- ___________________________________________ Educação Ambiental no âmbito Municipal. In: Seminário de Divulgação de Experiências e Boas Práticas de Gestão ambiental. Ilha de Moçambique. 29 de Junho a 2 de Julho de 2010.
- Ministério para Coordenação da Acção Ambiental. Estratégia Nacional de Educação Ambiental. MICOA. Maputo. 2002.
- ___________________________________________ Programa de Educação, Comunicação e Divulgação Ambiental. MICOA. Maputo. 2009.
- República de Moçambique. Constituição da República. Aprovada pela Assembleia da República em 16 de Novembro de 2004. Artigo 117
- SCARLATO, Francisco Capuano e PONTIN, Joel Arnaldo. O ambiente urbano. 3 ed. Atual Editora. São Paulo.1999.
- SERRA, Carlos. Colectânea da Legislação do ambiente 3 ed. Centro de Formação Jurídica e Judiciária – Ministério da Justiça. Maputo. 2007
- SOUSA, Nelson Melo. Educação ambiental – Dilemas da prática contemporânea. Thex Editora. Rio de Janeiro. 2000
[1] Programa de Educação, Comunicação e
Divulgação Ambiental
[2] Estratégia Nacional de Educação
Ambiental
[3] Organização da Nações Unidas para
Educação, Ciência e Cultura
[4] Cidadania preconiza o gozo de
direitos Civis e Políticos de um estado livre.
[5] Ministério para Coordenação da
Acção Ambiental
[6] Desenvolvimento Sustentável , Segundo a Comissão
Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) da Organização das Nações Unidas, é aquele que
atende às necessidades presentes sem comprometer a possibilidade de que as
gerações futuras satisfaçam as suas próprias necessidades.
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