Indice
Introdução……………………………………………………………………………………….7
1.
Descrição
das Práticas Pedagógicas IV………………………………………………….8
1.1
Descrição do
local das PPIV……………………………………………………………….8
1.1.1 Localização
geográfica do Centro ……………………………...…………………….8
1.2 Descrição das Etapas das Práticas Pedagógicas
IV………………………………….10
1.2 .1 Observação………………………………………………………………………...……10
1.2.1.1 Pré-Observação…………………………………………………………….………..10
1.2.1.2 Observação de aulas no centro……………………………………………………14
1.2.1.3 Pós observação……………………………………………………...………………20
1.2.2
Planificação
e Leccionação de aulas………………………………………..……..21
1.2.3 Seminários………………………………………………………………………………22
1.2.4 Constatações e recomendações das PPIV………………………………….………22
Conclusão…………………………………………………………………………..…………24
Bibliografia……………………………………………………………….…………………….37
AEA – Alfabetização e Educação de Adultos,
CAEA – Centro de
Alfabetização e Educação de Adultos
DPEC – Direccao
provincial de educacao e Cultura
PP IV– Práticas
Pedagógicas quatro
PP`s – Práticas
Pedagógicas
UP – Universidade
pedagógica,
PEA – Processo de Ensino
Aprendizagem.
SEJT - Serviços Educação Juventude e Tecnologia
A
abordagem do presente relatório visa descrever as experiencias de trabalho
vivenciadas durante as PP`s IV com destaque para o trabalho de campo realizado
no centro de AEA 1 de junho e tem como objectivo geral de contribuir para a melhoria da leccionação no PEA e
especificamente pretende: descrever como decorre o processo de ensino naquele
centro; identificar as maiores dificuldades dos educadores na leccionação de
aulas e propor metodologias para melhoria do uso de métodos andragógicos. Tais
PP`s obedeceram 3 etapas nomeadamente: Observação de aulas; a
planificação e leccionação de aulas e os seminários teóricos. Para a produção
do trabalho foram usadas duas metodologias que observação e a consulta
bibliográfica. Como conclusão é que os seminários foram uma ferramenta
estratégica para perceber o trabalho de campo, por sua vez o trabalho de campo
permitiu perceber as dificuldades que os educadores apresentam para elaboração
de planos de aulas no centro em geral e a fraca comunicação que o educador
observado apresenta com os seus educandos que para se ultrapassar coloca-se
como recomendação a capacitação continua dos alfabetizadores do centro.
Palavras
chaves: Planificação - Plano de aulas – Educandos vs Educador – Lecionação
Introdução
O presente relatório que foi produzido com
base no trabalho realizado na cadeira de Práticas Pedagógicas IV, durante o
Primeiro Semestre do ano lectivo de 2012 tem como objectivo geral de contribuir
para a melhoria do PEA no centro de AEA 1 de Janeiro e especificamente
pretende: descrever como decorre o processo de ensino naquele centro;
identificar as maiores dificuldades dos educadores na leccionação de aulas e
propor metodologias para melhoria do usos de métodos andragógicos.
As
PP IV observaram três etapas nomeadamente: Observação de aulas; a planificação
e leccionação de aulas e os seminários teóricos com as seguintes actividades em
cada fase: Na observação o as actvidades consistiram em observar o processo de
planificação do centro, a turma (os educandos e o educador) e o trabalho
realizado pelo tutor na planificação e leccionação de aulas; na planificação e
leccionacao de aulas as actividades consistiram em planificar e leccionar aulas
e os seminários foram realizados na sala de aulas da UP sob a orientação dos
docentes da cadeira.
As metodologias de trabalho usadas para
recolher informação foram: Observação e a consulta bibliográfica. Enquanto a
observação sistemática e assistemática foi feita aos educandos e educador na
sala de aulas com base numa ficha de observação, por sua vez, a consulta
bibliográfica foi feita a obras de autores que versam sobre o tema.
Compilada
a informação, o presente relatório dois pontos: no primeiro ponto faz-se a
descrição do local em que decorreram as PP`s e no segundo ponto faz-se a
descrição das etapas que consistiram as práticas pedagógicas (a observação de
aulas; a planificação e leccionação de aulas, os seminários teóricos e as
constatacoes e recomendações) e no final apresenta-se uma conclusão. Em anexo,
está a credencial apresentada no centro integrado, em apêndice estão os planos
de aula produzidos e termina com a bibliografia das obras consultadas. Como:
LAKATOS & MARCONI. Técnica de Pesquisa; DIAS at all. Manual de Práticas
Pedagógicas.
