andragogia

Conceitos chaves em andragogia

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Relatrio de PPIV


Indice
Introdução……………………………………………………………………………………….7 
1.    Descrição das Práticas Pedagógicas IV………………………………………………….8
1.1 Descrição do local das PPIV……………………………………………………………….8
1.1.1     Localização geográfica do Centro ……………………………...…………………….8
1.2 Descrição das Etapas das Práticas Pedagógicas IV………………………………….10
1.2 .1 Observação………………………………………………………………………...……10
1.2.1.1  Pré-Observação…………………………………………………………….………..10
1.2.1.2  Observação de aulas no centro……………………………………………………14
1.2.1.3    Pós observação……………………………………………………...………………20
1.2.2     Planificação e Leccionação de aulas………………………………………..……..21
1.2.3 Seminários………………………………………………………………………………22
1.2.4 Constatações e recomendações das PPIV………………………………….………22
Conclusão…………………………………………………………………………..…………24
Bibliografia……………………………………………………………….…………………….37



Lista de  abreviaturas                                                                                                                


AEA –  Alfabetização e Educação de Adultos,
CAEA – Centro de Alfabetização e Educação de Adultos
DPEC – Direccao provincial de educacao e Cultura
PP IV– Práticas Pedagógicas quatro
PP`s – Práticas Pedagógicas
UP – Universidade pedagógica,
PEA – Processo de Ensino Aprendizagem.
SEJT - Serviços Educação Juventude e Tecnologia



Resumo

                                                                                                                                        
A abordagem do presente relatório visa descrever as experiencias de trabalho vivenciadas durante as PP`s IV com destaque para o trabalho de campo realizado no centro de AEA 1 de junho e tem como objectivo geral de contribuir para a melhoria da leccionação no PEA e especificamente pretende: descrever como decorre o processo de ensino naquele centro; identificar as maiores dificuldades dos educadores na leccionação de aulas e propor metodologias para melhoria do uso de métodos andragógicos. Tais PP`s obedeceram 3 etapas nomeadamente: Observação de aulas; a planificação e leccionação de aulas e os seminários teóricos. Para a produção do trabalho foram usadas duas metodologias que observação e a consulta bibliográfica. Como conclusão é que os seminários foram uma ferramenta estratégica para perceber o trabalho de campo, por sua vez o trabalho de campo permitiu perceber as dificuldades que os educadores apresentam para elaboração de planos de aulas no centro em geral e a fraca comunicação que o educador observado apresenta com os seus educandos que para se ultrapassar coloca-se como recomendação a capacitação continua dos alfabetizadores do centro.
 Palavras chaves: Planificação - Plano de aulas – Educandos vs Educador – Lecionação


 
Introdução  

O presente relatório que foi produzido com base no trabalho realizado na cadeira de Práticas Pedagógicas IV, durante o Primeiro Semestre do ano lectivo de 2012 tem como objectivo geral de contribuir para a melhoria do PEA no centro de AEA 1 de Janeiro e especificamente pretende: descrever como decorre o processo de ensino naquele centro; identificar as maiores dificuldades dos educadores na leccionação de aulas e propor metodologias para melhoria do usos de métodos andragógicos.
As PP IV observaram três etapas nomeadamente: Observação de aulas; a planificação e leccionação de aulas e os seminários teóricos com as seguintes actividades em cada fase: Na observação o as actvidades consistiram em observar o processo de planificação do centro, a turma (os educandos e o educador) e o trabalho realizado pelo tutor na planificação e leccionação de aulas; na planificação e leccionacao de aulas as actividades consistiram em planificar e leccionar aulas e os seminários foram realizados na sala de aulas da UP sob a orientação dos docentes da cadeira.
 As metodologias de trabalho usadas para recolher informação foram: Observação e a consulta bibliográfica. Enquanto a observação sistemática e assistemática foi feita aos educandos e educador na sala de aulas com base numa ficha de observação, por sua vez, a consulta bibliográfica foi feita a obras de autores que versam sobre o tema.
Compilada a informação, o presente relatório dois pontos: no primeiro ponto faz-se a descrição do local em que decorreram as PP`s e no segundo ponto faz-se a descrição das etapas que consistiram as práticas pedagógicas (a observação de aulas; a planificação e leccionação de aulas, os seminários teóricos e as constatacoes e recomendações) e no final apresenta-se uma conclusão. Em anexo, está a credencial apresentada no centro integrado, em apêndice estão os planos de aula produzidos e termina com a bibliografia das obras consultadas. Como: LAKATOS & MARCONI. Técnica de Pesquisa; DIAS at all. Manual de Práticas Pedagógicas.

