Educação
na Antiguidade Clássica
Por: António Pedro
Introdução
A época da chamada
antiguidade clássica remonta a um período que vai aproximadamente do
século 9 a ao século 2 antes de Cristo (a.C.). Neste período encontramos
as primeiras reflexões empreendidas pelos gregos a respeito do mundo, da
natureza e das relações entre os homens.
A educação como “ Processo em que a sociedade forma os seus membros `a sua imagem e em função dos seus interesses” ( PINTO, 2000:19) ela encontra na Grécia um marco muito importante que contribuiu para a definição dos actuais modelos da educação. Esparta e Atenas foram duas cidades gregas que apresentaram soluções distintas para a educação da juventude e ambas ancoradas no conceito de cidade-estado.
A educação como “ Processo em que a sociedade forma os seus membros `a sua imagem e em função dos seus interesses” ( PINTO, 2000:19) ela encontra na Grécia um marco muito importante que contribuiu para a definição dos actuais modelos da educação. Esparta e Atenas foram duas cidades gregas que apresentaram soluções distintas para a educação da juventude e ambas ancoradas no conceito de cidade-estado.
O presente trabalho, descreve o
processo de educação nesses dois estados no período histórico em referência e
foi produzido baseando-se em bibliografias que foi levada a cabo pelo autor.
Desde já, espera-se que os
leitores façam um uso proveitoso deste trabalho que foi carinhosamente
produzido e compilado pelos membros do grupo e caso não se sintam saciados com
as informação constantes neste trabalho sobre o tema poderão buscar informação
recorrendo a outras fontes bibliográficas
2. A Educação na Antiguidade
Clássica
Clássico (500-338 a.C.) - O período de esplendor da civilização grega, ainda que discutível.
As duas cidades consideradas mais importantes desse período foram Esparta e Atenas, além disso
outras cidades muito importantes foram Tebas, Corinto e Siracusa. Neste
momento a História da Grécia é marcada por uma série de conflitos externos
(Guerras Médicas) e interno (Guerra do Peloponeso).
A Grécia e considerada como
o berço da civilização ocidental, cuja acultura estendeu -se a todo universo a qual
assimilamos desde o nascimento pois que, muitas das ciências conhecidas
actualmente tiveram a sua origem na Grécia, dai foi a inconstância do seu
estudo. Ainda se salienta que foi o primeiro a contribuir grandemente em novas
áreas educacional, foram eles que deram
a oportunidade pela primeira vez ao desenvolvimento individual.
Na
Grécia antiga distinguem-se dois grandes sistemas de ensino; Educação de Antenas
Educação Espartana
2.1 Educação espartana (750 –
600 a.C.)
A educação
espartana, estava concentrada nas mãos do Estado e era uma responsabilidade
obrigatória do governo. Estava orientada para a intervenção na guerra e a
manutenção da segurança da cidade, sendo particularmente valorizada a
preparação física que visava fazer dos jovens bons soldados e incutir um
sentimento patriótico.
O
objectivo da educação espartana era de dar a cada indivíduo um nível de
perfeição física, coragem e habito de obediência as leis que o torna – se um
soldado ideal.
Dessa
maneira o homem esparto passou a ser um modelo de bravura, vigor e denassidade.
Como essas qualidades faltavam aos demais povos gregos, o Estado espartano
passou a acumular um grande numero de triunfos militares.
2.1.1 Educação do nascimento `a morte
Desde o
nascimento até à morte, o espartano pertencia ao estado. Os recém-nascidos eram
examinados por um conselho de anciãos que ordenava eliminar os que fossem
portadores de deficiência física ou mental ou não fossem suficientemente
robustos
A partir dos 7 anos de idade, os pais (cidadãos) não mais comandavam a
educação dos filhos. As crianças eram entregues à orientação do estado que
tinha professores especializados para esse fim. Os jovens viviam em pequenos grupos, levando
vidas muito austeras, realizavam exercícios de treino com armas e aprendiam a
táctica de formação.
Depois de concluído o período de formação
educativa, os cidadãos de Esparta, entre os vinte e os sessenta anos, estavam
obrigados a participar na guerra. Continuavam a viver em grupos e deviam tomar
uma refeição diária nos chamados syssitia.