2.
Descrição das Práticas Pedagógicas IV.
O presente trabalho pretende descrever a realização das Práticas
Pedagógicas IV realizadas pelo estudantes no 7º semestre do curso de
Licenciatura em Educação de Adultos que o estudante está a frequentar pela UP
Nampula. Nelas subdivididas em dois pontos, o primeiro ponto faz a descrição do
local em que as mesmas foram realizadas e segundo ponto faz-se a descrição das
etapas que foram levadas a cabo.
2.1
Descrição do local das PPIV
As
PP IV realizaram-se no Centro de Alfabetização e Educação de Adultos 1 de
Janeiro no Bairro de Namicopo na cidade de Nampula. (Em anexo a credencial apresentada ao centro).
1.1.2
Localização geográfica do
Centro
O
Centro de Alfabetização e Educação de Adultos 1 de Janeiro, fica no Bairro de
Namicopo, perto do Aeroporto Internacional de Nampula, Posto Administrativo
urbano do mesmo nome.
1.1.2
Historial do centro
O
Centro de AEA de Janeiro foi criado a pós a guerra de desestabilização em 1994,
por um grupo de membros nomeadamente: Raimundo José, Aly Bolacha Hereia e João
Baptista, pertencentes a uma igreja São Marcos. Estes se reuniram no dia 1 de
Janeiro de 1994, para tentar acolher crianças desfavorecidas, órfãs e
desamparados por motivos de guerras, que estavam sendo marginalizados nos
sistemas escolares, dai surge então o nome 1 de Janeiro.
A
ideia surge na medida em que nas escolas públicas nesse caso do Estado, essas
crianças não tinham acesso. Em coordenação com uma Rede Norte Americana que
tinha como objectivo de reunificar e reintegrar as crianças nas suas famílias,
foi possível pô-las na escola e integrá-las nas suas famílias. Nesta escola,
depois de um tempo foi fundada a organização designada Missão de Jovens em
1991, tutelada pela Igreja em referência, com objectivo de apoiar crianças carentes.
Mais tarde com o apoio e parceria Sul-africana, foi possível a arguição de um
escritório que até então funciona com as seguintes repartições: Gabinete do
Director, Secretaria, Secção pedagógica e sala de professores apesar de o
espaço ser ínfimo pela demanda profissional. A partir de 2001começaram a
ingressar -se na escola educandos adultos.
A Associação Missão de Jovens foi oficializada
ao nível provincial em 2002 e em 2005 foi oficializada a escola/centro ao nível
nacional. Primeiramente haviam apenas 3 professores sem formação psico
pedagógica, mas a oficialização a escola/centro passou a receber professores
formados. Hoje a escola onde funciona o centro conta com 20 professores, destes
9 são mulheres. Do total de professores referenciados 2 homens são fazedores
das actividades de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos.
Tendo
em conta a variação de dados numéricos se afirma que a escola no sentido geral
funciona da 1ª à 8 ª classes do SNE e 1° à 3° anos de AEA. Neste contexto,
recordando a abordagem estatística de 2001, nota se que inscritos 300 educandos
do 1° à 3° anos de AEA e em 2010 os números reflectem em 50 educandos apenas o
total do 2° à 3° anos de AEA. Este dados dão a conta que o índice de
analfabetismo tende em reduzir ou o número de pessoas que procuram actividades
em AEA reduziu, para 2011 o centro com 30 educandos do 2°ano e 28 do 3°ano.
Importa mostrar que para o ensino formal a Escola/centro 1 de Janeiro iniciou
com apenas 35 alunos da 1ª classe. Actualmente conta com cerca de 500 alunos da
1ª à 8ª classes (HEREIA: 2010:Cp)
1.2
Descrição das Etapas das Práticas Pedagógicas IV
As Práticas Pedagógicas IV obedeceram três etapas
nomeadamente: A Observação, a Planificação e execução de Aulas e os Seminários
(Práticos e Pedagógicos).