2.    Descrição das Práticas Pedagógicas IV.
O presente trabalho pretende descrever a realização das Práticas Pedagógicas IV realizadas pelo estudantes no 7º semestre do curso de Licenciatura em Educação de Adultos que o estudante está a frequentar pela UP Nampula. Nelas subdivididas em dois pontos, o primeiro ponto faz a descrição do local em que as mesmas foram realizadas e segundo ponto faz-se a descrição das etapas que foram levadas a cabo.

2.1 Descrição do local das PPIV
As PP IV realizaram-se no Centro de Alfabetização e Educação de Adultos 1 de Janeiro no Bairro de Namicopo na cidade de Nampula. (Em anexo a credencial apresentada ao centro).

1.1.2     Localização geográfica do Centro
O Centro de Alfabetização e Educação de Adultos 1 de Janeiro, fica no Bairro de Namicopo, perto do Aeroporto Internacional de Nampula, Posto Administrativo urbano do mesmo nome.

1.1.2 Historial do centro
O Centro de AEA de Janeiro foi criado a pós a guerra de desestabilização em 1994, por um grupo de membros nomeadamente: Raimundo José, Aly Bolacha Hereia e João Baptista, pertencentes a uma igreja São Marcos. Estes se reuniram no dia 1 de Janeiro de 1994, para tentar acolher crianças desfavorecidas, órfãs e desamparados por motivos de guerras, que estavam sendo marginalizados nos sistemas escolares, dai surge então o nome 1 de Janeiro.
A ideia surge na medida em que nas escolas públicas nesse caso do Estado, essas crianças não tinham acesso. Em coordenação com uma Rede Norte Americana que tinha como objectivo de reunificar e reintegrar as crianças nas suas famílias, foi possível pô-las na escola e integrá-las nas suas famílias. Nesta escola, depois de um tempo foi fundada a organização designada Missão de Jovens em 1991, tutelada pela Igreja em referência, com objectivo de apoiar crianças carentes. Mais tarde com o apoio e parceria Sul-africana, foi possível a arguição de um escritório que até então funciona com as seguintes repartições: Gabinete do Director, Secretaria, Secção pedagógica e sala de professores apesar de o espaço ser ínfimo pela demanda profissional. A partir de 2001começaram a ingressar -se na escola educandos adultos.
 A Associação Missão de Jovens foi oficializada ao nível provincial em 2002 e em 2005 foi oficializada a escola/centro ao nível nacional. Primeiramente haviam apenas 3 professores sem formação psico pedagógica, mas a oficialização a escola/centro passou a receber professores formados. Hoje a escola onde funciona o centro conta com 20 professores, destes 9 são mulheres. Do total de professores referenciados 2 homens são fazedores das actividades de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos.
Tendo em conta a variação de dados numéricos se afirma que a escola no sentido geral funciona da 1ª à 8 ª classes do SNE e 1° à 3° anos de AEA. Neste contexto, recordando a abordagem estatística de 2001, nota se que inscritos 300 educandos do 1° à 3° anos de AEA e em 2010 os números reflectem em 50 educandos apenas o total do 2° à 3° anos de AEA. Este dados dão a conta que o índice de analfabetismo tende em reduzir ou o número de pessoas que procuram actividades em AEA reduziu, para 2011 o centro com 30 educandos do 2°ano e 28 do 3°ano. Importa mostrar que para o ensino formal a Escola/centro 1 de Janeiro iniciou com apenas 35 alunos da 1ª classe. Actualmente conta com cerca de 500 alunos da 1ª à 8ª classes (HEREIA: 2010:Cp)




1.2 Descrição das Etapas das Práticas Pedagógicas IV
As Práticas Pedagógicas IV obedeceram três etapas nomeadamente: A Observação, a Planificação e execução de Aulas e os Seminários (Práticos e Pedagógicos).