2.1.2 A educação dos homens
Os homens espartanos mandados ao exército aos sete anos de idade, onde
recebiam educação e aprendiam as artes da guerra e desporto. Aos doze anos,
eram abandonados em penhascos sós (só contavam uns com os outros), nus (para
criarem resistência ao frio) e sem comida (para caçarem e pescarem). Aos 18
anos, voltavam a Esparta, e até os 30 anos de idade eram considerados cidadãos
de segunda classe, sem direito a voto para tal, podiam ser agredidos por
qualquer esparciata acima de 30 anos.
O homem que conseguisse viver até os 30 anos tornava-se um oficial,
voltando ao quartel com todos os direitos de cidadão espartano, além de direito
ao voto, direito a ter relações sexuais com mulheres (antes dos 30 só eram
autorizadas com homens) e direito a casar. Os homens engravidavam suas mulheres
e casavam-se com elas e voltavam ao quartel depois de deixá-las grávidas em
suas casas. Aos 60 anos, poderiam ir para a casa de suas esposas para viver com
elas. Caso não o conseguissem, devolviam-na à sua família e voltavam ao quartel
para fazerem parte da tropa de elite do exército.
2.1.3A educação das mulheres
As mulheres recebiam educação quase igual à dos homens, participando dos
torneios e actividades desportivas. O objectivo era dotá-las de um corpo forte
e saudável para gerar filhos sadios e vigorosos. Consistia na prática do
exercício físico ao ar livre, com a música e a dança relegadas para um segundo
plano.
Assim que atingiam a maturidade (entre 19 e 20 anos) elas pediam a
autorização ao estado para casarem, passando por um teste para comprovar sua
fertilidade mas caso elas não conseguissem engravidar, era mandada aos quartéis
para, assim como os homens, servir ao exército espartano.
Em
suma, a “ A Educação intelectual e moral - possuíam valores secundários e
reduzia-se ao conhecimento e respeito as leis, a obediência absoluto ao estado
e aos superiores hierárquicos, a sobriedade, a decisão espírito guerreiro
segundo” THOBALDO(1965:76-77)
2.2 Educação
ateniense ( 600 – 450 a.C)
Enquanto
em Esparta se deu muito importância a educação física a servir da guerra para
manter o Estado, em Antenas surgiu o ideal da formação completa do homem, foram
colocados no mesmo nível a educação física e a educação intelectual
Os
pais tinham a obrigação de cuidar que seus filhos se preparassem e fisicamente
para a vida, mas dentro de um ambiente de liberdade; trata - se de um estado de
cultura de uma organização política atenta sempre ao desenvolvimento harmónico
da personalidade.
Em
Atenas a educação da criança durante os primeiros 7 anos estava inteiramente a
cabo da família. Na família a educação não tinha um carácter tão elevado quanto
a Espartana.
Geralmente
a criança era entregue aos cuidados de amas e escravos enquanto as mães espartanas
eram famosas em toda Grécia pelo elevado nível do treino físico que davam a
suas crianças. O menino ateniense, mal deixava os cuidados da ama, era entregue
aos cuidados de um pedagogo, os pedagogos eram escravos ou servos a quem os
Atenienses confiavam as crianças.
O
menino Ateniense frequentava dois tipos e diferentes de escolas:
- A escola de música
- A escola de ginástica ou palestra.
3. Os Sofistas (450-400 a.C.)
Com
o fim das guerras médicas contra os perças, Atenas lançou o seu máximo
esplendor ampliaram-se as relações económicas e as actividades comercias, a
prosperidade material, e a cultura dos cidadãos aumentaram rapidamente; foi
substituída a constituição Aristocrata pela Democracia de Clistenes nos anos
509 a.C.
As
exigências impostas a educação por tais modificações foram duplas;
- Com o desenvolvimento da liberdade da historia politica passou-se a reclamar da educação, maior liberdade individual do pensamento e acção.
- Impõe-se a necessidade de um treino ou educação que habilita-se que o individuo aproveita-se das oportunidades sem precedentes que se ofereciam para o engrandecimento e realizações pessoais. Porém, na sociedade ateniense organizada sob o velho regime, não havia meios para ministrar a educação que proporcionasse ao indivíduo condições de êxito pessoal pois toda educação existente preparava apenas para o serviço cívico e daí aparecem os Sofistas.