2.2
.1 Observação
A observação é um conjunto de actividades destinadas a obter
dados e informações sobre o que se passa no PEA com a finalidade de, mais
tarde, proceder a uma análise do processo numa ou noutra das variáveis em foco
(...) O objecto da observação recai sobre o aluno, ambiente físico da sala de
aula, ambiente sócio relacional, na utilização dos materiais de ensino, na
utilização do espaço ou tempo, nos conteúdos, nas características dos sujeitos,
etc (Cfr DIAS et all: 2008:21)
Neste sentido a observação foi feita em três momentos: um pré
- observação que consistiu em trabalhos preliminares que foram realizados na
sala de aula antes da partida ao campo em que foram estudados e analisados os
programas, o processo de planificação de aulas, a concepção de planos de aula,
entre outras actividades conforme recomendam as literaturas; o segundo momento a observação foi feita
sobre o processo de leccionação aulas pelo tutor no centro integrado; e a pós-observação
que aconteceu no centro, na qual o tutor ao final de cada aula dada pelos
praticantes reunia com todos para explicar alguns aspectos relevantes de cada
aula e dos planos de aula.
2.2.1.1Pré-Observação
Os trabalhos de pré observação foram antecedidos por um
processo de organização da cadeira e orientado pela equipa de supervisão das
PPIV. A equipa de supervisores apresentou o programa a ser seguido até o final
do semestre em seguida orientou a formação de grupos trabalho que resultou na
formação de seis (6) grupos de trabalho em que o autor deste trabalho esteve
integrado no Terceiro Grupo.
Formados os grupos, foram orientados os grupos para preparar
dois trabalhos teóricos a serem apresentados em seminário para depois
iniciar-se o trabalho de campo nos centros integrados. Outras actividades
realizadas antes do trabalho de campo foram:
- Produção de credenciais a serem apresentados aos centros e canalização aos SEJT da cidade para efeitos de visto pelos docentes;
- Contacto aos centros onde iriam se realizar as PP`s pelos estudantes membros dos grupos em que o grupo A em que fazia parte o autor deste trabalho trabalhou do Centro de AEA 1 de Janeiro.
- A distribuição da ficha de recolha de dados produzida por equipa de docentes do Departamento de Ciências de Educação e Psicologia aos grupos;
Feita esta avaliação sobre estas actividades realizadas
considerava-se terem sido criadas as bases para um trabalho de campo racional
de forma a recolher, analisar e compilar as informações para um trabalho desta
natureza.
A. Estudo de programas de ensino
Antes dos trabalhos de campo, foram feitos estudos sobre os
programas de Ensino para Alfabetização regular e dos manuais do I e II níveis.
Estes programas foram estudados em grupos de trabalhos criados para o efeito em
seminário, nas disciplinas de Português e Matemática, com vista a analisar para
perceber o que eles contem e a relevância dos respectivos conteúdos.
O programa apresentado pelos supervisores
privilegiava a apresentação de uma sessão de seminários em
que se devia fazer análise dos manuais e programas de alfabetização regular.
Porque houve dificuldades em ter acesso aos programas oficiais, os grupos
apenas analisaram os manuais do I e II nível e esta devia ser para:
·
Ver a relevância dos
conteúdos dos mesmos;
·
Os conteúdos dos manuais;
·
Aspectos de natureza técnica
sobre os mesmos (alinhamento lógico)
·
Entre outros.
A
sessão de seminários apresentada pelo seis grupos criados versava sobre os
temas que a seguir se apresentam na tabela:
Tabela 1: Temas dos seminários apresentados
pelos grupos
Grupo
|
Tema apresentado
|
I
|
Estudo
e Análise de Manuais do I Ano
|
II
|
Estudo e
Análise de Programas do I Ano
|
III
|
Estudo e
Análise de Manuais do II Ano
|
IV
|
Estudo e
Análise de Programas Manuais do II Ano
|
V
|
Estudo e
Análise de Manuais do III Ano
|
VI
|
Estudo e
Análise de Programas Manuais do III Ano
|
Fonte: Adaptado pelo autor
Os seminários apresentados pelos grupos tinham
como objectivo de levar aos estudantes a uma reflexão aprofundada sobre os
temas relacionados ao Ensino e Aprendizagem com vista a estabelecer uma melhor
articulação entre a teoria e a prática.
Das principais lições tiradas dos seminários
podem se resumir no seguinte:
·
Os conteúdos são relevantes
para a alfabetização e educação de adultos mas alguns se mostram desajustados
com a realidade (não são flexíveis), principalmente por causa dos métodos
propostos e do local a ser implementados para tal recomenda-se a produzir
material e conteúdos com base na realidade local, ou seja, os conteúdos devem
ser em função da realidade e do que realmente o adulto quer aprender;
·
Os conteúdos são referentes a alfabetização
regular e não foi possível olhar para outras componentes de alfabetização que
não seja a regular, para tal, quando se elaboram conteúdos é preciso ter em
mente as outras modalidades de alfabetização e educação de adultos como: Alfa
Rádio, Alfabetização funcional, entre outras;
·
Cada modalidade tem métodos
próprios e que nào foram discutidos nos seminários apresentados e recomendou-se
no entanto que os estudantes conhecer e dominar tais métodos.