2.2 .1 Observação
A observação é um conjunto de actividades destinadas a obter dados e informações sobre o que se passa no PEA com a finalidade de, mais tarde, proceder a uma análise do processo numa ou noutra das variáveis em foco (...) O objecto da observação recai sobre o aluno, ambiente físico da sala de aula, ambiente sócio relacional, na utilização dos materiais de ensino, na utilização do espaço ou tempo, nos conteúdos, nas características dos sujeitos, etc (Cfr DIAS et all: 2008:21)
Neste sentido a observação foi feita em três momentos: um pré - observação que consistiu em trabalhos preliminares que foram realizados na sala de aula antes da partida ao campo em que foram estudados e analisados os programas, o processo de planificação de aulas, a concepção de planos de aula, entre outras actividades conforme recomendam as literaturas;  o segundo momento a observação foi feita sobre o processo de leccionação aulas pelo tutor no centro integrado; e a pós-observação que aconteceu no centro, na qual o tutor ao final de cada aula dada pelos praticantes reunia com todos para explicar alguns aspectos relevantes de cada aula e dos planos de aula.
2.2.1.1Pré-Observação
Os trabalhos de pré observação foram antecedidos por um processo de organização da cadeira e orientado pela equipa de supervisão das PPIV. A equipa de supervisores apresentou o programa a ser seguido até o final do semestre em seguida orientou a formação de grupos trabalho que resultou na formação de seis (6) grupos de trabalho em que o autor deste trabalho esteve integrado no Terceiro Grupo.
Formados os grupos, foram orientados os grupos para preparar dois trabalhos teóricos a serem apresentados em seminário para depois iniciar-se o trabalho de campo nos centros integrados. Outras actividades realizadas antes do trabalho de campo foram:
  • Produção de credenciais a serem apresentados aos centros e canalização aos SEJT da cidade para efeitos de visto pelos docentes;
  • Contacto aos centros onde iriam se realizar as PP`s pelos estudantes membros dos grupos em que o grupo A em que fazia parte o autor deste trabalho trabalhou do Centro de AEA 1 de Janeiro.
  • A distribuição da ficha de recolha de dados produzida por equipa de docentes do Departamento de Ciências de Educação e Psicologia aos grupos;
Feita esta avaliação sobre estas actividades realizadas considerava-se terem sido criadas as bases para um trabalho de campo racional de forma a recolher, analisar e compilar as informações para um trabalho desta natureza.
A.   Estudo de programas de ensino
Antes dos trabalhos de campo, foram feitos estudos sobre os programas de Ensino para Alfabetização regular e dos manuais do I e II níveis. Estes programas foram estudados em grupos de trabalhos criados para o efeito em seminário, nas disciplinas de Português e Matemática, com vista a analisar para perceber o que eles contem e a relevância dos respectivos conteúdos.
O programa apresentado pelos supervisores privilegiava a apresentação de uma sessão de seminários em que se devia fazer análise dos manuais e programas de alfabetização regular. Porque houve dificuldades em ter acesso aos programas oficiais, os grupos apenas analisaram os manuais do I e II nível e esta devia ser para:
·         Ver a relevância dos conteúdos dos mesmos;
·         Os conteúdos dos manuais;
·         Aspectos de natureza técnica sobre os mesmos (alinhamento lógico)
·         Entre outros.