Sofistas eram professores ambulantes que
percorriam grandes cidades, ensinando as ciências e as artes com finalidades
práticas principalmente a eloquência, em troca duma elevada contribuição
financeira ( PILETTI, S/D:62)
“ Estes com muita justiça entendidos (entre outras
coisas) como os primeiros advogados e professores pagos. Iam então
de cidade em cidade ensinando os discípulos a debater, e graças a eles vários
filósofos como Sócrates (que foi discípulo do sofista chamado Górgias) puderam
surgir. A influência dos sofistas se deu principalmente na Política e no
Direito gregos, e graças a esta influência, as práticas de debater em público,
e de falar em auditórios (com o uso de técnicas de voz) foram difundidas” (Cfr MARQUES:2009).
A influência dos sofistas possibilitou a existência de um
modelo de formação pedagógica voltado não somente para o conhecimento da
verdade (tal como propunham os filósofos que não eram sofistas) mas também para
tornar possível a todos entender e se convencer do que era considerado
verdade pelo sofista em questão.
Durante
os ensinamentos dos Sofistas, acentuavam exageradamente o valor de
individualidade. As ideias comum a
ensinamentos dos Sofistas eram de que não aviam ideias universais nem padrões
universais de conduta, sendo assim o individuo situava-se num tal nível de
independência que fica em cima dos deveres dos cidadãos para os sofistas a
moralidade devia basear-se na razão e não nos costumes e na tradição, tais
ideias realmente encorajavam a tendência e ao restrito e individualismo que
muito contribuíram para desmoralização de Antenas.
Pelo
facto dos Sofistas dominarem os sábios e exigirem remuneração que era contra
os dois princípios muito valorizado
pelos Gregos: “ Harmonia e Reverência e
relação do professor e aluno “, surgem entre os escritores Gregos a mais
violenta antipatia contra os Sofistas.
4.
Os grandes filósofos (400-300 a,C)
Antenas;
após a perca da sua posição controladora do mundo helénico, veio resultar uma
vez mais a importância da forca político-militar de Esparta com isso, as
deficiências do sistema ateniense de educação. Ao mesmo tempo, sabiam das limitações
da educação espartana. Este problema consistia em formular o ideal educativo que
pode se satisfazer as necessidades institucionais que obtêm colectivo e, ao
mesmo tempo promovesse o completo desenvolvimento da personalidade, oportunidade
para que os filósofos gregos reformassem a teoria da educação nasceu do
conflito entre a nova e velha educação grega.
4.1 Sócrates ( 470 – 399 a.C
)
Foi
o primeiro filósofo a definir o conflito entre a nova e a velha educação
grega., entre interesse social e individual. Ela tomou como ponto de partida o
princípio básico da doutrina sofista “ O Homem é a medida de todas as coisas ”,
daí a conclusão de Sócrates de que se assim é a primeira obrigação do Homem é é
procurar conhece-se a si mesmo. É na convivência individual, segundo Sócrates,
que se deve procurar os elementos determinantes da convivência e da educação, e
não em simples opiniões para guiar-se a ideias de valor universal.
O
fim da educação é ministrar saber ao indivíduo pelo desenvolvimento do seu
poder de pensamento.
Através
do ensinamento, Sócrates procurava demonstrar que o conhecimento das verdades
universais era a base de toda a acção virtuosa, assim cada indivíduo devia
adquirir capacidade de formular tais verdades. Ele utilizava dois métodos:
ü Ironia – perguntar fingindo,
ignorar
ü Maiêutica – fazer outras
perguntas para levar o interlocutor a perceber a verdade.
As
contribuições de Sócrates na educação resumem-se em:
ü O conhecimento possui um valor de natureza universal e não
individualista;
ü A educação tem por objectivo imediato o desenvolvimento das capacidades
de pensar e não apenas de ministrar conhecimento;
ü O processo objectivo para obter-se conhecimentos é o da conversação, o
subjectivo é o reflexo e organização da própria experiência.