Terminada
a apresentação dos seminários e debate sobre os temas considerava-se terem sido
criadas condições para um trabalho de observação de aulas nos centros de
alfabetização e educação de adultos. Importa referir que os estudantes
participaram activamente no levantamento de questões de fundo, o que
pressupunha maior percepção do que estava sendo tratado.
B. Distribuição
Os seis grupos de trabalho dos seminários realizados na sala
de aulas, foram transformados em grupos de trabalho para os trabalhos de campo
a serem realizados nos centros de AEA integrados. Assim sendo, foram criados
seis grupos que iriam trabalhar em 6 centros da cidade de Nampula,
nomeadamente: São João de Deus no Bairro de Muatauanha, Micolene no Bairro de
Muatala, 1 de Janeiro no Bairro de Namicopo, Muegane no bairro de Muahivire,
Mutomote no Bairro de Namutequeliua e Santa
Cruz no bairro de Muahivire.
C. Horários
Para cada grupo, os membros se deslocavam aos centros em dois
dias por semana e no período da tarde (das 14:00h `as 16:00h). tomando em conta
que esta cadeira era semestral e as actividades realizavam-se fora do campus da
universidade, ficou aberto que os estudantes podiam participar mais vezes.
D. Planificação.
Para esta cadeira, a equipa de supervisores produziu e
apresentou um plano de actividades para Práticas Pedagógicas IV para o período
entre Março a Junho de 2012. De acordo o plano, as actividades o trabalho de
campo a ser realizado nos centros integrados, deviam consistir em:
·
Apresentar-se
aos centros integrados;
·
Participar
em sessores de planificação e outras tarefas de natureza pedagógica nos
centros;
·
Assistir
aulas do tutor e dos colegas praticantes;
·
Planificar e
leccionar aulas pelos estudantes praticantes;
·
Fazer
análise e avaliação global do trabalho de campo.
Este trabalho, igualmente devia ser complementado por um plano
que podia ser elaborado pelos estudantes nos centros de acordo a realidade a ser encontrada e em resultado o grupo que
trabalhou com a turma do 2º Ano de AEA, produziu um plano para a leccionação de
aulas. (Em anexo o Plano de PPIV)
2.2.1.2Observação de aulas no centro
A observação de aulas decorreu no centro integrado de 1 de
Janeiro e nestas o grupo de trabalho observou o programa vs dosificação feita
pelo centro e a turma em que o autor esteve envolvido (os educandos, educador e
a organização das aulas). Depois que chegou ao centro, o grupo ficou
subdividido em dois grupos para trabalhar em duas turmas sendo uma do 2º Ano e
outra do 3º Ano.
A. Análise do programa da classe e da dosificação feita pelo
centro
No centro de AEA 1 de Janeiro, os educadores fazem a
dosificação e planificação das aulas que leccionam, enquanto os planos de aula
são diários e referem-se apenas as actividades que serão realizadas durante a
mesma, por sua vez a dosificação é quinzenal. Os planos de aulas elaborados
pelos educadores fazem referência as actividades diárias dos educadores na sala
de aulas. Os planos de aulas elaborados contemplam apenas um objectivo, funções
didácticas são descritas em forma de momentos (introdução, desenvolvimento e
avaliação). Em suma os planos apresentam algumas lacunas técnicas pois não
espelham todos os elementos previstos nas bibliografias.
B. Observação da turma do 2º Ano.
Para a observação da turma, foi feita a 2º Ano de AEA em foram
analisados os educandos (classe, idade, sexo, religião, residência, hábitos,
L1, ocupação dos tempos livres), ao educador (idade, sexo, formação, relação
com educandos, tipo de direcção) e a estrutura e organização das aulas
(momentos objectivos, conteúdos, métodos e estratégias de ensino, meios avaliação, observações gerais e
avaliação das aulas observadas).