A sessão de seminários apresentada pelo seis grupos criados versava sobre os temas que a seguir se apresentam na tabela:
Tabela 1: Temas dos seminários apresentados pelos grupos
Grupo
Tema apresentado
I
Estudo e Análise de Manuais do I Ano
II
Estudo e Análise de Programas  do I Ano
III
Estudo e Análise de Manuais do II Ano
IV
Estudo e Análise de Programas Manuais do II Ano
V
Estudo e Análise de Manuais do III Ano
VI
Estudo e Análise de Programas Manuais do III Ano
 Fonte: Adaptado pelo autor
Os seminários apresentados pelos grupos tinham como objectivo de levar aos estudantes a uma reflexão aprofundada sobre os temas relacionados ao Ensino e Aprendizagem com vista a estabelecer uma melhor articulação entre a teoria e a prática.
Das principais lições tiradas dos seminários podem se resumir no seguinte:
·         Os conteúdos são relevantes para a alfabetização e educação de adultos mas alguns se mostram desajustados com a realidade (não são flexíveis), principalmente por causa dos métodos propostos e do local a ser implementados para tal recomenda-se a produzir material e conteúdos com base na realidade local, ou seja, os conteúdos devem ser em função da realidade e do que realmente o adulto quer aprender;
·          Os conteúdos são referentes a alfabetização regular e não foi possível olhar para outras componentes de alfabetização que não seja a regular, para tal, quando se elaboram conteúdos é preciso ter em mente as outras modalidades de alfabetização e educação de adultos como: Alfa Rádio, Alfabetização funcional, entre outras;
·         Cada modalidade tem métodos próprios e que nào foram discutidos nos seminários apresentados e recomendou-se no entanto que os estudantes conhecer e dominar tais métodos.
 Terminada a apresentação dos seminários e debate sobre os temas considerava-se terem sido criadas condições para um trabalho de observação de aulas nos centros de alfabetização e educação de adultos. Importa referir que os estudantes participaram activamente no levantamento de questões de fundo, o que pressupunha maior percepção do que estava sendo tratado.

B.   Distribuição
Os seis grupos de trabalho dos seminários realizados na sala de aulas, foram transformados em grupos de trabalho para os trabalhos de campo a serem realizados nos centros de AEA integrados. Assim sendo, foram criados seis grupos que iriam trabalhar em 6 centros da cidade de Nampula, nomeadamente: São João de Deus no Bairro de Muatauanha, Micolene no Bairro de Muatala, 1 de Janeiro no Bairro de Namicopo, Muegane no bairro de Muahivire, Mutomote no Bairro de Namutequeliua e  Santa Cruz no bairro de Muahivire.
C.   Horários 
Para cada grupo, os membros se deslocavam aos centros em dois dias por semana e no período da tarde (das 14:00h `as 16:00h). tomando em conta que esta cadeira era semestral e as actividades realizavam-se fora do campus da universidade, ficou aberto que os estudantes podiam participar mais vezes.

D.   Planificação.
Para esta cadeira, a equipa de supervisores produziu e apresentou um plano de actividades para Práticas Pedagógicas IV para o período entre Março a Junho de 2012. De acordo o plano, as actividades o trabalho de campo a ser realizado nos centros integrados, deviam consistir em:
·         Apresentar-se aos centros integrados;
·         Participar em sessores de planificação e outras tarefas de natureza pedagógica nos centros;
·         Assistir aulas do tutor e dos colegas praticantes;
·         Planificar e leccionar aulas pelos estudantes praticantes;
·         Fazer análise e avaliação global do trabalho de campo.
Este trabalho, igualmente devia ser complementado por um plano que podia ser elaborado pelos estudantes nos centros de acordo a realidade  a ser encontrada e em resultado o grupo que trabalhou com a turma do 2º Ano de AEA, produziu um plano para a leccionação de aulas. (Em anexo o Plano de PPIV)

2.2.1.2Observação de aulas no centro
A observação de aulas decorreu no centro integrado de 1 de Janeiro e nestas o grupo de trabalho observou o programa vs dosificação feita pelo centro e a turma em que o autor esteve envolvido (os educandos, educador e a organização das aulas). Depois que chegou ao centro, o grupo ficou subdividido em dois grupos para trabalhar em duas turmas sendo uma do 2º Ano e outra do 3º Ano.

A.   Análise do programa da classe e da dosificação feita pelo centro
No centro de AEA 1 de Janeiro, os educadores fazem a dosificação e planificação das aulas que leccionam, enquanto os planos de aula são diários e referem-se apenas as actividades que serão realizadas durante a mesma, por sua vez a dosificação é quinzenal. Os planos de aulas elaborados pelos educadores fazem referência as actividades diárias dos educadores na sala de aulas. Os planos de aulas elaborados contemplam apenas um objectivo, funções didácticas são descritas em forma de momentos (introdução, desenvolvimento e avaliação). Em suma os planos apresentam algumas lacunas técnicas pois não espelham todos os elementos previstos nas bibliografias.

B.   Observação da turma do 2º Ano.
Para a observação da turma, foi feita a 2º Ano de AEA em foram analisados os educandos (classe, idade, sexo, religião, residência, hábitos, L1, ocupação dos tempos livres), ao educador (idade, sexo, formação, relação com educandos, tipo de direcção) e a estrutura e organização das aulas (momentos objectivos, conteúdos, métodos e estratégias de ensino,  meios avaliação, observações gerais e avaliação das aulas observadas).