4.2 Platão (428 – 348 aC )
Concorda
com Sócrates sobre:
ü A necessidade de se procurar uma base moral que deveria centrar-se em
ideias e na verdade universal;
ü Aceitou e desenvolveu o método dialéctico de Sócrates, e deu como um
contínuo discurso consigo mesmo;
ü A educação é um processo do próprio educando, mediante a qual são dadas
as ideias que fecundam a alma. O conhecimento não vem de fora para o Homem, é o
esforço da alma para adaptar-se `a verdade;
ü O despertar para o mundo das ideias é um processo gradual, nisto, na
educação deve se levar em conta tanto o corpo como o espírito
Para
Platão, a educação consiste na actividade que cada Homem para conquistar com
ideias e viver segundo elas. O papel do educador consiste em promover no
educando o processo de interiorização, graças ao qual ele pode sentir a
presença das ideias. A realidade em
Platão não é nada mais do que ideia que se realizou ou actualiza.
Mas
Platão por sua vez, não concorda com Sócrates ao afirmar que todos têm a
capacidade de adquirir conhecimento pois para ele, afirma que só algumas
pessoas é que têm tal capacidade.
4.3 Aristóteles
Apresentou
uma visão muito diferente com as de Sócrates e Platão. Enquanto estes afirmavam
que a base do conhecimento consistia na virtude, Aristóteles afirmava que a
virtude está na conquista da felicidade e do bem. A virtude não consiste em
simples conhecimentos do bem, mas da sua conquista e este bem na sua integridade resume-se em bem ser (intelecto) e
bem fazer (acção).
Segundo
Aristóteles, os factores da educação humana são: as disposições naturais
(natura); os meios para aprender (ars) e a práticva ou hábito para afirmar o
assimilado (exercitário). Com base nisto, Aristóteles sistematizou pela
primeira vez o processo de ensino ao postular o seguinte plano metódico:
ü O mestre deve em primeiro lugar expor a matéria de ensino;
ü Em seguida tem de cuidar que se imprima ou retenha o exposto na mente
do aluno e
ü Tem que fazer com que o educando relacione as diversas representações
mediante o exercício.
5. Conclusão
A Sociedade
Ocidental deve muito à cultura e à civilização dos gregos e romanos.
Muitas foram as contribuições deste modelo de civilização para o ocidente, e
mesmo na actualidade, muito de nosso modo de pensar e ver o mundo ainda contém
influências advindas desta época.
Enquanto em esparta a educação tinha o objectivo dar ao indivíduo um nível de perfeição física, coragem e hábito de obediência `as leis que o tornassem um soldado ideal; em Atenas ela ganha uma nova visão: o ideal da educação é a formação completa do homem ( físico e intelectual ) e o estado assegura a liberdade pessoal criando as condições vantajosas de edução.
Enquanto em esparta a educação tinha o objectivo dar ao indivíduo um nível de perfeição física, coragem e hábito de obediência `as leis que o tornassem um soldado ideal; em Atenas ela ganha uma nova visão: o ideal da educação é a formação completa do homem ( físico e intelectual ) e o estado assegura a liberdade pessoal criando as condições vantajosas de edução.
Depois destes dois modelos de educação e com o
passar do tempo, apareceu um grupo de indivíduos que
desenvolveu a educação em modelos diferentes, direccionando a esta para da
ciência e a arte com finalidades práticas ( eloquência,) – os sofistas.
Como consequência destes, que iam então de cidade em cidade ensinando os
discípulos a debater em público e falar em auditório, puderam surgir vários
filósofos como Sócrates (que foi discípulo do sofista chamado Górgias) e graças
a esta influência dos sofistas, se deu
principalmente na Política e no Direito gregos muita difusão
Bibliografia
ü LARRUYO, Francisco: Historia geral
da pedagogia: São Paulo: Mestre Jou:
1970: P. 150
ü MARQUES, Ramiro: A educação em esparta e em atenas:
Disponível em www. Educacao em atenas e esparta: Acesso em 28 de Março de 2009.
ü PACTRICK, John: As
origens da educação superior em atenas. o lyceum e a educação ateniense antes de aristóteles: Disponível
em www.educação na antiguidade
classica: acesso em 05 de Abril de 2009.
ü PILETTI, Nelson, PILETTI, Claudino: História
da Educação: 7ª Edição; Edição África: 2006; PP 28-38.
1 comentário:
Bom dia Sr. Pedro tax de parabens gostei a materia que fala sobre a educacao na antigidade classica
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