C. Caracterização dos educandos do 2º Ano
A turma era composta de cerca de 15 educandos e na sua maioria
do sexo feminino com idades entre 15 a 45 anos de idade. Muitos dos educandos
ingressaram a alfabetização a partir do segundo ano. Alguns educandos que
frequentam as aulas mostram-se satisfeitos e continuam a mostrar interesse
embora se note repetidamente atrasos e muitas faltas injustificadas de muitos
deles. No centro o maior número dos educandos são residentes no bairro de
Namicopo junto ao Aeroporto Internacional de Nampula, estes também na sua
maioria professam a religião muçulumana e na sua maiorir provenientes do
litoral. Todos os educandos têm como Língua 1 a Língua Makuwa, durante a
interacção entre si ou em mat’erias que se mostram difíceis de perceber em Língua
Portuguesa que é a L2 facilmente percebem usando a L1 para explicar.
Foram do centro, muitas
das senhoras são domesticas, ou seja, tem estado maior parte do tempo a cuidar
da família e algumas praticam negócio nos mercados informais do mesmo bairro. Em tempos livres, algumas
senhoras fazem parte de grupos religiosos da mesquita local e de grupos de
dança (Nsope e Tufo).
D. Caracterização do educador
Tomando em conta que educador e um indivíduo que facilita o
processo de ensino e aprendizagem importa buscar uma ideia de Julius
Nyerere que diz que o Educador de
Adultos é como “un ‘líder’, como un guía en el sendero que todos recorrerán
juntos” e deve possuir um perfil próprio” (Cfr http://viveraprender.blogspot.com/2006/06/mais-uma-comunicaoo-perfil-do-educador.html)
O educador é voluntário jovem do sexo masculino, tem o nível
académico básico geral do SNE e para o exercício da actividade de
alfabetizador, beneficiou de uma capacitação psicopedagógica através dos Serviços
de Educação Juventude e Tecnologia da cidade. Enquanto conduz a aula, não tem demonstrado
domínio das suas aulas pois lhe falta a capacidade de identificar-se como líder
e não apenas professor ou educador.
Porem usa uma voz audível, uma linguagem adequada tomando em
conta o grupo alvo e falta a capacidade de motivação aos educandos para a aula.
Muito tempo na sala de aula, está mais voltado aos manuais do que a própria
realidade dos educandos pois em casos em que os educandos não percebem, não tem
conseguido trazer exemplos que espelham
a realidade dos seus educandos e poucas vezes a L1 que ‘e a Língua Emakhuwa
para explicar expressões ou termos de difícil percepção durante a aula.
E. Estrutura e organização das aulas observadas
A aula é uma célula que representa o todo da escola: projecto
Político - Pedagógico, o currículo, o projecto de áreas e planeamento da
disciplina (...) em linhas gerais a aula associa-se a ideia dos alunos
procurarem os saberes e esta é dirigida pelo educador e visualizada em um plano.
No acto da elaboração de um plano de aula, o educador deve reflectir nele os
seguintes elementos: objectivos, conteúdos, competências, materiais, meios,
actividades de Ensino e aprendizagem e avaliação (Cfr DIAS et all 2008).
Tomando em conta que são estes os elementos essenciais a ter
em conta a seguir vai se analisar cada um dos aspectos observados durante o
processo de observação das aulas no CAEA São João de Deus.
·
Momentos da aula
As aulas observadas apresentam três momentos essenciais nomeadamente: introdução, desenvolvimento e conclusão. Enquanto a introdução constitui o momento em que o educador pretende situar os alunos no conteúdo a ser explorado no desenvolvimento da aula e é aqui onde o educador saúda os educandos, procura saber sobre o TPC do dia anterior no final fala do tema da aula e da sua importância; o desenvolvimento, constitui a etapa da aula propriamente dita na qual o educador apresenta os tópicos, em uma sequência lógica do assunto, e considerando os objectivos da aula. Usa diversos recursos e educador prepara conteúdo respeitando a capacidade dos educandos. O conteúdo principal ocupa a maior parte do tempo da aula; e avaliação o educador analisa os objectivos em relação ao que foi apresentado no desenvolvimento e é o espaço para mais ponderações, discussões, e colocação de opiniões.
· Objectivos da aula
Segundo PILETTI (1996: 65), objectivos é a descrição clara do que se pretende alcançar como
resultado da nossa actividade e estes nascem da própria situação: da
comunidade, da família, da escola, da disciplina, do professor e principalmente
do aluno.
Na turma observada, o educador define apenas um objectivo a
ser alcançado ao fim da aula planificada de uma forma genérica, não respeitando
deste modo a Taxonomia de Bloom que refere a necessidade de se tomar em conta
na formulação dos objectivos 3 aspectos nomeadamente: cognitivo, afectivo e
psicomotor. Mas nas aulas dadas por outros praticantes sempre privilegiaram os
três níveis de objectivos educacionais.