C.   Caracterização dos educandos do 2º Ano
A turma era composta de cerca de 15 educandos e na sua maioria do sexo feminino com idades entre 15 a 45 anos de idade. Muitos dos educandos ingressaram a alfabetização a partir do segundo ano. Alguns educandos que frequentam as aulas mostram-se satisfeitos e continuam a mostrar interesse embora se note repetidamente atrasos e muitas faltas injustificadas de muitos deles. No centro o maior número dos educandos são residentes no bairro de Namicopo junto ao Aeroporto Internacional de Nampula, estes também na sua maioria professam a religião muçulumana e na sua maiorir provenientes do litoral. Todos os educandos têm como Língua 1 a Língua Makuwa, durante a interacção entre si ou em mat’erias que se  mostram difíceis de perceber em Língua Portuguesa que é a L2 facilmente percebem usando a L1 para explicar.
Foram do centro,  muitas das senhoras são domesticas, ou seja, tem estado maior parte do tempo a cuidar da família e algumas praticam negócio nos mercados informais do  mesmo bairro. Em tempos livres, algumas senhoras fazem parte de grupos religiosos da mesquita local e de grupos de dança (Nsope e Tufo).
D.   Caracterização do educador
Tomando em conta que educador e um indivíduo que facilita o processo de ensino e aprendizagem importa buscar uma ideia de Julius Nyerere  que diz que o Educador de Adultos é como “un ‘líder’, como un guía en el sendero que todos recorrerán juntos” e deve possuir um perfil próprio” (Cfr http://viveraprender.blogspot.com/2006/06/mais-uma-comunicaoo-perfil-do-educador.html)
O educador é voluntário jovem do sexo masculino, tem o nível académico básico geral do SNE e para o exercício da actividade de alfabetizador, beneficiou de uma capacitação psicopedagógica através dos Serviços de Educação Juventude e Tecnologia da cidade. Enquanto conduz a aula, não tem demonstrado domínio das suas aulas pois lhe falta a capacidade de identificar-se como líder e não apenas professor ou educador.
Porem usa uma voz audível, uma linguagem adequada tomando em conta o grupo alvo e falta a capacidade de motivação aos educandos para a aula. Muito tempo na sala de aula, está mais voltado aos manuais do que a própria realidade dos educandos pois em casos em que os educandos não percebem, não tem conseguido  trazer exemplos que espelham a realidade dos seus educandos e poucas vezes a L1 que ‘e a Língua Emakhuwa para explicar expressões ou termos de difícil percepção durante a aula.
E.   Estrutura e organização das aulas observadas  
A aula é uma célula que representa o todo da escola: projecto Político - Pedagógico, o currículo, o projecto de áreas e planeamento da disciplina (...) em linhas gerais a aula associa-se a ideia dos alunos procurarem os saberes e esta é dirigida pelo educador e visualizada em um plano. No acto da elaboração de um plano de aula, o educador deve reflectir nele os seguintes elementos: objectivos, conteúdos, competências, materiais, meios, actividades de Ensino e aprendizagem e avaliação (Cfr DIAS et all 2008).
Tomando em conta que são estes os elementos essenciais a ter em conta a seguir vai se analisar cada um dos aspectos observados durante o processo de observação das aulas no CAEA São João de Deus.
·         Momentos da aula

As aulas observadas apresentam três momentos essenciais nomeadamente: introdução, desenvolvimento e conclusão. Enquanto a introdução constitui o momento em que o educador pretende situar os alunos no conteúdo a ser explorado no desenvolvimento da aula e é aqui onde o educador saúda os educandos, procura saber sobre o TPC do dia anterior no final fala do tema da aula e da sua importância; o desenvolvimento, constitui a etapa da aula propriamente dita na qual o educador apresenta os tópicos, em uma sequência lógica do assunto, e considerando os objectivos da aula. Usa diversos recursos e educador prepara conteúdo respeitando a capacidade dos educandos. O conteúdo principal ocupa a maior parte do tempo da aula; e avaliação o educador analisa os objectivos em relação ao que foi apresentado no desenvolvimento e é o espaço para mais ponderações, discussões, e colocação de opiniões.

·         Objectivos da aula

Segundo PILETTI (1996: 65), objectivos é a descrição clara do que se pretende alcançar como resultado da nossa actividade e estes nascem da própria situação: da comunidade, da família, da escola, da disciplina, do professor e principalmente do aluno.
Na turma observada, o educador define apenas um objectivo a ser alcançado ao fim da aula planificada de uma forma genérica, não respeitando deste modo a Taxonomia de Bloom que refere a necessidade de se tomar em conta na formulação dos objectivos 3 aspectos nomeadamente: cognitivo, afectivo e psicomotor. Mas nas aulas dadas por outros praticantes sempre privilegiaram os três níveis de objectivos educacionais.
  • Conteúdos
Sabe-se que é através dos conteúdos que são concretizados os objectivos. Conteúdo de ensino é o conjunto de habilidades, conhecimentos, hábitos, modos valorativos e atitudinais de actuação social, organizados didacticamente e pedagogicamente, tendo em vista a assimilação e aplicação pelos alunos na sua prática de vida. (LIBANEO, 1994).
Nas aulas observadas, o educador apresenta os conteúdos no acto da planificação e na sala de aula os passa aos educandos, distribuídos pelos três momentos da aula. Em contra partida, nas aulas dadas por outros praticantes, estes privilegiavam vários conteúdos de acordo a função didáctica.
  • Métodos e estratégias de ensino e aprendizagem
Os métodos de ensino são acções, processos ou comportamentos planificados pelos educador/professor, para colocar o educador/aluno em contacto directo com as coisas, factos ou fenómenos que lhes possibilitem modificar a sua conduta, em função dos objectivos previstos (Cfr DIAS et all:2008).
Partindo desta mesma visão e de acordo o observado, o educador usa métodos de ensino nos quis se destacam: método expositivo durante a aula; método de elaboração conjunta na introdução e durante o desenvolvimento da aula e método de trabalho independente na resolução de exercício.
  • Funções didácticas, materiais e avaliação
Funções didácticas são etapas que ocorrem no processo de ensino aprendizagem e estas estão estruturadas e sistematizadas das quais se destacam: Introdução/Motivação, Domínio/Consolidação e Controle/Avaliação. Cada fase de uma aula corresponde a uma só função didáctica dominante, embora nesta mesma fase se regista o envolvimento das restantes, com o fim elas assegurarem a eficiência da assimilação da matéria. Cada função didáctica, como momento ou passo da aula que reflecte as regularidades do processo de ensino aprendizagem, é proposto o tempo da sua duração, conteúdo, método dominante, conjuntos de meios e formas de ensino a utilizar inclusive as actividades concretas dos alunos ( Cfr Bonnet et all:2007).
Nos planos observados do educador, não segue esta sequência lógica das funções didácticas resumindo-se apenas em motivação, desenvolvimento e verificação. Pode-se considerar que estes elementos do plano desempenham as tais funções mas a dado passo durante a aula é notório que faltam muitos aspectos a abordar em função do que as teorias fazem referência.
Igualmente o educador faz uma previsão de matéria mas não especificamente para cada função didáctica mas sim na generalidade. Por esta falta de distribuição na previsão do material em cada função didáctica torna-se difícil perceber em que função se usa cada um dos materiais previstos.
  • Avaliação do PEA
A avaliação é um processo que deve-se ter em conta no PEA pois é através desta que se faz análise do grau de alcance de objectivos, da eficiência e eficácia dos métodos entre outros.
Partindo da visão de PILETTI  de que: 
 A avaliação é processo que se usa para determinar o grau e a quantidade de resultados alcançados em relação aos objectivos, considerando o contexto das condições em que o trabalho foi desenvolvido, a avaliação que o grupo observou foi do tipo formativa em que no final da aula, o educador levantava questões para avaliar o nível de percepção da matéria dada. Para além desta mas não com maior relevância o educador fazia avaliação diagnóstica no início do tema para explorar o nível de conhecimento dos educandos (Piletti: 2004).
Neste centro o meio que o educador usa para avaliar os seus educandos durante a aula, é através de perguntas individualizadas para medir o nível de compreensão dos seus educandos, corrigindo exercícios dos educandos procuram sempre detectar dificuldades para possível superação, e o seu nível de trabalho aceitável. O educador explicou no plano do centro estão planificadas avaliações sumativas. O educador explicou no plano do centro estão planificadas avaliações sumativas através de Avaliações de Controlo Sistemático (ACS`s) e Avaliações Periódicas (AP`s).