- Conteúdos
Sabe-se que é através dos conteúdos que são concretizados os
objectivos. Conteúdo de ensino é o conjunto de habilidades, conhecimentos,
hábitos, modos valorativos e atitudinais de actuação social, organizados
didacticamente e pedagogicamente, tendo em vista a assimilação e aplicação
pelos alunos na sua prática de vida. (LIBANEO, 1994).
Nas aulas observadas, o educador apresenta os conteúdos no
acto da planificação e na sala de aula os passa aos educandos, distribuídos
pelos três momentos da aula. Em contra partida, nas aulas dadas por outros
praticantes, estes privilegiavam vários conteúdos de acordo a função didáctica.
- Métodos e estratégias de ensino e aprendizagem
Os métodos de ensino são acções, processos ou comportamentos
planificados pelos educador/professor, para colocar o educador/aluno em
contacto directo com as coisas, factos ou fenómenos que lhes possibilitem
modificar a sua conduta, em função dos objectivos previstos (Cfr DIAS et
all:2008).
Partindo desta mesma visão e de acordo o observado, o educador
usa métodos de ensino nos quis se destacam: método expositivo durante a aula;
método de elaboração conjunta na introdução e durante o desenvolvimento da aula
e método de trabalho independente na resolução de exercício.
- Funções didácticas, materiais e avaliação
Funções didácticas são etapas que ocorrem no processo de
ensino aprendizagem e estas estão estruturadas e sistematizadas das quais se
destacam: Introdução/Motivação, Domínio/Consolidação e Controle/Avaliação. Cada
fase de uma aula corresponde a uma só função didáctica dominante, embora nesta
mesma fase se regista o envolvimento das restantes, com o fim elas assegurarem
a eficiência da assimilação da matéria. Cada função didáctica, como momento ou
passo da aula que reflecte as regularidades do processo de ensino aprendizagem,
é proposto o tempo da sua duração, conteúdo, método dominante, conjuntos de
meios e formas de ensino a utilizar inclusive as actividades concretas dos
alunos ( Cfr Bonnet et all:2007).
Nos planos observados do educador, não segue esta sequência
lógica das funções didácticas resumindo-se apenas em motivação, desenvolvimento
e verificação. Pode-se considerar que estes elementos do plano desempenham as
tais funções mas a dado passo durante a aula é notório que faltam muitos
aspectos a abordar em função do que as teorias fazem referência.
Igualmente o educador faz uma previsão de matéria mas não
especificamente para cada função didáctica mas sim na generalidade. Por esta
falta de distribuição na previsão do material em cada função didáctica torna-se
difícil perceber em que função se usa cada um dos materiais previstos.
- Avaliação do PEA
A avaliação é um processo que
deve-se ter em conta no PEA pois é através desta que se faz análise do grau de
alcance de objectivos, da eficiência e eficácia dos métodos entre outros.
Partindo da visão de
PILETTI de que:
A avaliação é processo que se usa para determinar o
grau e a quantidade de resultados alcançados em relação aos objectivos,
considerando o contexto das condições em que o trabalho foi desenvolvido, a
avaliação que o grupo observou foi do tipo formativa em que no final da aula, o
educador levantava questões para avaliar o nível de percepção da matéria dada.
Para além desta mas não com maior relevância o educador fazia avaliação
diagnóstica no início do tema para explorar o nível de conhecimento dos educandos
(Piletti: 2004).
Neste centro o meio que o
educador usa para avaliar os seus educandos durante a aula, é através de
perguntas individualizadas para medir o nível de compreensão dos seus
educandos, corrigindo exercícios dos educandos procuram sempre detectar
dificuldades para possível superação, e o seu nível de trabalho aceitável. O
educador explicou no plano do centro estão planificadas avaliações sumativas. O educador explicou no plano do centro estão planificadas
avaliações sumativas através de Avaliações de Controlo Sistemático (ACS`s) e
Avaliações Periódicas (AP`s).
- Observações gerais e avaliação das aulas observadas
De acordo as aulas observadas durante as Práticas Pedagógicas
no Centro de AEA foi possível constatar que não há regularidade na elaboração
dos planos de aula e esta é feita individualmente pelos educadores sendo assim
o processo de planificação de aulas é feito de forma deficitária, isto é, o
educador não apresenta todos os elementos exigíveis de acordo a bibliografia
como: objectivos de acordo os três níveis (cognitivo, afectivo e psicomotor),
verifica-se repetição dos mesmos métodos de ensino nos planos de aulas do
educador aliada a falta de meios e materiais para o efeito.