  • Observações gerais e avaliação das aulas observadas
De acordo as aulas observadas durante as Práticas Pedagógicas no Centro de AEA foi possível constatar que não há regularidade na elaboração dos planos de aula e esta é feita individualmente pelos educadores sendo assim o processo de planificação de aulas é feito de forma deficitária, isto é, o educador não apresenta todos os elementos exigíveis de acordo a bibliografia como: objectivos de acordo os três níveis (cognitivo, afectivo e psicomotor), verifica-se repetição dos mesmos métodos de ensino nos planos de aulas do educador aliada a falta de meios e materiais para o efeito.
Em relação a condução da aula, tanto o educador assim como outros praticantes demonstraram um grande domínio da aula, pois embora não espelhando no plano de aula todos os elementos usaram todas as funções didácticas, demonstraram domínio da a aula, usaram o tempo de forma bem estruturada, controlaram a sala de aula e no final fizeram sempre avaliação aos educandos.
O aspecto menos importante e que chamou atenção observado durante esta actividade, foi a fraca  relação existente entre educador e os educandos. Dentro da sala de aula, o educador não promove situações de sirvam para reflectir aspectos da vida diária dos educandos e isso faz com que não se crie um clima de confiança entre ambos.

1.2.1.3 Pós observação
Depois da observação das aulas o tutor distribuiu a dosificação das aulas aos praticantes para que cada um iniciasse a planificação das suas aulas para depois leccionar. Sendo assim, coube a cada praticante e de acordo a dosificação planificar e leccionar duas aulas durante os meses de Março a Junho. Ainda na pós-observação, ao final de cada aula dada pelos estudantes praticantes o tutor reunia com o grupo para analisar:
  • Os planos apresentados em termos de estruturação, os elementos essenciais, a relação entre os conteúdos, materiais, meios de ensino, metodologias previstas com os objectivos da aula propostos;
  • A condução da aula no tocante ao domínio dos conteúdos, interacção com educandos, a transmissão dos conteúdos, o uso dos meios na sala de aula e a avaliação
Estes encontros permitiram assimilar e sanar algumas dificuldades em cada novo dia de aula e a melhoria tanto na elaboração dos Planos de aulas assim como na Leccionação das mesmas tomando em conta as particularidades dos adultos mas o grupo não ficou integrado em nenhuma actividade do centro visto que não tinha sido programadas durante o período em que se realizaram as PP`s.

2.2.2     Planificação e Leccionação de aulas
Toda actividade de ensino para a sua realização deve ser antecedida uma reflexão e análise depois colocada em documento para a sua operacionalização depois será monitorado e avaliado e este processo denomina-se por planificação. No PEA igualmente faz-se a planificação para evitar rotinas e improvisos, contribuir para a realização dos objectivos previstos para a eficiência do ensino e garantir maior eficiência na direcção do ensino e economiza tempo.
Segundo PILLETI (2004:72) “Plano de aula, é a sequencia de tudo o que vai ser desenvolvido em um dia lectivo. É a especificação de comportamentos esperados do aluno e dos meios – conteúdos, procedimentos e recursos – que serão utilizados para a sua realização”.
A primeira acção realizada pelo grupo que estava a trabalhar na turma do 2º Ano, foi produzir uma proposta de plano para a leccionação de todos os membros do grupo e submeter ao tutor e a direcção do centro. (Em apêndice o plano de leccionação elaborado pela equipa de trabalho).
Não foi possível fazer a dosificação para o grupo seguir mas em algum momento o plano de leccionação, ajudou neste exercício. Igualmente, todos os membros do grupo de forma individual elaboraram os seus planos de aula e a respectiva leccionação e para o autor deste trabalho, fez a leccionação das seguintes aulas:
·         No dia 3 de Abril na disciplina de Matemática com o tema: Leitura e Escrita  de Números Ordinais
·         No dia 15 de Maio na disciplina de Português  com o tema: Regras de Higiene PessoalParques e Reservas de Moçambique; e
Leccionadas as aulas e de acordo a avaliação feita pelo tutor e pelo outros colegas, constatou-se que o estudante conseguiu transmitir os conteúdos planificados e com segurança tendo seguido todos procedimentos exigidos para a condução de uma aula.da avaliacao feita pelo tutor o estudante foi-lhe atribuida a nota de 16,6 o que demosnta que o mesmo teve bom desempenho (Em apêndice os Planos de Aulas elaborados pelo estudante e a ficha de avaliação).