Em relação a condução da aula, tanto o educador assim como
outros praticantes demonstraram um grande domínio da aula, pois embora não
espelhando no plano de aula todos os elementos usaram todas as funções
didácticas, demonstraram domínio da a aula, usaram o tempo de forma bem
estruturada, controlaram a sala de aula e no final fizeram sempre avaliação aos
educandos.
O aspecto menos importante e que
chamou atenção observado durante esta actividade, foi a fraca relação existente entre educador e os
educandos. Dentro da sala de aula, o educador não promove situações de sirvam
para reflectir aspectos da vida diária dos educandos e isso faz com que não se
crie um clima de confiança entre ambos.
1.2.1.3 Pós
observação
Depois da observação das aulas o tutor distribuiu a
dosificação das aulas aos praticantes para que cada um iniciasse a planificação
das suas aulas para depois leccionar. Sendo assim, coube a cada praticante e de
acordo a dosificação planificar e leccionar duas aulas durante os meses de Março
a Junho. Ainda na pós-observação, ao final de cada aula dada pelos estudantes
praticantes o tutor reunia com o grupo para analisar:
- Os planos apresentados em termos de estruturação, os elementos essenciais, a relação entre os conteúdos, materiais, meios de ensino, metodologias previstas com os objectivos da aula propostos;
- A condução da aula no tocante ao domínio dos conteúdos, interacção com educandos, a transmissão dos conteúdos, o uso dos meios na sala de aula e a avaliação
Estes encontros permitiram assimilar e sanar algumas
dificuldades em cada novo dia de aula e a melhoria tanto na elaboração dos
Planos de aulas assim como na Leccionação das mesmas tomando em conta as
particularidades dos adultos mas o grupo não ficou integrado em nenhuma
actividade do centro visto que não tinha sido programadas durante o período em
que se realizaram as PP`s.
2.2.2
Planificação e Leccionação de aulas
Toda actividade de ensino para
a sua realização deve ser antecedida uma reflexão e análise depois colocada em
documento para a sua operacionalização depois será monitorado e avaliado e este
processo denomina-se por planificação. No PEA igualmente faz-se a planificação para
evitar rotinas e improvisos, contribuir para a realização dos objectivos
previstos para a eficiência do ensino e garantir maior eficiência na direcção
do ensino e economiza tempo.
Segundo PILLETI (2004:72)
“Plano de aula, é a sequencia de tudo o que vai ser desenvolvido em um dia
lectivo. É a especificação de comportamentos esperados do aluno e dos meios –
conteúdos, procedimentos e recursos – que serão utilizados para a sua
realização”.
A primeira acção realizada pelo grupo que estava a trabalhar
na turma do 2º Ano, foi produzir uma proposta de plano para a leccionação de
todos os membros do grupo e submeter ao tutor e a direcção do centro. (Em apêndice o plano de leccionação
elaborado pela equipa de trabalho).
Não foi possível fazer a dosificação para o grupo seguir mas
em algum momento o plano de leccionação, ajudou neste exercício. Igualmente,
todos os membros do grupo de forma individual elaboraram os seus planos de aula
e a respectiva leccionação e para o autor deste trabalho, fez a leccionação das
seguintes aulas:
·
No
dia 3 de Abril na disciplina de Matemática com o tema: Leitura
e Escrita de Números Ordinais
·
No
dia 15 de Maio
na disciplina de Português com o
tema: Regras de Higiene PessoalParques e Reservas de Moçambique; e
Leccionadas as aulas e de acordo a avaliação
feita pelo tutor e pelo outros colegas, constatou-se que o estudante conseguiu
transmitir os conteúdos planificados e com segurança tendo seguido todos
procedimentos exigidos para a condução de uma aula.da avaliacao feita pelo
tutor o estudante foi-lhe atribuida a nota de 16,6 o que demosnta que o mesmo
teve bom desempenho (Em
apêndice os Planos de Aulas elaborados pelo estudante e a ficha de avaliação).
2.2.3
Seminários
Segundo DIAS et all (2008:25) “Seminários Pedagógicos são
actividades de intercâmbio, nas quais o estudante praticante apresenta
individualmente ou em grupo, estudos efectuados sobre determinado tema, com
carácter psicopedagógico e didáctico”.
Durante as PP`s espera-se que os estudantes praticantes
participem em seminários de capacitação a serem promovidos pelos centros ou
promovam tais seminários para capacitar os educadores locais. Neste ponto, o
grupo que trabalhou no centro não foi convidado nem promoveu um seminário de
capacitação para os educadores apenas foram encontros de planificação em que se
juntavam os educadores locais e os
estudantes para mostrar as modalidades de elaboração dos planos. Ainda naquele
cento, poucas vezes os educadores são convidados a participar em sessões de
capacitação ou trocas de experiencia com outros alfabetizadores e educadores de
adultos.
1.2.4
Constatações e recomendações das PPIV
Durante todo o processo de realização de PPIV, tanto o
trabalho realizado na Sala de aulas assim como o trabalho de campo realizado no
centro integrado foram feitas as seguintes constatações e recomendações:
Constatação
|
Recomendação
|
O trabalho realizado na sala de aulas não incluiu análise
crítica dos programas em curso nos centros de AEA
|
Os estudantes devem procurar obter tais programas para um
estudo de forma individual ou colectiva com vista a conhecerem os mesmos para
posterior uso para alem de visitar projectos ligados a Alfabetização e
Educação de Adultos.
|
Os planos de aula apresentados pelos tutores nos centro
integrados ainda apresentam lacunas de natureza técnica
|
O sector de AEA da DPEC em coordenação com os Serviços de Educação,
Juventude e Tecnologia da cidade, devem continuar a promover acções de
capacitação dos educadores
|
O educador da turma observada, não diversifica o uso de
métodos de ensino e aprendizagem na sala de aula aliada a falta de recursos
materiais
|
A Direcção do centro deve incentivar que sejam produzidos
recursos materiais para se fazer o uso na sala de aulas
|
Há falta de manuais de leitura para os educandos e
educadores na turma observada e o educador usa manuais da 2ª Classe do SNE
|
O centro deve solicitar os manuais de distribuição gratuita
aos Serviços de educação Juventude e Tecnologia para disponibilizar aos educandos
|
Conclusão
O
relatório aborda no primeiro ponto da localizacao do centro integrado em que se
realizaram as respectivas PP`s e fala especificamente da localizacao e do
historial deste centro, que surge da iniciativa de um grupo de religiosos
daquele bairro durante o periodo de guerra e hoje para além do centro há uma
escola comunitária. No segundo ponto, que é a base do trabalho descrevem-se as
etapas que foram seguidas para a realizacao das praticas pedagogicas que
iniciou por uma pre observação que foram o trabalhos preliminares antes do
trabalho de campo realizado na sala de aula e nos centros; a observação que
decorreu nos centros integrados em que os grupos de trabalho observaram as
aulas (os educandos, o educador e as aulas dadas pelo educador) e a
pos-observação que foram os trabalhos que os grupos realizaram nos centros
depois de leccionar as aulas que se resumiram em encontros de concertacao e
avaliacao. Feita esta observação os praticantes planificaram aulas e o autro
deste trabalho planificou e leccionou duas aulas sendo uma de Matemática e
outra de Portugues. Durante o trabalho de campo os praticantes não participaram
em sessoes de seminários organizados pelo centro e nem estes os promoveram.
Ao
terminar sugerir que as Práticas Pedagógica devem continuar a ser privilegiadas
no programa de ensino da UP, visto que permite este contacto com a realidade
escolar dos futuros profissionais deste sector, porém há maior necessidade de
que estas tenham maior acompanhamento dos docentes com maior experiência no
terreno, visto que muitas vezes isto não se verifica.
- BONNET, et all. Didáctica Geral. Universidade Pedagógica. Nampula, 2007
·
Perfil do Educador. Disponível em: (Cfr http://viveraprender.blogspot.com/2006/06/mais-uma-comunicaoo-perfil-do-educador.html). Acesso:
11 de Junho 2012.
- DIAS, Hildizina Norberto at all. Manual de Práticas pedagógicas. Editora Educar. Maputo. 2008.
- HEREIA, Agostinho Mário. Cp 2012
- LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Técnica de Pesquisa. 3. ed. Editora Atlas. São Paulo. 1996. pp 79-88
- LIBANEO, José Carlos. Didáctica. São Paulo. Cortez.1994.
- PILETTI, Claudino. Didáctica Geral. 23 ed. Editora Ática. 2004.São Paulo.
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