2.2.3     Seminários
Segundo DIAS et all (2008:25) “Seminários Pedagógicos são actividades de intercâmbio, nas quais o estudante praticante apresenta individualmente ou em grupo, estudos efectuados sobre determinado tema, com carácter psicopedagógico e didáctico”.
Durante as PP`s espera-se que os estudantes praticantes participem em seminários de capacitação a serem promovidos pelos centros ou promovam tais seminários para capacitar os educadores locais. Neste ponto, o grupo que trabalhou no centro não foi convidado nem promoveu um seminário de capacitação para os educadores apenas foram encontros de planificação em que se juntavam os educadores locais e  os estudantes para mostrar as modalidades de elaboração dos planos. Ainda naquele cento, poucas vezes os educadores são convidados a participar em sessões de capacitação ou trocas de experiencia com outros alfabetizadores e educadores de adultos.

1.2.4 Constatações e recomendações das PPIV
Durante todo o processo de realização de PPIV, tanto o trabalho realizado na Sala de aulas assim como o trabalho de campo realizado no centro integrado foram feitas as seguintes constatações e recomendações:
Constatação
Recomendação
O trabalho realizado na sala de aulas não incluiu análise crítica dos programas em curso nos centros de AEA
Os estudantes devem procurar obter tais programas para um estudo de forma individual ou colectiva com vista a conhecerem os mesmos para posterior uso para alem de visitar projectos ligados a Alfabetização e Educação de Adultos.
Os planos de aula apresentados pelos tutores nos centro integrados ainda apresentam lacunas de natureza técnica
O sector de AEA da DPEC em coordenação com os Serviços de Educação, Juventude e Tecnologia da cidade, devem continuar a promover acções de capacitação dos educadores
O educador da turma observada, não diversifica o uso de métodos de ensino e aprendizagem na sala de aula aliada a falta de recursos materiais
A Direcção do centro deve incentivar que sejam produzidos recursos materiais para se fazer o uso na sala de aulas
Há falta de manuais de leitura para os educandos e educadores na turma observada e o educador usa manuais da 2ª Classe do SNE
O centro deve solicitar os manuais de distribuição gratuita aos Serviços de educação Juventude e Tecnologia para disponibilizar aos educandos






Conclusão

O relatório aborda no primeiro ponto da localizacao do centro integrado em que se realizaram as respectivas PP`s e fala especificamente da localizacao e do historial deste centro, que surge da iniciativa de um grupo de religiosos daquele bairro durante o periodo de guerra e hoje para além do centro há uma escola comunitária. No segundo ponto, que é a base do trabalho descrevem-se as etapas que foram seguidas para a realizacao das praticas pedagogicas que iniciou por uma pre observação que foram o trabalhos preliminares antes do trabalho de campo realizado na sala de aula e nos centros; a observação que decorreu nos centros integrados em que os grupos de trabalho observaram as aulas (os educandos, o educador e as aulas dadas pelo educador) e a pos-observação que foram os trabalhos que os grupos realizaram nos centros depois de leccionar as aulas que se resumiram em encontros de concertacao e avaliacao. Feita esta observação os praticantes planificaram aulas e o autro deste trabalho planificou e leccionou duas aulas sendo uma de Matemática e outra de Portugues. Durante o trabalho de campo os praticantes não participaram em sessoes de seminários organizados pelo centro e nem estes os promoveram.
Ao terminar sugerir que as Práticas Pedagógica devem continuar a ser privilegiadas no programa de ensino da UP, visto que permite este contacto com a realidade escolar dos futuros profissionais deste sector, porém há maior necessidade de que estas tenham maior acompanhamento dos docentes com maior experiência no terreno, visto que muitas vezes isto não se verifica.






Bibliografia

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